Foi num baile em Asunción, capital do Paraguai

Não, essa não é a letra da música do Chitãozinho e Xororó. É mais um post contando minhas aventuras pelo mundo. De volta à saga “Conheça a América”, meu último destino foi Assunção. Acho que Assunção é uma cidade pouco explorada pelos brasileiros e muitas vezes estereotipada, mas é um lugar que planejo conhecer desde que era estudante de Turismo. Oficialmente batizada como Nuestra Señora Santa María de la Asunción, foi fundada em 1537 e é a capital e maior cidade do Paraguai com pouco mais de 700 mil habitantes. É conhecida como a “Mãe das Cidades”, pois durante o período colonial, Assunção foi ponto de partida de várias expedições que fundaram outras importantes cidades sul-americanas como Buenos Aires, Corrientes, Santa Fé e Santa Cruz de la Sierra. Assunção tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) maior que o de Curitiba e é a capital mais segura da América do Sul.

Viajei para Assunção com a companhia aérea paraguaia Amaszonas, que desde dezembro de 2017 oferece voos diretos partindo de Curitiba. A aeronave disponível é pequena (apenas 50 assentos), serviço enxuto, mas muito tranquilo. O Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi é pequeno, datado, mas suficiente para a demanda local. Minha única crítica é: O serviço na sala de embarque é muito fraquinho; eles poderiam disponibilizar mais opções de compras (duty free) e de alimentação. O melhor é que o Aeroporto está localizado próximo ao centro da cidade.

Passei apenas um final de semana em Assunção mas vou descrever todos os atrativos que visitei, dar algumas dicas e contar minha experiência durante a estada na capital paraguaia. A minha primeira dica é: Caso vocês estejam planejando visitar Assunção para fazer umas comprinhas, sinto informa-los que a cidade não possui a mesma oferta de produtos que outros destinos paraguaios como Ciudad del Este, Salto del Guairá e Pedro Juan Caballero. Essas sim são as capitais comerciais do país. Os produtos em Assunção são bem mais caros que nas demais cidades e muitos deles são mais caros que no Brasil. A segunda dica é: A moeda local é o Guarani e diferente de outras cidades paraguaias onde o comércio aceita facilmente o dólar e o real, na capital alguns lugares recebem apenas a moeda local. Quando aceitam dólar, a cotação praticada não é tão favorável, portanto, assim que chegarem ao país, troquem o dinheiro por Guaranies. A cotação do Guarani é de US$1.00 ₲ 5.700 (valores de agosto de 2018). Admito que é uma loucura lidar com valores tão altos, mas fiquem tranquilos, nada que uma calculadora a mão não resolva.

Se é para conhecer Assunção, precisa ser com estilo, portanto, durante meu final de semana fiz questão de ver e experimentar o que a cidade tem de melhor. Com relação ao meio de hospedagem, fiquei no Factoria Hotel, um hotel boutique localizado na parte mais moderna da cidade, a uma quadra da Avenida España. O empreendimento, mesmo com apenas 3 anos de funcionamento, tem carinha de fábrica antiga, com decoração vintage e cheio de objetos pincelados em antiquários. É um local mais intimista, inusitado, mas muito legal! As suítes são enormes e cheias de personalidade. Bom atendimento! Segue abaixo uma foto da fachada do edifício, do restaurante Ofelia, onde é servido o café da manhã, e dos ambientes da minha suíte giga.

Devo alertá-los de que a oferta hoteleira de Assunção é muito boa. É possível encontrar as principais redes mundiais e hotéis independentes de qualidade com tarifas competitivas, então não acho que seja um tópico que deva preocupar nenhum visitante.

City Tour – O centro histórico, também conhecido como microcentro ou casco histórico é relativamente pequeno, portanto havia planejado conhece-lo a pé. Fiz todo um roteiro, estudei cada uma das edificações, mas Assunção me recebeu com dias chuvosos e frios. Portanto, para conhecer essa parte da cidade optei pelo tour da Asuncion City Tour (US$ 27). É uma empresa que disponibiliza vans com guias que passam pelos principais pontos de interesse turístico. Durante o percurso de pouco mais de 3 horas visitamos o Barrio Carmelitas, onde conhecemos o palácio em estilo francês do General Andrés Rodríguez, antigo presidente do país, Banco Central del Paraguay, Bahía de Asunción, hoje conhecida como Costanera, Palácio de Gobierno, Barrio San Jerónimo, um dos mais antigos e peculiares da cidade, microcentro onde visitamos o Panteón de los Héroes, Casa de la Independencia, Catedral Metropolitana de Asunción, Manzana de la Rivera e retornamos ao ponto inicial do passeio pela Avenida Mariscal López, uma via muito arborizada onde há lindas casas históricas que, em grande parte, servem como repartições governamentais ou embaixadas. Admito que Assunção não é tão charmosa como Buenos Aires ou Santiago, mas é muito arborizada, florida e tem uma carinha de cidade latino-americana, no bom sentido da expressão. Achei o passeio muito legal e o recomendo. Caso tenham interesse, o tour sai todos os dias às 09h30 em frente ao Shopping del Sol.

E caso tenham interesse em fazer o tour a pé, acho que é um passeio viável, pois os principais edifícios históricos estão muito próximos uns dos outros e assim vocês têm a oportunidade de sentir melhor a cidade. Segue abaixo fotos do Palácio de Gobierno, da escadaria do Loma San Jerónimo, de uma das praças centrais e da fachada da Casa de la Independencia.

img_1748

Compras – Apesar de ter comentado que Assunção não tem a mesma gama de produtos que outras cidades paraguaias, ela possui vários centros comerciais que oferecem um pouco de tudo, muito similar aos shoppings brasileiros. Visitei o Paseo La Galeria, o mais exclusivo da cidade. Apesar de ser um espaço agradável e ter lojas hypadas como a Saxs e a Monalisa, o ponto alto é o espaço gastronômico variado localizado na entrada do empreendimento; o Shopping del Sol, com o maior número de opções de compra e o Shopping Mariscal. Recomendo os dois primeiros; já o terceiro, achei desnecessário, pois é apenas mais do mesmo. Ahhh! Tenho que contar que a cidade de Assunção oferece muitas marcas brasileiras. Cozinhas Florense, Sierra Móveis, Carmen Sttefens, Havaianas, Arezzo, Capodarte, Melissa, Puket, Lupo, Dudalina são apenas algumas das muitas lojas brasileiras que vi durante o passeio. Fico sempre orgulhosa quando vejo marcas brasileiras pelo mundo. Ainda no quesito compras, outro lugar que conheci foi a Avenida San Martín. Por lá, encontram-se lojas dedicadas a produtos para casa. Elas possuem muitas opções, preços acessíveis e foi o momento que mais me senti como em Ciudad del Este. Fica a dica!

Gastronomia – O que mais me surpreendeu nesta viagem foi a oferta gastronômica da cidade. Se vocês visitarem Assunção achando que ficarão a base de sopa paraguaia e chipa, se surpreenderão. A cidade oferece vários restaurantes descolados, diferentes gastronomias e há muitos espaços que unem elementos tradicionais da culinária paraguaia com toques contemporâneos. Durante minha estadia em Assunção fiz questão de jantar no Tierra Colorada, considerado o melhor restaurante da cidade. Para ser sincera, a comida em si não me surpreendeu, até não me caiu bem, mas achei fantástico o conceito de unir elementos tradicionais à gastronomia internacional, portanto, caso tenham interesse em experimentar um lugar diferente, deem uma olhada nesta opção. Segue abaixo uma foto do salão do restaurante e do meu prato, um parpadelle caseiro com camarões.

Transporte – Para mim, o único ponto genuinamente negativo do destino foram os táxis. Além da frota completamente ultrapassada, tivemos o azar de pegar apenas veículos sujos, alguns taxistas rudes, outros completamente perdidos, sem noção ou exploradores. Portanto, meu conselho para os visitantes é: Se preparem….  E para o poder público: Por favor, pensem numa reestruturação neste tipo de transporte, pois não condiz com o que a cidade quer ser. Se é a única opção de transporte para os turistas (pois não há Uber disponível), que sejam confortáveis, padronizados e profissionais

E assim foi mais uma aventura. Minhas expectativas eram tão altas (afinal foram tantos anos esperando por essa viagem) que estava com medo de me decepcionar. No final, fiquei feliz de conhecer mais esse pedacinho da América do Sul. Uma pena não ter visto a cidade com o sol característico da região, mesmo assim, conhecer Assunção é quebrar estereótipos. Muitos brasileiros veem o Paraguai como um país desorganizado, pobre e essa não deveria ser a visão geral das pessoas. Vi durante minha estada em Assunção um país estruturado, com uma rica história e cultura ímpar, muito orgulhoso de sua origem e muito otimista com o presente e com o futuro. É claro que ainda é possível ver algumas falhas estruturais (durante a chuva do final de semana as ruas pareciam um rio, quer dizer, não havia escoamento de água e, se havia, não estava funcionando adequadamente. Além disso, a cidade oferece uma frota de ônibus coletivo muito antiga, sem contar os táxis que relatei em detalhes), mas ao mesmo tempo vi uma cidade moderna, antenada e que se desenvolve rapidamente.

Para fechar o post queria compartilhar a foto deste edifício público com portas de ouro (teve uma turista argentina engraçadinha na excursão que fez uma piada afirmando que se fosse no país dela, as portas já teriam sido roubadas e colocariam apenas algumas cortinas para cobrir a entrada – possivelmente um brasileiro faria uma piada similar) e com as bandeiras do Paraguai em todos os cantos. Isso ilustra um pouco do nacionalismo presente no país e no espírito atual dos paraguaios.

Assim como tenho feito nas minhas últimas viagens, fiz um vídeo simples mostrando um pouco da aventura. Dou destaque especial aos shoppings e à hospedagem. Caso tenham interesse é só clicar no link abaixo.

Até a próxima!

Voltando ao Chile (Santiago, Viña del Mar, Valparaíso e Valle Nevado)

Era uma vez uma menina simples, persistente, feliz com as escolhas e conquistas que tinha alcançado na vida (mesmo que ainda tivessem sido poucas), que já conhecia grande parte do Brasil, mas com pouquíssima experiência internacional (excluindo algumas incursões em cidades fronteiriças). Era fã de viagens aéreas e aeroportos, tinha poucas expectativas e sonhos para o futuro, mas era curiosa, aficionada por história e cultura e possuía uma vontade enorme de aprender. Em 1998, no feriado da Páscoa, ela decidiu realizar sua segunda viagem internacional; desta vez, visitaria o Chile. No entanto, por mais que tivesse aproveitado o destino e aprendido um pouco mais sobre a cultura latino-americana, ela achava que o país não tinha a conquistado completamente. Vinte anos se passaram e essa menina se tornou uma mulher; muito mais segura, mais decidida, mais corajosa e exigente e com uma grande experiência e bagagem cultural. Neste espaço de tempo, ela teve o privilégio de visitar mais de 30 novos países por diferentes continentes e incontáveis cidades. Mesmo assim, ela decidiu voltar ao Chile para ver o destino sob um novo ponto de vista, ela queria saber se teria as mesmas impressões e sensações que teve na sua primeira visita. Começo esse post dividindo essa história muito pessoal, pois foi esse o motivo que me fez voltar ao Chile neste último feriado. E são essas novas experiências e visão que trago para vocês hoje.

