Entre o deserto e os sheiks – Aventuras em Dubai

Já comentei várias vezes aqui no blog que eu sou louca por viagens e tenho na minha cabeça um ranking de destinos que eu sonho conhecer. Dubai sempre esteve neste ranking. Acho fascinante pensar que uma região dominada por desertos conseguiu se destacar como um oásis para os amantes de compras e diversão. Mesmo que Dubai não seja um exemplo de turismo sustentável e autenticidade local, me fascina esse aspecto meio Disneylândia do destino.

Fui a Dubai para participar de uma conferência da minha área, o EuroCHRIE. Durante o evento, também apresentei um artigo científico sobre Turismo em Favelas no Brasil. Mas aproveitei minha estadia em Dubai para conhecer os atrativos locais e hoje conto sobre esta aventura. Vou especificar alguns dos atrativos que visitei e outros programas que realizei durante meu período na cidade.

Para aqueles que não sabem, Dubai é um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos (UAE). Localizado na costa do Golfo Pérsico, Dubai é o emirado mais populoso (2,2 milhões de habitantes) e a capital comercial da UAE.  A região se desenvolveu a partir do turismo, do comércio, da construção civil, mas também explora seu porto com localização estratégia, o petróleo e o gás natural. A língua oficial é o árabe, mas todos os moradores falam inglês.  Há também muitas pessoas falando híndi, devido ao grande número de indianos e paquistaneses que moram por lá. A moeda local é o Dirham e a cotação é de 1 Dólar = 3,65 Dirham/ 1 Euro = 4,5 Dirham (cotação de outubro de 2014). Ainda falando em câmbio, a cidade oferece várias casas de troca de dinheiro e os preços são tabelados, portanto, em qualquer estabelecimento a cotação é sempre a mesma, inclusive no Aeroporto. Ahhh! É cobrado uma taxa de US$ 2,00 por transação o que eu achei bem tranquilo!

Viajei para Dubai com a Qatar Airways saindo de São Paulo e com conexão em Doha. Não fiquei tão entusiasmada com a empresa, pois mesmo que as aeronaves fossem moderníssimas e o entretenimento completíssimo, achei o atendimento mais ou menos e as refeições foram as piores que eu já comi em uma companhia aérea. Ahhh! O Aeroporto de Doha é mara… O melhor aeroporto que eu já vi na vida! Eu odeio fazer conexões porque sempre acho uma perda de tempo, mas o Aeroporto de Doha era tão bacana que fiquei triste de permanecer lá por apenas 40 minutos.

Depois de quase 24 horas em trânsito, finalmente cheguei a Dubai. Peguei um táxi específico para o público feminino (achei bacanérrimo!) e cheguei ao meu hotel, o Ibis Hotel Mall of the Emirates. Escolher um hotel em Dubai é uma tarefa super fácil, pois a cidade conta com meios de hospedagem para todos os gostos e públicos. O problema é que as tarifas são astronômicas. Como ficaria uma semana no destino, preferi reservar um hotel prático e próximo à sede do evento. O Ibis é um hotel  novo e bem localizado, mas devo admitir que eu fiquei um pouco decepcionada com o empreendimento em si. Os colaboradores eram muito atenciosos (todos os hotéis que eu conheci durante a viagem tinham funcionários extremamente gentis), mas achei que os apartamentos precisavam de uma manutenção.

Deem uma olhada nas fotos do empreendimento. A primeira foto é do meu apartamento e a segunda é do espaço onde era servido o café da manhã.

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Dessa vez não vou especificar os dias de viagem, pois passei muito tempo no evento. Vou apenas destacar os atrativos que eu visitei durante minha estadia.