O Chile é uma república localizada na América do Sul, um dos poucos países sul-americanos a não ter fronteira com o Brasil. É um território estreito (tem apenas 175 quilômetros de leste a oeste) e muito comprido. É considerado um país ilhado (nunca tinha visto o Chile por este ângulo), pois tem o Deserto do Atacama ao norte, a cordilheira do Pacífico a oeste, a cordilheira do Andes a leste e as geleiras da Patagônia ao sul. A moeda nacional é o peso chileno (R$ 1,00 175.00 CLP) e sua economia está baseada na exportação de minérios, em grande parte o cobre e o lítio; frutas, vinhos e pescados. Contudo, aos poucos o Turismo tem se inserido como um setor representativo na economia local. É um dos mais estáveis e prósperos países da América do Sul, com alto índice de desenvolvimento humano, qualidade de vida, estabilidade política e liberdade econômica.

Viajei para o Chile com a Gol. Embarquei em São Paulo e cheguei à Santiago em 4 horas (na verdade foram 5 horas e 20 minutos, pois houve um atraso gigantesco durante o percurso). Ainda falando sobre voo, foi a minha primeira viagem internacional com a companhia aérea Gol. Por um lado, fiquei contente ao constatar que as aeronaves utilizadas neste trecho são novas, mas o serviço de bordo precisa ser repensado. Durante o voo de ida, o atendimento foi muito frio e as opções de jantar eram apenas lasanha de berinjela e carne de porco. Sério?! Minha dica é, Gol, por favor, seja mais democrática na oferta gastronômica de seus voos internacionais, mesmo que sejam de curta duração. O Aeroporto de Santiago está defasado, mas estão construindo um novo aeroporto em frente ao antigo terminal, portanto acredito que em pouco tempo a nova estrutura estará preparada para o crescente turismo receptivo do país.

Algumas dicas para viajantes de primeira viagem: Comparado a outros países latino-americanos como o Peru e a Colômbia, o Chile é um país caro. Transporte, passeios, comida, tudo é caro, mais caro que o Brasil. Portanto, não fiquem tão empolgados achando que vão comprar tudo que vem pela frente, pois o rombo no cartão de crédito poderá ser alto. Segunda dica: Caso queiram comprar pesos chilenos, recomendo que viajem com reais e troquem a moeda brasileira nas casas de câmbio do centro de Santiago onde as cotações são mais vantajosas. O comércio em geral não aceita reais ou dólares americanos e, quando aceita, as cotações não são das melhores, então prestem atenção.

Fui à Santiago decidida a me hospedar em um hotel bacana e admito que a cidade oferece boas opções para os viajantes. Pensando na tríade localização/ custo/ benefício, escolhi o Hotel Cumbres Lastarria. O empreendimento é bem moderno, com uma pitada de design, os quartos são confortáveis, espaçosos e a localização é ótima, próximo de restaurantes, dos principais pontos turísticos da cidade e do bairro Bellavista, uma região boêmia de Santiago. O único ponto negativo é a falta de manutenção em alguns quartos. Havia um vazamento no teto da minha ducha (vocês poderão ver com mais detalhes no vídeo que anexei abaixo) e mesmo alertando a recepção sobre o problema, não me colocaram em outro apartamento e nem recebi um pedido de desculpas pelo inconveniente. De qualquer forma, recomendo o empreendimento, pois no geral o hotel é muito bom. 

Mas vamos ao que interessa, à viagem em si.

1º Dia – Santiago do Chile

Fizemos um tour com os tradicionais ônibus turísticos. Eles percorrem os principais pontos de Santiago; são treze paradas e é uma ótima oportunidade para ter um dimensionamento da cidade. O ônibus que tomamos é administrado pela Turistik (acho que é uma das maiores empresas turísticas da cidade) e funciona muito bem. Passamos por vários bairros como Santiago Central, Providencia, Las Condes, Bellavista, entre outros, e pelos principais atrativos como a Plaza de Armas (onde fica a Catedral), a Plaza de la Constitución (ponto que abriga o Palácio de la Moneda), o Cerro de Santa Lucía e o Cerro San Cristóbal. Segue abaixo uma foto da Catedral de Santiago.

Minha paixão por Santiago foi sacramentada neste passeio. Como a cidade é linda! Não me lembrava desse detalhe (que de detalhe não tem nada!). É moderna, mas com pitadas de história, é organizada, aconchegante, oferece uma infraestrutura incrível e tem uma beleza cênica sem igual (está situada entre duas cordilheiras, a cordilheiro do Pacífico e a cordilheira dos Andes, então vocês veem montanhas por todos os lados). Enfim, na minha opinião é a cidade mais bonita da América do Sul. Para quem tem interesse neste ônibus é possível tomá-lo nos principais pontos turísticos ou shoppings da cidade. Há dois tipos de tickets; o mais simples custa 23.000 CLP e dá direito a paradas em todos os pontos do tour. Há também o ticket premium que custa 30.000 CLP; além do trajeto de ônibus, este tipo de bilhete inclui o passeio de funicular no Cerro San Cristóbal e ticket do teleférico. Eu adquiri o tour mais barato e o recomendo, pois mesmo que vocês tenham interesse em andar de teleférico e de funicular, o valor dos dois passeios comprados individualmente fica abaixo dos 7.000 CLP cobrados a mais pelo ticket premium. Passeio bacana e vale super a pena! Segue abaixo algumas fotos da cidade. A terceira foto é uma panorâmica de Santiago a partir do Cerro San Cristóbal. Dá para ver a cordilheira ao fundo.

À noite, jantamos na Calle Constitución em Bellavista, onde há diversos restaurantes turísticos.

2º Dia – Viña de Mar e Valparaíso

Compramos um tour de um dia com a TurisTour (36.000 CLP) para conhecer estes dois destinos. Na minha primeira visita ao Chile, eu fiquei encantada com o cuidado de Viña de Mar e tinha achado Valparaíso bem ok. Queria ver se minha impressão sobre os locais mudaria nesta visita, vinte anos depois.

Para quem não sabe, Viña del Mar está a pouco mais de 100 quilômetros de Santiago e é uma cidade litorânea conhecida por sua praia, pelo festival de música e pelo cassino. Já Valparaíso está localizada ao lado de Viña del Mar e possui o principal porto do país. O Porto tem uma história interessante, pois durante muito tempo foi o mais importante porto do Pacífico, já que todos os navios da costa leste dos Estados Unidos que viajavam para a costa Oeste, precisavam dar a volta pelo sul da América do Sul e o Porto era parada obrigatória neste trajeto. A cidade, que teve uma grande imigração europeia nos séculos XVIII, XIX e começo do século XX, se desenvolveu por conta desta vantagem competitiva geográfica. No entanto, com a abertura do Canal do Panamá, em 1914, Valparaíso perdeu sua posição estratégica o que gerou declínio populacional e recessão econômica, mas a cidade conseguiu se reerguer. Hoje é conhecida como um destino estudantil, devido ao considerável número de universidades, é a sede do poder legislativo do Chile, bem como de outras repartições estatais. Seu setor histórico é tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO desde 2003.

Passamos a manhã em Viña del Mar e devo admitir a cidade não me pareceu tão charmosa como estava em minha memória. Achei-a só ok e o mar estava muito bravo, sinceramente eu não teria coragem de entrar na água. Segue algumas fotos de Viña del Mar. A segunda foto é do Cassino.

No período da tarde fomos à Valparaíso. Visitamos a pé as casas coloridas cobertas de alumínio tombadas como Patrimônio Histórico; andamos por um dos 10 funiculares em funcionamento na cidade e terminamos o tour no Porto. Como da primeira vez, a cidade também não me impressionou. Admito que há alguns edifícios lindos, as antigas casas tombadas hoje se transformaram em um comércio hipster cheio de hotéis boutique, hostels, cafeterias e restaurantes, e os grafites estão colorindo muito pontos da cidade; mesmo assim, Valparaíso continua só ok no meu coração. Segue abaixo algumas fotos das casas históricas e da região do porto.

De qualquer forma, gostei de ter voltado às duas cidades e também recomendo este passeio para quem quer conhecer um pouco mais sobre o país. 

À noite, voltamos à Calle Constitución para jantar em um dos vários restaurantes da região.

3º Dia – Valle Nevado

Esse era, sem dúvida, o tour mais aguardado da viagem, pois seria minha primeira vez em Valle Nevado e achei que eu ia dar uma de Elza do filme Frozen. Estava pronta para escalar a neve e fazer skibunda. Comprei um tour de 5 horas com a Turistik (a mesma empresa que opera o ônibus turístico de Santiago – 32.000 CLP). O tour foi muito legal, pois subimos a Cordilheira dos Andes até chegar à 3.500 metros de altitude. A subida é linda, pois é toda cortada por montanhas (deem uma olhada na foto abaixo), mas é sofrida. Subir a cordilheira tão rápido nos deixa sem ar, dá enjoo, dor de cabeça, uma zonzeira, mas vale a pena. O mais legal do caminho foi ver umas vaquinhas “ninja” que “escalavam” a cordilheira procurando pasto. Como certeza elas estavam achando que eram lhamas ou vicuñas e nem ligavam para os ciclistas corajosos ou para os vários carros no caminho.

A minha tristeza foi que eu estava toda trabalhada no agasalho para “brincar na neve”, mas descobri que a neve só aparece a partir do mês de julho. A Estação de Ski estava aberta para trilhas e tinha até uma competição de bicicletas, mas apenas um restaurante estava em funcionamento e todos os resorts fechados. Tudo bem, Valle Nevado é lindo de qualquer jeito e pude ver, nem que seja de longe a neve no Cerro El Plomo. Segue abaixo uma foto do meu look “Barbie na Neve” com a montanha nevada ao fundo (bem lá no fundo). Também anexei uma foto de parte das cordilheiras onde vimos um show dos condores.

4º Dia – Santiago do Chile

Para fechar minha viagem ao Chile, não poderia deixar de fazer um Free Walking Tour. Na verdade, eu tinha planejado esse passeio no meu primeiro dia em Santiago, mas imprevistos acontecem. De qualquer forma, o tour, mesmo que no último dia, foi maravilhoso para entender um pouco mais da cidade. Optei pela Free Tour Santiago; eles oferecem tours todos os dias em Inglês e Espanhol às 10h e às 15h com saídas em frente à Catedral. É muito fácil identificar os guias, pois eles estão vestidos com uma camiseta vermelha. O conceito é muito simples, eles oferecem o melhor tour que eles podem e vocês decidem quanto vale o passeio. O tour dura 4 horas, mas é tranquilo, vocês podem sentar em alguns pontos e há 30 minutos de descanso durante o percurso. É explicado um pouco de tudo, desde a história colonial do país, muito semelhante à história de outros países latino-americanos, à história contemporânea. Eles comentam, inclusive, pontos polêmicos como a grande quantidade de cachorros de rua em Santiago e a possibilidade da legalização das drogas no país. Muito, mas muito legal, super recomendo! Segue abaixo algumas fotos tiradas durante o passeio. A última foto é do Palácio de la Moneda, o palácio presidencial.

E assim terminou mais uma viagem. Fiquei encantada com o Chile, principalmente com Santiago. É um país com uma infraestrutura impressionante, com pessoas nas ruas a qualquer hora do dia. De povo simpático, comida farta e deliciosa, o Chile me agraciou com um tempo perfeito; céu incrivelmente azul e muito sol. Depois desta experiência, fiquei tentada a voltar a outros lugares que não visito há muito tempo. Quem sabe com essa nova visão não passo a me apaixonar por destinos que em um primeiro momento não me chamaram tanto a atenção. E vocês, se animaram a visitar o Chile? Tenho certeza de que não se arrependerão.

Ahhh! Agora também virei Youtuber. Fiz um vídeo amador sobre esta viagem (meio tabajara). A resolução das imagens não está das melhores, as imagens ficaram tremidas, pois foram feitas pelo meu celular e consegui me filmar no pior ângulo possível, mas relevem, foi a primeira tentativa de um vídeo. Apresento um pouco do voo, toda a estrutura do hotel, inclusive mostro o rombo no teto do chuveiro, filmei também alguns dos passeios. E o melhor de tudo é que este vídeo foi amavelmente editado pelo meu sobrinho de apenas 8 anos. Se assistirem o vídeo, deem um 👍🏻 para me incentivar a fazer outros. Prometo que os próximos sairão mais profissionais.

¡Hasta luego!

Salta, Quebrada de las Conchas e Cafayate (Argentina)

Salta era um destino que eu planejava conhecer a alguns anos. Meu interesse pela cidade surgiu a partir dos comentários de alguns amigos sobre seu patrimônio histórico e de uma viagem que fiz a Mendoza. Minha viagem à Mendoza (para quem tem interesse, deem uma olhada clicando na palavra link) tinha uma escala em Salta e fiquei encantada pelas montanhas de cor terracota que rodeavam a cidade, paisagem bem típica de deserto. Mas para quem nunca ouviu falar deste destino, Salta é uma das mais importantes cidades do noroeste da Argentina com quase 600 mil habitantes. A base de sua economia está na agropecuária e na extração de petróleo e gás. No entanto, aos poucos a atividade turística tem crescido e a cidade tem explorado o turismo como uma fonte de renda e desenvolvimento.

Viajei para Salta com a Aerolíneas Argentinas. Embarquei em Puerto Iguazú (Argentina) e, apesar da turbulência, em quase duas horas já estava no destino final. O Aeroporto de Salta é pequeno, antiquado e possui um serviço muito lento. Precisa de uma reforma urgente!

Sobre os meios de hospedagem, Salta possui uma oferta limitada de estabelecimentos, mas se procurarem com atenção, encontrarão boas opções. Fiquei hospedada no Villa Vicuña Hotel Boutique. Para ser bem sincera, tenho um pouco de receio em escolher empreendimentos independentes, mas esse hotel pequeno, charmoso e localizado em um edifício histórico chamou minha atenção. O estabelecimento possui um serviço atencioso, personalizado e o café da manhã, mesmo não tendo uma grande variedade de produtos, oferece opções de ótima qualidade. E o melhor de tudo é a sua localização, há apenas duas quadras da Plaza 9 de Julio, o ponto central da cidade. Aprovado! Deem uma olhada na fachada do edifício e no apartamento.



Para este post, dividirei o texto em três itens. Explicarei cada uma das cidades que visitei e inclui um último item com dicas de viagem. Acredito que dessa forma entenderão melhor os atrativos e características de cada local.

Salta

É uma cidade onde é possível conhecer os principais atrativos a pé, pois eles estão localizados, basicamente, na região central, chamada de casco histórico. Cheguei a Salta com expectativas muito altas e admito que fiquei um pouco decepcionada, pois para quem conhece outras cidades latino-americanas com um pegada histórico-cultural como Bogotá, Cartagena, Lima, Quito e Ciudad de Panamá, o centro histórico de Salta não tem a mesma riqueza. De qualquer forma, comecei a visita na Plaza 9 de Julio, principal ponto da cidade e onde congrega os edifícios mais importantes de Salta como El Cabildo e a Catedral. É uma praça grande, com coreto, chafariz, enfim, tem tudo o que vocês esperam de uma praça clássica.


Na Praça, visitei El Cabildo. Este é o edifício colonial mais antigo da cidade (séc. XVIII). Já foi prefeitura, tribunal, prisão, sede do poder legislativo, e hoje congrega o Museo Histórico del Norte. O Museu traz informações sobre os primeiros habitantes da região, objetos, mobiliário, veículos e fotos que descrevem o período colonial, a guerra da independência e os primórdios da Argentina como uma nação. O museu é só ok; o acervo é pequeno, mas para quem tiver interesse na visita, o ingresso custa $20 (R$ 4,00). Segue fotos da fachada do Museu e de um dos pátios no interior do edifício.



Durante o passeio pelo centro visitei, ainda, o Convento de San Bernardo, um dos edifícios mais antigos da cidade, e as lindas Igresia de San Francisco e Iglesia Nuestra Señora de la Candelaria de la Viña. Abaixo disponibilizei fotos do Convento de San Bernardo e das coloridas Iglesia de San Francisco e da Iglesia La Viña.



fullsizerender-1

Andei pelos calçadões e me perdi pelas estreitas ruas do centro. Fazendo esse tipo de passeio é possível encontrar muitas lojas oferecendo produtos regionais como vinhos e alfajores e algumas preciosidades coloniais, como os edifícios abaixo.

Finalizei o passeio no Museo Güemes. O museu, localizado em uma casa história onde o General Martín Miguel de Güemes passou sua infância, apresenta de forma didática e inovadora a vida deste herói argentino, uma das pessoas mais importantes na independência do país. O museu é composto por 10 salas que mostram vídeos usando técnicas com efeitos cenográficos, luminosos, programas multimídia e apresentações audiovisuais. É bem diferente! Achei interessante pelo conceito do museu, mas também por mostrar um pouco mais da história do país. O museu custa $ 100 (R$ 20,00), mas só o recomendo para quem gosta de história ou queira se aprofundar no assunto. 



Vale ressaltar que Salta possui vários outros museus interessantes, portanto se tiverem um tempinho extra, não deixem de visita-los.

Quebrada de las Conchas e Cafayate

Este foi um tour de um dia que adquiri na Argentina4you (US$ 54). No entanto, há várias empresas de turismo em Salta que oferecem o mesmo passeio. Saí de manhãzinha em direção à Cafayate pela Ruta 68. Segue uma foto da estrada e da paisagem local.


A distância entre Salta e Cafayate é de 190 quilômetros, mas durante o percurso, o tour passou por um dos lugares mais lindos que eu já tive a oportunidade de conhecer, a Quebrada de las Conchas. A Quebrada é uma reserva natural no qual há formações rochosas de diferentes cores e formatos. A paisagem é de tirar o fôlego e quem está admitindo isso é uma pessoa que não é muito ligada em áreas naturais. Passamos por formações muito diferentes como La Garganta del Diablo, El Anfiteatro, Tres Cruces e la Yesera. Abaixo segue algumas fotos do caminho. Desculpem, dei uma exagerada nas fotos, mas é que não resisti. A primeira delas é da Garganta del Diablo e a segunda é do Anfiteatro.

IMG_0084




Nosso grupo chegou a Cafayate no horário do almoço. A cidade é muito típica, simples e pequena, mas é conhecida como a terra do sol e dos vinhos. Possui excelentes vinhos produzidos em altas altitudes e bodegas centenárias. Após o almoço visitei a Vasija Secreta, uma vinícola em operação há mais de um século que produz 850 mil litros de vinho ao ano. Entre as variedades de uva produzidas na região, chamou minha atenção a Torrontés, uma espécie típica argentina. Deem uma olhada na fachada da Vinícola e nos vinhos produzidos pela marca.



Os vinhos da região são mais frutados, gostei! Após a visita e degustação, o grupo retornou a Salta pela mesma estrada, revendo as lindas formações rochosas da Quebrada. É um passeio muito cansativo, mas vale super a pena.

Dicas de viagem

a) Gastronomia: Salta é conhecida por ter as melhores empanadas da Argentina, portanto, não deixem de prova-las. É possível encontra-las em qualquer restaurante ou boteco de esquina, mas se eu puder recomendar um lugar específico, indicaria o Restaurante Doña Salta (recomendação do recepcionista do hotel). Este restaurante tem uma vibe meio temático, com garçons usando vestimentas gaúchas e é especializado em culinária típica salteña. As empanadas, assadas em forno a lenha, são  pequeninas, mas MARAVILHOSAS!

Se vocês forem ainda mais aventureiros, experimentem outros pratos locais como as humitas (pamonhas salgadas), os tamales (pamonhas recheadas), o locro (um guisado feito com chorizo, milho branco, feijão branco, entre outros condimentos), a parillada (o típico churrasco argentino) e o popular sándwich de miga (sanduíche de presunto e queijo montado sob várias camadas de pão de forma sem casca). Experimentem as delícias salteñas acompanhadas com um bom vinho da região ou com a cerveja Salta, bebida local.

b) Souvenirs: A cidade oferece várias lojas de souvenirs que vendem um pouco de tudo, em grande parte, com referência andina. No entanto, em minha opinião, as lojas mais fofas são a Almandina e a Caschy. Ambas estão localizadas na Calle Caseros. Admito que não são as lojas mais baratas, mas é uma tentação para quem está procurando uma lembrancinha. Ahhh! Se estiverem buscando doces argentinos, recomendo El Gauchito Salteño (também na Calle Caseros), uma loja especializada em produtos locais. É um lugar simples, mas foi onde encontrei os melhores alfajores e conitos de Salta.

E assim terminou mais uma viagem. Viajar é sempre bom. É uma oportunidade de sair da rotina, conhecer novas culturas, novos costumes e valorizar a vida. Como destaquei no começo do texto, esperava um pouco mais de Salta, mas ao mesmo tempo, fiquei entusiasmada com a Quebrada de las Conchas. Também gostei muito da culinária salteña, repleta de massas caseiras, alfajores artesanais e a melhor empanada da vida. Continuo achando que os argentinos tem o pior gosto para sapatos do mundo (não tem jeito, lá eu encontro os calçados mais feios que vocês podem imaginar). E, se, por um lado, as pessoas não são as mais bonitas, acho que são as mais abertas e simpáticas que já conheci na Argentina.