City tour por Dubai – Tirei meu primeiro dia para conhecer a cidade. Optei por pegar um desses ônibus turísticos e achei que foi a melhor opção, pois a cidade é muito espalhada e os atrativos estão localizados em diferentes regiões. Eu peguei o BigBus Tours. Ele custa AED 240 (US$ 65,75) e oferece dois roteiros. O primeiro roteiro é o azul no qual é possível conhecer o centro novo da cidade, o Burj Khalifa (o edifício mais alto do mundo), a praia de Jumeirah, além de passar em frente aos principais hotéis de Dubai como o Jumeirah Beach Hotel, o Atlantis The Palm e o Burj Al Arab. Deem uma olhada em algumas fotos do centro da cidade.

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Já o roteiro vermelho foca a região histórica de Dubai, passando pelo Dubai Museum (um museu super bacana localizado em um antigo forte do século XVIII que conta a história local), o Creek (um braço de mar que divide dois bairros históricos – o Bur Dubai e o Deira), a vila histórica e os souks (mercados típicos árabes). Infelizmente esta parte da cidade não é tão interessante como eu imaginei. Achei a vila histórica e os souks “um mico”. Estavam todos meio abandonados e me senti um pouco insegurança nesta região, mas vale a pena para aquele turista que quer conhecer uma área mais tradicional. No final, o passeio foi ótimo se não fosse o calor escaldante. Fazia 39o graus e um mormaço sufocante. Senti-me como se estivesse em Ciudad del Este – Paraguai em pleno verão. Abaixo eu coloquei algumas fotos tiradas no roteiro vermelho.

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Shoppings – A cidade é mundialmente conhecida pelo consumismo. É possível encontrar uma quantidade enorme de shoppings e shouks por todas as regiões. Dubai oferece opções infinitas para os turistas de compras, mas os preços não são tão atrativos como os blogs de turismo comentam. Mesmo que Dubai não cobre imposto pelos seus produtos, eles são mais caros que as mesmas opções na Europa e Estados Unidos. Eu fui para Dubai com uma listinha de coisas que eu planejava comprar, mas fiquei tão desanimada com os preços que acabei adquirindo só o essencial. Para aqueles interessados em umas comprinhas, eu recomendo o Mall of the Emirates e o Dubai Mall. O Dubai Mall é o maior shopping do mundo e você precisa de muitas horas para conhecê-lo por inteiro. O que eu achei mais interessante nos shoppings foi atentar que todas as vitrines das lojas dedicadas ao vestuário exibem pelo menos uma peça com brilho. Mesmo grifes que não são reconhecidas por seus bordados como Alexander McQueen ou Missoni conseguem expor muito “bling bling”. Isso me fez entender que as árabes são realmente loucas por peças de destaque. Já para as pessoas interessadas nos Souks, os tradicionais mercados árabes, eu recomendo o souk do Madinat Jumeirah e do próprio Dubai Mall. Eles não são históricos e tem um quê de parque temático, mas oferecem um ambiente climatizado, super agradável e possuem ótimas opções de compras.  Segue abaixo uma foto do interior do Mall of the Emirates e do Souk Madinat Jumeirah. Quando estiverem nos souks, não deixem de negociar o preço dos produtos!

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Hotéis – Como uma pessoa apaixonada por hotéis e professora de hotelaria, eu não poderia deixar de conhecer os mais importantes meios de hospedagem de Dubai. Tive o prazer de fazer visitas técnicas no Atlantis The Palm, no Burj Al Arab e no Complexo do Madinat Jumeirah. Os dois primeiros hotéis são os empreendimentos mais icônicos de Dubai e são o que chamamos de “over the top”. Oferecem um ambiente quase que temático (o primeiro inspirado na cidade perdida de Atlantis e o segundo com fortes traços árabes) e serviços que os colocam entre os melhores hotéis do mundo. Para ter uma ideia da estrutura destes empreendimentos, o Atlantis possui 22 restaurantes, praia privativa, aquário, parque aquático e nada menos que 7 funcionários por hóspede. Já o Burj Al Arab é considerado o único 7 estrelas do mundo (claro que o profissional de turismo sabe que um hotel sete estrelas não existe, é apenas uma jogada de marketing), também oferece 7 funcionários por hóspede e só a suíte presidencial possui dois mordomos particulares. Além disso, é possível usufruir de toda a estrutura de lazer disponibilizada pela Jumeirah Hotels com restaurantes, academias, casas noturnas, parque aquático, praia privativa, entre outros. Foi ótimo ter conhecido esses dois empreendimentos, mas devo admitir que o Madinat Jumeirah foi o lugar que mais me surpreendeu. Além de oferecer quatro diferentes hotéis de luxo, o complexo possui uma vibe extremamente romântica e um ambiente de mil e uma noites. Lindo! Uma pena esses hotéis serem tão caros… A tarifa custa a partir de EUR 400.00. Fica a dica para os mais abonados! Segue abaixo fotos das fachadas do Atlantis the Palm, do Burj Al Arab e do porto do Madinat Jumeirah.