¡Hasta luego!

Visitando o Equador (Guayaquil, Cuenca e Quito)

Ainda com o objetivo de explorar a América, neste verão visitei o Equador. O Equador é um país que eu queria conhecer a muitos anos, mas como é um destino caro (dá para visitar a Europa com o mesmo valor!), acabei adiando um pouquinho esse desejo. 

Para quem não sabe, o Equador fica na América do Sul entre a Colômbia e o Peru. Foi o primeiro país da América Latina a entrar nos movimentos de independência contra a monarquia espanhola, portanto é conhecido como “Luz da América” e, depois de passar por um período de ditadura, vive hoje como uma república presidencial no qual seus governantes são muito bem vistos pela população local (situação difícil na atual conjuntura política mundial!). A principal língua do Equador é o espanhol, mas por haver uma grande comunidade indígena, outros idiomas como o quíchua também são falados pelas diferentes regiões do país.

img_5179

O país é famoso pela qualidade do seu chocolate, já que é um dos maiores e melhores produtores de cacau do mundo; pela exportação de rosas e pelo petróleo. A economia é dolarizada, portanto o dólar é a moeda oficial. No entanto, os trocados distribuídos nas lojas são dólares cunhados no próprio Equador, então minha primeira dica de viagem é: quando estiverem no Equador e ganharem moedas de dólar equatoriano, gaste-as enquanto estiver por lá, caso contrário, vocês perderão dinheiro, pois elas não são aceitas em outro lugar.

Dessa vez, voei de Latam saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos com escalas. Não há voos diretos do Brasil para o Equador, então a melhor saída é comprar voos com o menor número de escalas possível para não passar dias entre as salas de embarque dos aeroportos. Afff! E tenho que destacar que os aeroportos do Equador são mara; modernos, bonitos, limpíssimos, práticos; estou para dizer que são os melhores da América Latina.

Para este post vou contar minha viagem pelas cidades que visitei. Vou fazer um panorama geral da cidade e depois tentarei me concentrar nos atrativos turísticos em si. Entre as explicações disponibilizei algumas fotos e especifiquei o preço de algumas atrações.

Guayaquil

Mesmo não sendo a capital do país, Guayaquil é a maior cidade do Equador com pouco mais de três milhões de habitantes. Fundada em 1538, sua economia é baseada na importação e exportação de produtos, pois possui o maior porto do país. Eu devo dizer que essa foi a surpresa da viagem. Fui para Guayaquil achando que a cidade seria um mico, pois possui poucos atrativos turísticos, mas me surpreendi. É uma cidade com avenidas largas, extremamente limpa, segura, super arborizada e muito organizada. Foi nossa primeira cidade no Equador e a primeira impressão do país foi a melhor possível. Deem uma olhada em alguns edifícios do centro.

img_5043

img_5036

img_5044

Durante nosso período na cidade, visitamos o Malecón 2000, um calçadão beira-rio muito agradável que percorre pouco mais de dois quilômetros e oferece estabelecimentos gastronômicos, atividades de lazer para toda a família e uma roda gigante bacana nos moldes da London Eye. Também visitamos o bairro de Las Peñas, uma região histórica de Guayaquil cuidadosamente restaurada. A região possui hotéis boutique, galerias de arte e restaurantes. Esse atrativo foi uma agradável surpresa, pois ele é muito mais charmoso que o exibido nas fotos dos blogs de viagem. Recomendo a visita tanto no período do dia como da noite. Deem uma olhada!

img_5063

img_5060

Fechamos nossos passeios na cidade com uma visita ao Parque Histórico de Guayaquil, um parque público e gratuito que mostra três facetas do destino. A primeira destaca a fauna e flora local, com animais de diferentes espécies dispostos em parte da floresta tropical; a segunda mostra edificações antigas de Guayaquil que foram retiradas do centro da cidade e transladadas para o Parque, todas muito bem conservadas e a terceira mostra sobre a vida na Costa Equatoriana, exibindo a questão do cacau e o cotidiano da região. O Parque é muito agradável, extremamente bem cuidado e agora oferece até um hotel super luxo por lá (Hotel del Parque). Gostei e o recomendo, deem uma olhada!

img_5121

img_5129

Em Guayaquil fiquei hospedada no Windham Hotel, um dos melhores hotéis da cidade. Ele é realmente muito bom; moderno, cheiroso, ótima estrutura e bem localizado, ao lado de Las Peñas. Recomendo!

img_5065-2

img_5031

Cuenca

Se Guayaquil foi a surpresa da viagem, Cuenca foi a decepção! Fundada em 1557, Cuenca é a terceira maior cidade do Equador com poucos mais de 700 mil habitantes. É declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO e pelo que havia lido sobre o destino, seu centro histórico é considerado por muitos como o mais bonito das Américas. No entanto, as poucas coisas que me chamaram a atenção na cidade foram: (I) a praça central onde é possível ver a enorme Catedral de la Inmaculada Concepción (foto abaixo) e a antiga catedral barroca localizada do outro lado da praça.

img_5100

(II) A fábrica de chapéus Homero Ortega, uma das muitas marcas que produz o famoso chapéu Panamá.

img_5083

img_5130

(III) E a típica roupa das mulheres de Azuay (província na qual Cuenca é capital). As mulheres andinas são extremamente vaidosas com suas trancinhas características; sempre muito bem produzidas com meia calça, saia de veludo (falda de terciopelo), muitas dessas saias eram bordadas à mão. Queria ter tirado foto delas, mas fiquei com vergonha. Então, vai ficar para a imaginação. Desculpem-me!

img_5107

img_5111

Quito

Fundada em 1534, Quito é a capital do Equador, mas é somente a segunda cidade mais populosa do país com pouco mais de dois milhões de habitantes. Por sua riqueza natural, geográfica, arquitetônica, cultural e estética foi reconhecida pela UNESCO como o primeiro Patrimônio Cultural da Humanidade em 1978. Vale ressaltar que este título, se deve em parte ao Centro Histórico da cidade que possui o maior conjunto arquitetônico do século XVII da América Latina.

A cidade está localizada em um vale cercado por cadeias de montanhas e vulcões, e por conta de sua altitude (2.850 metros acima do nível do mar), o clima é fresco (para não dizer frio) e constante. Quito está situada aproximadamente a 35 km a sul da linha do Equador. Um monumento marca o local, conhecido como La Mitad del Mundo, mas já conto mais sobre ele. Diferente de Guayaquil, Quito tem ruas mais estreitas e é mais caótica, mesmo assim, não menos segura. Como o principal atrativo da cidade é o centro histórico, tiramos alguns dias para explorá-lo. Para ser sincera, além da Plaza de la Independencia, também conhecida como Plaza Grande, espaço no qual está a Catedral Metropolitana de Quito e o Palácio Presidencial, e a região de La Ronda, não achei o centro histórico tão bonito como o de outras cidades latino-americanas como Bogotá, Cartagena de Índias e Ciudad de Panamá. Mas, em compensação, acho que Quito deveria ganhar o título de cidade com as igrejas mais bonitas do mundo. Sou uma aficionada por igrejas, pois aprecio demais arte e arquitetura, mas na minha vida toda nunca encontrei uma cidade com TANTAS igrejas de tirar do fôlego.  A cidade tem tantas igrejas em um mesmo espaço que ela é conhecida como o “Claustro da América”.

Vamos falar um pouquinho sobre elas:

Igreja da Companhia de Jesus – É a igreja mais bonita que já vi na vida e olha que eu já visitei MUITAS igrejas nesta minha vida. Em estilo barroco, a igreja levou “apenas” 160 anos para ser concluída.  Ela é toda coberta em ouro em um trabalho chamado pan de oro (talhada em madeira e coberta com ouro). A visita custa US$ 5.

img_5159

Convento de São Francisco – Em minha opinião é a segunda igreja mais bonita de Quito. Considerada a igreja mais antiga da cidade Quito (1535), o interior barroco apresenta trabalhos em pan de oro que também tiram o fôlego de qualquer um que aprecie arte. Caso tenham interesse, a visita à Igreja é gratuita, mas o espaço do antigo Convento também está aberto à visitação e custa US$ 2.  

img_5161

img_5162

Catedral Metropolitana de Quito – É a principal igreja da cidade. Foi construída entre 1535 e 1567 e mistura diferentes estilos arquitetônicos. A visita custa US$ 2. 

img_5156

Sobre os demais atrativos:

Museu Ciudad – Durante meus dias em Quito visitei outras igrejas e museus que nem vou explicar, pois não acho que valem tanto a pena, mas esse museu vale muito. Localizado em uma construção colonial que serviu como hospital, o Museu de la Ciudad (US$ 2) mostra a história de Quito e do Equador. Ele é interativo, com vários objetos. O mais legal foi ver que além do espanhol, todas as explicações também estavam em Inglês e Quíchua (super inclusivo). Recomendo!

img_5166

img_5167

Palácio Presidencial – O Palácio tem visita de hora em hora e entrada gratuita. Só é necessário apresentar documento de identificação com foto e reservar a visita com antecedência na cabine ao lado da entrada central. É um palácio bonito e fiquei empolgada, pois durante a visita pude ver o presidente. Não é uma visita fenomenal, mas é legalzinho.

img_5158

img_5141

Ciudad Mitad del Mundo – É um parque localizado na cidade de San Antonio, a 26 quilômetros ao norte de Quito. No local tem o “Museo Etnográfico Mitad del Mundo”, um Planetário e uma ala que explica a missão francesa que no século XVIII realizou experimentos nos pólos. No entanto, o mais importante de Parque é o monumento de 30 metros de altura que marca o ponto onde se acreditava que a linha do equador atravessava o país (US$ 3,50). É legal, mas o que mais me impressionou foi a estrutura do Parque em si. Muito bem bolado, organizado e impecavelmente limpo.

img_5189

img_5192

Na foto acima meu pé direito está no hemisfério sul e meu pé esquerdo está no hemisfério norte. Achei super bacana!

Ao lado do Parque fomos no Museu Intiñan In Situ, um local que mostra sobre a cultura dos indígenas pré e pós-incas e faz alguns experimentos físicos que mostram as reações nos diferentes hemisférios e em latitude zero. Eu tive que equilibrar um ovo em um prego no ponto zero do mundo e consegui a façanha com facilidade. Ganhei até um certificado por isso. Rsrsrsrs…. O museu é interessante e custa US$ 4.

Em Quito fiquei hospedada no Hilton Quito. O Hotel está localizado em frente ao Parque El Ejido. Apesar da boa localização, do serviço prestativo, da cama maravilhosa e da reconhecida bandeira, eu achei que o hotel precisa de uma atualização. De qualquer forma, segue abaixo uma foto do quarto para vocês darem uma olhada.

img_5133

Impressões Gerais

E assim terminou mais uma viagem. Eu adoro viajar para a América do Sul, pois às vezes nós brasileiros sentimos uma soberba com relação aos nossos vizinhos latino-americanos, mas quando estamos em alguns desses países, acabamos com o nosso nariz empinado, pois percebemos que a América Latina é tão alegre, fascinante, rica e diversa como o nosso país. Sobre a minha estada pelo Equador, eu gostaria de destacar quatro pontos:

a) Comida: Eu achei a comida equatoriana maravilhosa; muito farta, colorida e parecida com a nossa. Eles têm uma quantidade absurda de frutas e todas extremamente doces. Experimentem! Os pães e laticínios são deliciosos! Os chocolates são de altíssima qualidade; em grande parte, orgânicos e com prêmios internacionais de qualidade (comprei muitos, olhem abaixo o meu estoque!).

img_5211

No entanto, o meu destaque é para o básico arroz com feijão. O arroz com menestra (feijão com molho típico equatoriano) acompanhado de uma carne (a carne deles, seja ela de boi ou de frango, também é ótima) é o mais básico que vai encontrar por lá. Nem preciso contar que voltei com uns dois quilos a mais na balança. Ahhh! Se eu puder destacar alguma coisa esquisita tipicamente equatoriana é o costume de comer uma comida muito reforçada no café da manhã. Logo de manhã eles já estão com um pratão de arroz, feijão, salada e frango. Achei estranho no começo, mas logo me acostumei. Falando de bebida, não deixem de experimentar o Canelazo, um tipo de aguardente que pode ser feita de frutas, canela, entre outros condimentos. Geralmente é servido como um drink de boas vindas no comércio, mas você também pode achar em barraquinhas de comida. Muito bom!

b) Povo: Os equatorianos estão longe de serem as pessoas mais bonitas do mundo, mas sem dúvida estão entre os mais queridos. Os taxistas estavam sempre dando boas vindas; as pessoas na praça puxavam papo com os turistas, inclusive falando em Inglês. Todos sempre muito gentis e prestativos. Recebi até um abraço e presentinhos da moça que vendeu parte dos meus chocolates. Me senti super acolhida! 

c) Cheiros: Uma das coisas que mais me chamou a atenção é como os equatorianos são ligados aos cheiros. As lojas, os shoppings e os hotéis estão sempre com cheiros muito marcantes. Até as barraquinhas de comida e artesanato tinham um incenso sempre acesso (incenso perto da comida era meio estranho, vamos combinar?!). Baunilha, cheiro de lírio, laranja, canela eram apenas alguns dos muitos cheiros que encontrávamos por todos os cantos. Adorei!

d) Preços: Mesmo que os preços sejam expressos em dólar, quando transformados em real , os valores dos produtos e serviços são muito parecidos com os do Brasil. No entanto, devo destacar que os ônibus e táxis são muito baratos (os taxistas não usam taxímetro, as tarifas são estipuladas pelo trecho percorrido), mas os produtos importados são muito caros.

Espero que tenham curtido ler minha experiência no Equador e quem sabe não os incentivo a planejar uma viagem por lá.

¡Hasta luego!

Un recorrido por Mendoza

O post de hoje é sobre Mendoza. Capital da província de mesmo nome, Mendoza foi descoberta pelos espanhóis em 1561. Localizada próxima à fronteira com o Chile, a cidade está situada no meio da Cordilheira dos Andes, em uma área sísmica (entre as placas de Nazca e Sul-americana); por essa razão, tem registrado terremotos desde o século XVIII. No entanto, o terremoto de 1861 foi o mais marcante, pois destruiu a cidade e 40% da população local. Deste período, sobraram apenas as ruínas da Basílica de São Francisco e as fontes de água existentes na antiga praça principal, hoje ruínas subterrâneas. Esse terremoto mudou a cara da cidade, pois fez com que o centro de Mendoza fosse transferido para uma área mais ao norte (hoje conhecida como Centro Novo) e redefiniu o design urbanístico do destino, criando muitas praças (há uma grande praça principal, a Plaza Independencia, circundada por outras quatro lindas praças menores), avenidas largas, muitas áreas públicas, muitas árvores (em grande parte, Plátanos, a árvore símbolo do Canadá) e edificações baixas, dando uma cara particular à Mendoza.

Deem uma olhada em alguns pontos da cidade. A primeira foto é do primeiro banco de Mendoza, hoje é Secretaria de Cultura e centro cultural. Já a segunda é da Plaza San Martín; as duas últimas são da lindíssima Plaza España.

IMG_3584

IMG_3581

IMG_3600

IMG_5868

Hoje a cidade de 120 mil habitantes ainda sente de 8 a 10 pequenos tremores por dia (eu presenciei um na minha última noite na cidade. Sensação esquisitíssima!), mas já está mais preparada para essas situações. De clima semidesértico, a economia atualmente é baseada na extração de petróleo (a região de Mendoza tem o primeiro poço de petróleo da América Latina), no setor hortifruti, nas vinícolas (bodegas), no turismo, entre outros.

Turisticamente a cidade é destino para os amantes do vinho e da boa gastronomia. São 957 bodegas registradas que, por conta do clima árido e da grande amplitude térmica, se tornou propícia para a produção de vinhos finos, principalmente Malbec (o símbolo de Mendoza), Cabernet Sauvignon, Chardonay, Syrah, Merlot, Moscatel, entre outros. A província de Mendoza é responsável por 80% de todo o vinho produzido na Argentina e algumas dessas bodegas são de propriedade de estrangeiros, como os austríacos da Swarovski, donos da Nieto Senetiner e os franceses da LVMH, o maior conglomerado de artigos de luxo do mundo, proprietários da Chandon, além de norte-americanos, belgas, inclusive brasileiros.

Viajamos para Mendoza com a Aerolíneas Argentinas, operado pela Austral. Saímos de Puerto Iguazú (Argentina) e fizemos escala em Salta. Apesar da confusão no embarque, gostei muito da Austal, pois as aeronaves são confortáveis (Embraer 190), modernas, atendimento eficaz e oferece um centro de entretenimento bacana, levando em consideração que é um voo relativamente curto. O Aeroporto de Mendoza é super pequeno, mas recentemente reformado e aconchegante.

Como vocês sabem, hotel é uma escolha importante nas minhas viagens. Mendoza oferece várias opções de hospedagem, mas a maioria é muito simples e, de maneira geral, muito cara. Para esta viagem fiquei hospedada no NH Cordillera. Escolhi o empreendimento basicamente pela trinquinha localização/preço. O hotel possui localização estratégica (em frente à Plaza San Martín e próximo aos principais atrativos e restaurantes), um bom atendimento, mas achei que faltava manutenção nos apartamentos. Deem uma olhada na fachada do empreendimento.

IMG_3582

Vou contar minha viagem pelos dias, pois acho que dessa forma ficará mais fácil entender todos os passeios que fiz durante minha estada.

Para quem estiver interessado em saber sobre a cotação do peso argentino, o valor do câmbio vai depender de onde o turista troca o dinheiro. A cotação gira de $ 2,70 (nas casas de câmbio) a $ 3,30 (cambistas de rua) (valores de setembro de 2015). Quer dizer, R$ 1  \cong $ 3. Eu tenho sempre receio em trocar dinheiro com cambistas, pois a possibilidade de receber dinheiro falso é muito grande. Acho que a melhor opção é tentar trocar no hotel ou negociar nos estabelecimentos o valor dos produtos em reais, pois muitos deles recebem a moeda brasileira. Ahhh! Também recomendo que o câmbio seja feito na Argentina, pois a cotação da moeda no Brasil infelizmente é muito baixa.

1º. Dia

Chegamos à Mendoza no meio da tarde e pegamos um táxi para o hotel (Os táxis de Mendoza são, em geral, velhos, sujos, mas com preço justo). Fizemos o check-in no NH Cordillera e passamos o restante do dia fazendo um reconhecimento da área (Microcentro). Jantamos no Azafrán, um restaurante super estiloso localizado na Avenida Sarmiento. O ambiente é pequeno, o cardápio é enxuto, meio caro (quando comparado aos demais restaurantes da cidade), mas os pratos são muito bons. O único ponto negativo foi o atendimento. No entanto, é um restaurante que eu recomendo. Eu escolhi um ravióli de abóbora com molho de cogumelos e lagostins que estava delicioso! Deem uma olhada na fachada do empreendimento, em seu interior e no prato que eu escolhi.

IMG_5802

IMG_5805

IMG_5808

2º. Dia

Pela manhã andamos pelo centro da cidade passando pela Avenida Las Heras (rua do comércio popular de Mendoza) e demos uma olhadinha no Mercado Central, local onde é possível encontrar produtos típicos da região. É uma edificação muito simples, mas recomendo para quem quiser conhecer os sabores mendocinos.

No período da tarde fizemos o Tour de Bodegas e Iglesia, passeio de meio dia oferecido pela Aymará Turismo ($ 300 por pessoa). O tour oferecia visita a duas bodegas e uma olivícola, fábrica de azeite de oliva. A primeira parada foi na Bodega Los Toneles, uma propriedade do século XIX que se transformou em vinícola no ano de 1922. A guia nos mostrou todo o processo de elaboração dos vinhos e nos levou para uma breve degustação. Deem uma olhada no espaço.

IMG_5831
IMG_5834

IMG_5836

A segunda parada foi na Domiciano de Barracas, uma bodega familiar boutique mais singela e com produção de pequena escala. A visita também teve uma explicação de todo o processo de elaboração dos vinhos e uma breve degustação dos produtos da empresa. Deem uma olhada nas videiras modelo e nos vinhos produzidos pela vinícola.

IMG_5841

IMG_3595

A próxima parada foi na Olivícola Laur, uma empresa que produz azeites de oliva há mais de 100 anos. Nossa guia nos mostrou seus olivais, com oliveiras centenárias, explicou todo o processo de elaboração dos azeites, desde a elaboração do produto a partir de métodos rudimentares ao processo atual. Para finalizar o passeio tivemos uma degustação de azeites, inclusive azeites balsâmicos, e pastas de azeitona.

IMG_5853

IMG_5854

Fechamos nosso tour passando pela Iglesia de la Carrodilla, uma igreja do começo do século XX em homenagem à virgem patrona dos vinhedos. A santa exposta no altar central foi trazida da cidade de Aragón, Espanha. Foi um passeio bem agradável e deu para ter uma ideia de como é feita a produção dos vinhos argentinos. Recomendado!

Acho que vale ressaltar que a grande maioria das vinícolas não está localizada na cidade de Mendoza, mas na região, em localidades como Maipú, Luján de Cuyo e Valle de Uco. Na verdade, há outros passeios mais elaborados passando por bodegas renomadas como Catena Zapata, Família Zucardi e Chandon, inclusive algumas delas oferecem um almoço degustação. No entanto, achei todos estes passeios muito caros e que não valia a pena o investimento. Estes tours mais longos custam a partir de $ 1100 por pessoa. Contudo, escutei ótimos depoimentos sobre esses passeios, então para aqueles aficionados por vinhos, mais abonados ou menos desprendidos de valores, acho que vale a pena adquiri-los. Ahhh! Não esqueçam que estes passeios devem ser comprados com certa antecedência, pois as bodegas exigem reservas antecipada para receber visitantes.