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Programas imperdíveis – Dubai tem muitas opções de lazer… Parques aquáticos, aquários, pista de gelo, safáris no deserto, etc. Da experiência que eu tive na cidade, recomendo: 1) Dar uma passada na praia de Dubai. Aconselho ficar na Jumeirah Beach. Areias brancas, água de um lindo tom azul e bem quente são constantes por lá. E eles oferecem dias e horas específicas para mulheres e crianças. 2) Não deixem de andar de metrô. Além de ser um meio de transporte barato, Dubai oferece o metrô mais bacana e limpo que eu já vi na vida. Os táxis também são baratos, mas o metrô é sempre mais interativo. 3) Vejam a dança das águas no Burj Khalifa. O edifício oferece todos os dias às 18h um show conhecido como a dança das águas. Eu não sou muito fã desse tipo de espetáculo, pois acho meio brega, mas gostei muito. As águas dançam ao som de músicas árabes! Bacana! Disponibilizei abaixo uma foto do metrô e do show das águas em frente ao Burj Khalifa.

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Gastronomia – Não vou dar nenhuma dica específica de lugar como costumo fazer, mas gostaria de alertá-los que Dubai oferece várias opções gastronômicas. Gastronomia libanesa, persa e indiana são as mais populares no destino, mas é possível encontrar um pouco de tudo. Adorei os restaurantes libaneses e os fast foods indianos. Também encontrei algumas franquias inglesas, francesas e italianas. Ahhh! Encontrei até o Eataly, aquele restaurante/delicatessen/empório italiano super famoso de Nova York. Para quem tem interesse em saber, os preços são os mesmos encontrados na Europa.

E essa foi minha viagem ao mundo árabe. Dubai me conquistou demais! Poucas vezes na minha vida vi um lugar tão limpo e tão organizado. Achei as mulheres árabes muito bonitas e extremamente chiques. Gostei de ver a convivência harmônica entre árabes, indianos, orientais e outros turistas. É claro que não sou uma pessoa alienada. Tenho consciência de que a cidade não é perfeita. Sei dos problemas que Dubai enfrenta com as condições de miséria dos imigrantes na construção civil e que o consumo desenfreado e a expansão comercial têm causado problemas ambientais que já podem ser sinalizados hoje. Mas independente dos problemas, vi um território que venceu as adversidades naturais e geopolíticas e se transformou em um dos países mais fascinantes do planeta. Fiquei tão empolgada com a viagem que me interessei em conhecer outros territórios árabes como o Catar e o Barein. Vamos ver…

Minha única dica é… Visite Dubai no período do outono ou do inverno, pois o calor é enorme, e às vezes, desanimador. Mesmo que o ar condicionado role solto por toda a cidade, é sempre mais agradável ir a praia ou caminhar pelo centro histórico com uma temperatura menos escaldante.

Para fechar meu post com um pouco de graça e homenagear as mulheres árabes, postei uma foto minha com um lenço improvisado. No calor do deserto, é a única forma de encarar o sol.

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 Até a próxima!