3º. Dia

Pela manhã passeamos pela Avenida Aristides Villanueva, rua que concentra vários restaurantes, lojas e hostels charmosos. Não achei o lugar tão irresistível como havia lido, mas é bem gracioso e há várias opções gastronômicas bacanas por lá. Vale a pena uma passadinha.

Almoçamos no Maria Antonieta, um restaurante pequeno, despretensioso, mas extremamente charmoso localizado na Avenida Belgrano. O cardápio é enxuto, mas tudo muito bom. Eu pedi um ravióli de ricota com molho de cogumelos que estava divino. O arroz basmati com limão também estava bom demais! Super recomendado! Deem uma olhada na fachada do restaurante e no meu prato.

IMG_3606

IMG_5875

No começo da tarde fizemos um city tour com aqueles ônibus turísticos. Optamos pela empresa El Oro Negro (ônibus laranja) e fizemos o Circuito no. 2 que percorria o Parque San Martín, Cerro de la Gloria, zona histórica, centro da cidade e centro cívico. Gostei do passeio e o recomendo para as pessoas que querem conhecer um pouco mais sobre Mendoza. Para os interessados, o circuito custou $ 90. Ahhh! Também há outra empresa que faz este mesmo tipo de passeio, a Mendoza City Tour (ônibus rosa). Eles parecem bem profissionais, mas cobram um pouco mais caro ($ 110). Deem uma olhada na linda fonte do Parque San Martín (o maior e mais popular parque da cidade), na estátua da vitória que celebra o centenário da república argentina, localizada no Cerro de la Gloria, e no imponente Palácio do Governo.

IMG_5899

IMG_5896

IMG_5907

No final da tarde fomos ao Mendoza Plaza Shopping. O Shopping é bacaninha, tem opções mais bonitas, mas muito caro. Depois vou fazer um tópico específico sobre compras.

4º. Dia

Hoje fizemos o Tour de Alta Montania. O passeio de dia inteiro também foi adquirido na Aymará Turismo ($ 560 por pessoa) e foi a melhor surpresa da viagem! Pensem em uma paisagem de sonho (e olha que eu não sou muito fã de áreas naturais)?! Passamos pelo Dique Potrerillos, onde já começamos a ver a neve da Cordilheira. O cenário é lindíssimo (é claro que a modelo gata também ajuda! rsrsrs), deem uma babada.

IMG_5912

Passamos pela pequena cidade de Uspallata onde alugamos equipamentos de neve para usarmos na estação de ski Penitentes. Como só queria fazer uma caminhada pela neve, aluguei apenas um par de botinhas ($ 50), mas é possível alugar vestuário completo, além de equipamentos para ski e skibunda. O que mais gostei de Uspallata foi sem dúvida a vista. Olhem a minha foto super profissa… Modéstia parte, parece até um cartão postal, não?!

IMG_5917

Próxima parada foi na Estação de Ski Penitentes onde tomei um telefórico ($150) para um dos morros. Era possível ver pessoas praticando ski e skibunda e deu até uma invejinha por não ter habilidade nenhuma para estes esportes.

IMG_5933

Conhecemos ainda a Puente del Inca, uma ponte natural onde corre águas termais (com temperaturas entre 34o. a 38o. graus). A Ponte é lindíssima e é incrível pensar que ela é natural. O local já abrigou um hotel e um termas, explorados por um grupo inglês, mas depois de um grande deslizamento da montanha os empreendimentos foram desativados. A Ponte é tão famosa que já foi visitada por Charles Darwin no século XIX. Bacana, não?! Deem uma olhada na foto. Ahhh! Prestem atenção no fundo da foto. Tem uma igrejinha por lá! Mesmo com o grande deslizamento, a igrejinha permaneceu intacta. Coisas inexplicáveis da vida!

IMG_5946

Passamos também pelo lado sul do Monte Aconcágua, o ponto mais alto das Américas e terminamos o passeio em Las Cuevas, uma cidade anteriormente abandonada, mas que aos poucos tem sido adaptada para receber turistas. Deem uma olhada no Monte; ele está no fundo da foto, coberto em parte por uma névoa branca.

IMG_5951

Voltamos no final da tarde bem felizes e satisfeitos com o passeio. Super recomendado!

Jantamos no La Lucia, um restaurante ítalo-argentino. O ambiente é charmosíssimo e a seleção musical é sensacional, mas achei a comida bem normal. Deem uma olhada na fachada e no interior do empreendimento.

IMG_3613

IMG_3614

5º. Dia

Hoje foi dia de fazer as compras de última hora e voltar para casa (Quem lê até pensa que foram muitas compras!). Passei pela Avenida San Martín, a principal rua comercial de Mendoza, a Calle 9 de Julio e a Peatonal Sarmiento (calçadão onde é possível encontrar outras opções comerciais). Segue abaixo fotos da Avenida San Martín e da Peatonal Sarmiento.

IMG_3616

IMG_3585

Para fechar a viagem comemos umas empanadas no Mercado Central e provei um “cucurucho” (sorvete) da Família Perin, a sorveteria mais tradicional de Mendoza, aberta desde 1947. Muito bom!

Mesmo que vocês tenham visto lindas fotos da cidade, eu devo admitir que Mendoza me decepcionou um pouco. É aquela coisa das expectativas que eu sempre comento. Quando as expectativas são muito altas, a chance de voltar frustado é muito grande! Vi muitos edifícios históricos fechados e sem a restauração apropriada. Além disso, se sair um pouquinho do centro de Mendoza, vocês veem uma cidade pobre e meio abandonada no meio de um deserto. É triste! A frota de carros e transporte público é muito antiga, o comércio é muito populesco e extremamente caro. Na verdade, o que mais me chamou a atenção na cidade foi o preço de tudo; passeios, comida, vestuário. Ao contrário do que muitos brasileiros pensam, a Argentina está muito cara! As pessoas não são bonitas como em outras partes do país e elas, na maioria das vezes, têm um gosto muito duvidoso. Na verdade, eu nunca vi tanto mau gosto para sapato antes. Consegui ver os sapatos mais feios da vida, e olha que já vi sapato feio nesta minha vida. Fiquei tão assustada que fiz um pot-pourri das vitrines mendocinas para vocês terem uma ideia do que eu estou falando. Deem uma olhada no último grito da moda!

IMG_3617IMG_3599

IMG_3605

No entanto, fiquei positivamente entusiasmada com alguns pontos. Achei as praças de Mendoza charmosíssimas e elas são um convite para sentar e aproveitar o sol. Fiquei muito impressionada com o sistema de aproveitamento de águas na cidade. Por estar localizada em um região muito seca, eles possuem um sistema de irrigamento e aproveitamento de água invejável. Invejável é pensar que ele foi desenvolvido ainda no século XIX, quando nós só começamos a nos preocupar com a falta de água a partir da década de 1970.

De qualquer forma, continuo apaixonada pela Argentina e pelos argentinos. É um país tão rico, seja em belezas naturais ou em patrimônio histórico-cultural. Fico impressionada com o orgulho que eles têm de seu país e de suas origens, apesar das dificuldades atuais. Também fico impressionada com a variedade e a qualidade dos produtos alimentícios. Na verdade, há muito tempo não comia tão bem em uma viagem!

Enfim, agora é hora de desarrumar a mala de começar a sonhar com o próximo destino.

¡Hasta luego!

Mi Buenos Aires querida

Essa semana eu tive o prazer de voltar a uma das cidades que eu mais gosto no mundo. É claro que eu estou falando de Buenos Aires. Vou aproveitar este espaço para contar o que aconteceu durante esse passeio. Para quem não sabe, Buenos Aires é a capital e mais importante cidade da Argentina. Só para ter uma ideia da importância desta metrópole, vale ressaltar que a Argentina possui pouco mais de 40 milhões de habitantes. Destes, 35% estão concentrados na Grande Buenos Aires (cidade e região metropolitana), mas ela ocupa apenas 1% de todo o território argentino. A cidade foi originalmente fundada em 1536 por Pedro de Mendoza, mas foi abandonada após uma invasão indígena. Foi novamente fundada em 1580 por Juan de Garay, mas seu real desenvolvimento se deu a partir de 1776 quando foi instituída como capital do vice-reino do Rio da Prata. A cidade possui hoje mais de 3 milhões de habitantes, e está estrategicamente localizada às margens do Rio da Prata. É conhecida como a cidade mais europeia da América do Sul, ou como a Paris do trópicos, mas também possui uma cultura singular que a transforma em uma das capitais latinas mais visitadas do mundo.

1º Dia

Nossa excursão começou no Aeroporto Afonso Pena em Curitiba onde tomamos um voo direto da Gol para Buenos Aires. Depois de 2 horas de voo, chegamos à capital argentina. Nosso transfer demorou cerca de 1 hora e meia para nos buscar, mas tudo bem. Dessa vez, como estava com meus alunos, fiquei hospedada no Hostel Suites Florida. Pertencente a uma cadeia de hostels argentina um pouco mais descolada, esse estabelecimento estava “ubicado” na Calle Florida,  no coração da cidade. O hostel em si não era ruim, mas também não era muito bom. O atendimento era lento, a limpeza não era primorosa, e mesmo com uma boa maquiagem, dava para perceber que era um estabelecimento antigo. Deixamos nossas malas nos quartos e fomos andar pela cidade para um breve reconhecimento da região. Trocamos nosso dinheiro com cambistas de rua. Eles são tantos que já fazem parte da paisagem da cidade. Fiquei com o c… na mão,  pois não dá para confiar neste tipo de transação, mas eles tinham uma cotação muito mais atrativa e o dinheiro não era falso, ufa! Andamos por parte da Calle Florida que é um calçadão onde se concentra parte do comércio popular porteño; e de lá pegamos a Avenida de Mayo. Inspirada nas grandes avenidas parisienses, a Avenida de Mayo é  um lindo boulevard inaugurado em 1894 (que às vezes lembra Paris, às vezes Barcelona) que liga a Casa Rosada (Sede do Governo) à Plaza del Congresso (sede do poder Legislativo). Andamos por toda a avenida, e demos uma paradinha no Café Tortoni. Inaugurado em 1858, o local é uma instituição argentina.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Hoje é um estabelecimento mais turístico, mas não perdeu o charme e as características de um café do começo século passado. Após o passeio pela Avenida, fomos ao Puerto Madero. Antigo Porto da cidade, as docas foram restauradas na década de 90 do século passado, e transformadas em restaurantes, hotéis boutique, e escritórios comerciais. VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100Hoje é um dos bairros mais descolados da cidade. De lá encerramos o dia e cada um dos alunos teve a liberdade de comer onde quisesse. Eu resolvi ficar pelo bairro, pois estava muito cansada e faminta. Jantei no Restaurante Sorrento. Após um jantarzinho italiano, tomei um típico sorvete de “dulce de leche” da Freddo (a mais conhecida sorveteria da cidade. Mas cuidado que os precinhos são salgados. O “cono” mais barato custa $ 30 pesos – R$ 10,50), e resolvi voltar ao hotel caminhando. Mais que ideia de gerico! O vento estava tão forte que derreteu o sorvete. Melequei minha mão, meu cabelo, minha roupa, e até meu sapato. Cheguei no hostel parecendo uma criança depois de brincar na lama. Eca!!!

2º Dia

Hoje foi um dia difícil. Tínhamos um city tour pela manhã, mas quando acordamos cedo, vimos pela janela que estava chovendo muito. Mesmo assim, todos nós nos preparamos para o passeio que já estava agendado e pago. Entrando no ônibus, ficou claro que nosso city tour não seria lá grande coisa: primeiro porque a chuva não ajudava, e era impossível tirar fotos dos lugares mais bonitos; segundo porque logo de cara foi possível ver que nossa guia não era uma das mais atenciosas, além de ter um português sofrível. Desculpe meninos, não foi minha culpa! Enfim, começamos nosso city tour pela zona norte da cidade. De acordo com nossa guia, a cidade surgiu na parte mais ao sul, mas devido a um surto de febre amarela, muitas pessoas passaram a morar no norte de Buenos Aires, surgindo os bairros do Retiro, Palermo, e Recoleta. Começamos nosso city tour no Retiro onde passamos pela Estação de Trens do Retiro, Plaza San Martín, Avenida del Libertador, chegando ao Palermo. Palermo é um dos maiores e mais desejados bairros da capital; pudemos conhecer o Instituto San Martiniano, as embaixadas, e outros atrativos como o Zoológico e o Malba (Museu de Arte Latinoamericano). Chegamos então à Recoleta, um dos bairros mais exclusivos da cidade. Passamos ao lado do Cemitério, da Faculdade de Direito, da Floralis Generica (uma flor de aço que se abre durante o dia, e fecha durante a noite), e o Museo Nacional de Bellas Artes. Já quando passamos pelo bairro do Retiro, começamos a ver que além do guarda-chuva e da galocha, as pessoas também estavam usando máscaras. Além disso, o trânsito estava caótico, havia um cheiro estranho de gás, e muitas ambulâncias pelas ruas, mas não entendíamos bem o porquê. Depois fomos descobrir a enrascada que havíamos nos metido. Continuando nosso tour, tentamos voltar ao centro, mas o trânsito estava impossível. Em três horas de city tour, só tínhamos feito metade do nosso roteiro. Chegamos a Plaza de Mayo, epicentro histórico, e político da capital. Nesta praça é possível encontrar a Catedral Metropolitana, Casa de Gobierno (Casa Rosada), el Cabildo, Municipalidad (Prefeitura), além de outros edifícios importantes. Como o tour estava muito demorado, pouco produtivo, e tínhamos planos de almoçar no Hard Rock Café, resolvemos abandonar a excursão e voltar à Recoleta, no meio da chuva torrencial. Nesse meio tempo, descobrimos que um contêiner com veneno agrícola tóxico havia explodido no Porto por causa de um incêndio, e por essa razão, parte da cidade estava em alerta. A situação estava desesperadora: não conseguíamos nenhum táxi para ir à Recoleta por causa do trânsito, grande parte dos metrôs estavam fechados por conta do vazamento de veneno tóxico, e estávamos nós, no meio da chuva, sem saber o que fazer. Resolvemos pegar a única linha de metrô disponível (estava tão caótico a situação do metrô que pudemos usufruir do trem sem pagar), e paramos em Palermo. Andamos por cerca de 10 quadras até chegar ao Hard Rock Café. Alguns perderam o guarda chuva no meio do caminho, e outros, nem guarda chuva tinham. Chegamos ao restaurante sãos e salvos, mas meio muchinhos. Comemos um  prato super, hiper calórico (dá um look na foto abaixo), e no final do almoço já estávamos todos serelepes novamente.

VLUU L100, M100  / Samsung L100, M100

De lá peguei parte dos meus alunos para fazer uma visita técnica ao Hotel Palácio Dubahu – Park Hyatt Buenos Aires. E quem disse que conseguíamos um táxi para chegar ao hotel?! Depois de muito tempo, chegamos ao Hyatt. A visita foi ótima! O hotel é lindíssimo, e a nossa guia foi extremamente atenciosa. Terminamos a visita e fomos dar uma volta básica no Pátio Bullrich, o shopping mais exclusivo da cidade. Quando a chuva já estava mais amena, resolvemos voltar ao nosso hostel a pé. No meio do caminho, decidimos dar uma passadinha no El Ateneo Grand Splendid, uma livraria localizada na Calle Santa Fé que é considerada a segunda livraria mais bonita do mundo (vale muito a pena a visita, deem uma olhada na lindeza!).

VLUU L100, M100  / Samsung L100, M100

Ela é um espetáculo, sem sombra de dúvidas. De lá, ainda andamos um pouco e terminamos nossa noite jantando no Mc Donald´s. Que dia!!!!

3º Dia

Hoje acordamos um pouco mais tarde, pois nossa atividade começaria somente às 10h30. Tínhamos uma visita no Museo Judío e Sinagoga, e fomos a pé até o local. O dia estava estranhamente lindo, limpo, e ensolarado (não parecia nada com o caos do dia anterior). No caminho, passamos pelo Obelisco, pelo lindo Teatro Colón, e pelo Palácio da Justiça. A Argentina tem uma comunidade judaica bastante expressiva, e esse foi um dos motivos que nos fez escolher a visita neste espaço. O museu é muito pequeno e simples, mas a sinagoga é linda (dê uma olhada na entrada dela na foto ao lado).

sdc12595.jpgAcho que o mais importante da visita foi conhecer um pouco mais sobre as crenças, valores e costumes desta religião. Almoçamos ali pela região (Meu Deus! A pior refeição que eu tive em anos, talvez até na última década), e tomamos um táxi até a Esma no bairro de Nuñez. A Escuela de Mecânica de la Armada (Esma) foi uma unidade de ensino da Marinha, mas é mais conhecida como cenário do maior Centro de clandestinos de detenção e tortura durante a ditadura militar argentina. De acordo com nossa guia, 5000 pessoas passaram por lá, mas apenas 200 delas sobreviveram. O lugar em si é lindo, muito bem cuidado, passa uma paz… (dê uma olhada na foto abaixo).

sdc12598.jpg

É muito estranho e sinistro pensar em todas as coisas ruins que aconteceram no mesmo local. Os subversivos (como eram chamados os resistentes) ficavam presos, e eram torturados no Casino de Oficiales (um prédio meio macabro, tenho que admitir!). Lá também funcionou uma maternidade. De acordo com nossa guia, cerca de 30 a 35 bebês nasceram naquele local, e foram dados a terceiros por meio de adoções fraudulentas. Hoje, com o esforço de várias pessoas, 12 destas crianças já recuperaram sua identidade. É uma história muito triste, mas ao mesmo tempo é super importante conhecermos, já que não faz parte de um passado tão distante. De lá tomamos outro táxi ao centro. A nossa volta foi pela linda Avenida del Libertador. Cruzamos vários bairros neste caminho como Belgrano. Na próxima viagem à Buenos Aires, tenho intenção de explorar estes bairros, pois me pareceram muito bonitos. À noite fomos jantar no Siga la Vaca, um restaurante de buffet livre no Puerto Madero. Está longe de ser o melhor restaurante da cidade, mas vale a pena pela fartura. Além de ser um ótimo lugar para excursões. Para quem tiver interesse, pagamos cerca de $ 140 pesos por pessoa (com bebida incluída, inclusive alcoólicos) , mas eles não fazem reserva, portanto, chegue cedo. Voltamos a pé para o Hostel.

4º Dia

Esse foi nosso dia livre! Fomos até a Recoleta, pois a Elieti (minha colega de excursão) queria conhecer o túmulo da Evita Perón. Enquanto ela ficava passeando pelo Cemiterio de la Recoleta, fiz um breve reconhecimento das redondezas.VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Ainda fomos dar uma sapeada no Shopping Pátio Bullrich, e de lá tomamos um táxi até o Museo Nacional de Arte Decorativo (dê uma olhada).VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100 Localizado em uma linda mansão do começo do século XX, pertenceu à família Errázuriz-Alvear, e mostra como a sociedade argentina vivia na época. O lugar é um espetáculo! É muito interessante ver a inspiração francesa na arquitetura e decoração, e a mistura de estilos em uma mesmo espaço. Para quem gosta deste tipo de museu, tipo eu, é um passeio que vale a pena ser feito. O ingresso é apenas $ 10 pesos. Finalizando nossa visita tomamos outro táxi e paramos nas Galerías Pacífico, um shopping no centro da cidade, mas também belíssimo. Ainda tivemos fôlego para dar uma passadinha na Zara (básico), e fomos conhecer outra pérola esquecida da cidade, a Confiteria Ideal.  Com exatamente um século, esta confeitaria já recebeu políticos, e artistas. O lugar ainda continua imponente, mas peca pela falta de manutenção e de clientes. Me cortou o coração! No segundo andar, possui um salão de baile onde era possível ver alguns casais de idosos “bailando tango”. Pedimos uma empanada de carne (nada mais argentino), e estava muito boa. Para fechar nosso dia,  jantamos novamente no Puerto Madero em um restaurante chamado Happening (recomendadíssimo!). Ahh! Vi o David Bisbal na mesa do nosso lado. Imagina minha emoção! Como assim vocês não sabem quem é ele? É um dos mais conhecidos cantores da Espanha. Segue um videozinho (já vou avisando que é meio brega, mas é um sucesso): http://www.youtube.com/watch?v=wOPGNwPitJ4

No outro dia pela manhã voltamos para Curitiba! 😦

Buenos Aires é sempre uma boa opção de destino. Ela tem o charme do velho mundo, mas a alma latina. Nesta última visita, ficou mais claro que a cidade empobreceu. É possível ver andarilhos deitados no chão, e pichação por edifícios e monumentos históricos. Os taxistas estão ficando super golpistas, os homens já não são mais tão charmosos, e as mulheres estão meio maltrapilhas (precisando de uma hidratação no cabelo e de uma roupinha mais bem passada), mas a cidade continua vibrante. É lindo ver as pessoas tomando sol nos parques (fingindo que estão em Punta), ver as pessoas praticando jogging em Puero Madero, ou lotando os restaurantes. É engraçado ver a cara de pau do porteño ao passar uma cantada, ou da sua desenvoltura ao dançar um reggaeton. Por isso, e por tantas outras razões, tenho certeza que ainda voltarei muitas vezes e esse lugar.

Hasta pronto!

Dessa vez a parada é na Colômbia

Como em todos os anos, nas férias de verão aproveito meu tempo livre para viajar. Há alguns meses atrás estava pensando qual seria o melhor lugar para visitar em 2011 e depois de uma pesquisa criteriosa e muita vontade de explorar a América, imaginei que a Colômbia seria uma boa pedida. Para quem não sabe, Colômbia é um país da América do Sul com pouco mais de 45 milhões de habitantes; é uma república presidencial democrática como o Brasil e a base de sua economia é a exportação de café (o mais conceituado do mundo), pedras preciosas (é responsável por mais de 60% de todas as esmeraldas comercializadas no planeta), minérios e flores. 

 1º Dia

A viagem teve início em Curitiba. Madruguei (04h00), pois meu voo sairia às 06h10 em direção a São Paulo. Chegando a São Paulo, passamos por todos os trâmites necessários e embarcamos para Bogotá às 12h40 pela TAM. Chegamos a Bogotá às 15h40 (vale ressaltar que a Colômbia tem uma diferença de fuso horário de 3 horas a menos com o Brasil). Nosso receptivo já estava nos aguardando e fomos levados ao nosso hotel, 116 Hotel. O empreendimento pertence a cadeias Cosmos, uma rede colombiana bastante prestigiada. Ele possui categoria superior (4 estrelas), é um prédio de vanguarda e com apenas 4 meses de inauguração. Está situado na Calle 116, zona norte da cidade. Deem uma olhada na fachada do empreendimento.

Após nos acomodarmos, demos uma volta pelo quarteirão para nos orientarmos e jantamos no shopping Unicentro, o mais próximo do nosso hotel. Essa foi uma das refeições mais sem graça que fizemos em nosso tour; então vai a primeira dica da viagem, Bogotá tem ótimos restaurantes, portanto tente não procurar as praças de alimentação dos shoppings, pois os preços não são competitivos e o sabor da comida também deixa a desejar. 

2º Dia

 Acordamos cedo, pois tínhamos um city tour por Bogotá pela manhã, mas antes de contar sobre o passeio, deixa eu escrever um pouco sobre a cidade. Bogotá foi fundada em 1538 por Jiménez de Quesada como Santa Fé de Bogotá. É a capital do país e possui aproximadamente 7 milhões de habitantes. A cidade está situada na Cordilheira Oriental dos Andes, a 2.640 metros acima do nível do mar e por essa razão, tem um tempo muito frio o ano todo. Como está situada em uma área propensa a terremotos, não possui muitos prédios altos. A metrópole é dividida em 4 quatro regiões: occidental, oriental, norte e sur. As áreas mais prestigiadas da cidade ficam ao norte e no lado oriental (onde estão as grandes montanhas, que eles chamam de cerros). A cidade é classificada no que eles chamam de “extractos”. Eles vão de 1 a 6 e quanto melhor o bairro que você mora, maior o número que o representa. Esses números se revertem em impostos, portanto quando você mora em um bairro mais exclusivo, consequentemente você tem que pagar mais imposto.  As ruas da cidade não possuem nomes e sim números, como em Nova York e isso facilita bastante a localização. No sentido sul ao norte, as vias são chamadas de Calles e sentido leste ao oeste são as Carreras. Começamos nosso tour conhecendo os bairros mais prestigiados da cidade e uma das coisas mais curiosas foi a arquitetura local. Grande parte dos edifícios são construções com tijolhinhos à vista, que eles chamam de “ladrillos”. Desta forma, a cidade tem um cara meio terracota. Em alguns momentos ela lembra as cidades inglesas. Na verdade, os habitantes são tão fascinados pela Inglaterra que tem um bairro em estilo inglês chamado La Merced. Lindo!!! Nossa primeira parada foi ao Museo del Oro. O local é considerado um dos maiores museus do ouro do mundo. Ele é um prédio moderno, com uma ótima estrutura e está localizado no centro da cidade. Possui um acervo com peças pré-colombianas mostrando a rotina e o cotidiano dos vários povos que habitaram o país. Muito interessante! Ao redor do museu existem várias lojas de artesanato. Vale a pena dar uma sapeada! De lá, fomos à Plaza Bolívar. A praça é a mais importante da cidade. Está localizada no bairro histórico de La Candelaria e é onde se encontram os principais edifícios de Bogotá como a Catedral Primada de Colômbia (foto), o Capitólio Nacional, a Prefeitura e o Palácio da Justiça.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

É uma praça imponente, com edifícios de diferentes estilos arquitetônicos. Só não estava mais bonito, pois tinha uma pista de gelo mega colorida no centro da praça que destoava do lugar. Além disso, o local abriga muitos pombos, eca!!! Caminhando pelo bairro passamos pelo Colégio Mayor de San Bartolomé, uma escola muito tradicional fundada por religiosos em 1604 e chegamos a Casa de Nariño, um lindo palácio de 1908 onde funciona a Presidência da República. Segue abaixo uma foto da fachado do Edifício.

Andamos também por outras ruas de La Candelaria onde foi possível ver as casas em estilo colonial espanhol com seus característicos balcões em cedro (infelizmente nem todos devidamente restaurados – deem uma olhada na arquitetura local).

E chegamos ao Museo de Arte Colonial (foto abaixo).

Inaugurado em 1942 em um edifício do século XVII, o museu apresenta peças como pinturas, esculturas, objetos religiosos e mobiliário dos séculos XVI, XVII e XVIII. Como grande parte das peças são de cunho religioso, o museu não é assim “uma brastemp”, mas como o prédio é lindo e o local tem entrada gratuita, é uma visita que vale a pena ser feita. Ahhh! Uma das coisas que eu mais gostei em Bogotá é que quase todos os museus da cidade são gratuitos. Passamos ainda pelo Teatro Colón, um lindo teatro em estilo neoclássico inaugurado em 1892 que infelizmente estava em reforma. Saindo um pouco do grande centro, fizemos uma visita a Quinta de Bolívar, uma casa museu em estilo colonial que serviu como casa de Simón Bolívar (um herói para os colombianos) em Bogotá. O local é bem pequeno e muitos dos móveis do museu não são originais da casa, mas para quem gosta de história, vale a pena a visita pela localização e pelo que ela representa.

Terminamos nosso city tour no Cerro Monserrate, uma montanha localizada a 3.152 metros acima do nível do mar.  Para chegar  ao pico, é preciso tomar um Funicular (um tipo de um elevador) ou o Transférico. A ida e a volta custam COP $ 14.000 – R$ 12,73 e lá em cima é possível ter uma vista completa da cidade.  Passei um pouco mal por causa da altitude, mas depois de um tempinho acabei me recuperando.  Almoçamos no próprio Cerro em um restaurante chamado Santa Clara. O restaurante está localizado em uma lindíssima casa de madeira construída em 1924 e o local serve comidas típicas colombianas. Muito bom, recomendo! Segue de longe a preciosidade da construção. Dá para ter uma ideia de como o lugar é charmoso.

O cerro possui um outro restaurante chamado San Isidro, uma casa em estilo colonial especializada em comida francesa. Descendo o cerro, por conta própria voltamos a La Candelaria para conhecer alguns pontos turísticos de nosso interesse. Nossa primeira parada foi logo em frente ao Museo del Oro onde há um complexo de igrejas (na verdade são 3). A primeira é o Templo de San Francisco, uma igreja de 400 anos com o interior todo em ouro. Sem dúvida, a  mais bonita de toda a cidade! A segunda é a Iglesia de La Veracruz,  fundada em 1546 e mais humilde;  já a terceira é a Iglesia de la Ordem Tercera Franciscana, uma igreja com lindos detalhes em madeira. Para quem gosta de arquitetura ou de obras sacras, é um prato cheio! De lá, tomamos um táxi e fomos ao bairro Centro Internacional conhecer o Museo Nacional.

Instituído em 1823, dizem que o museu é o mais antigo do continente. Seu acervo conta muito da história colombiana, dando ênfase às suas lutas e aos seus heróis. O edifício é lindo e serviu durante muito tempo como penitenciária. Também é outro lugar que tem entrada gratuita. Finalizando a visita ao museu, andamos duas quadras a pé até chegar a Plaza de Toros Santamaría, um prédio em estilo mourisco construído em 1931 que serve de palco para as tradicionais touradas que acontecem no mês de janeiro no país. Terminamos nosso tour do dia parados no trânsito de Bogotá. O tráfego da cidade é tão ruim ou pior que o de São Paulo. Demoramos cerca de 1h30 para chegar ao hotel. Nesse momento, já estávamos mortos de cansaço! Deixa eu dar a última dica do dia. Os táxis na Colômbia são ridiculamente baratos, então recomendo usar táxis para se locomover pelas cidades.

3º Dia

Hoje não acordamos tão cedo, pois não tínhamos nenhum compromisso importante pela manhã. Fomos conhecer a Hacienda Santa Bárbara, uma antiga fazenda transformada em centro comercial.  Eu esperava muito mais do local! Almocei no Mc Donald´s, como faço em todos os países que visito e à tarde fomos a  Zipaquirá. A cidade fica a 1 hora de distância de Bogotá e é um importante destino turístico por abrigar a Catedral de Sal, uma igreja esculpida dentro de uma mina de sal, a 180 metros abaixo da terra e considerada a 1ª maravilha da Colômbia. A cidade conta com 100 mil habitantes, possui ruas estreitas, “muy sencilla”, mas parece muito simpática.

Sua Plaza Mayor lembra um pouco a de Machu Picchu (com as devidas proporções, claro!). Lá comi um doce muito típico chamado “Obleas”.  É como um sanduíche feito de casquinha bijú onde você pode colocar os mais variados recheios: arquipe (é o doce de leite colombiano. Que me perdoe os argentinos, mas a Colômbia tem sem sombra de dúvidas o melhor doce de leite do mundo), creme de leite, doce de amora, amendoim, coco ou queijo (dizem que é sem sal, mas não tive coragem de experimentar). AMEI O DOCE! FIQUEI VICIADA! A Catedral de Sal foi aberta ao público em 1992 e está localizada em um parque com boa estrutura turística. A catedral em si é meio desapontadora, mas como todos os turistas presentes na mina estavam tão maravilhados com o local, talvez essa impressão seja só minha. Olha eu entrando nas minas de sal.

Voltamos a Bogotá no final da tarde e nossa guia nos deixou em uma região chamada Zona Rosa. É uma área muito exclusiva da cidade, onde se encontra as melhores lojas, centros comerciais e os melhores estabelecimentos gastronômicos. Eu havia lido que o local lembra muito os Jardins em São Paulo e é verdade. Me senti em casa! Em alguns momentos lembra um pouco a região de Capivari em Campos do Jordão, mas é um local descolado, cheio de gente bonita e restaurantes da moda. Passeamos pelo Centro Adino, um dos mais exclusivos shoppings da metrópole, pelo El Retiro que tem uma praça de alimentação chamada “Plaza de Andrés”, um local bem humorado, super descolado e que serve de tudo – um a ótima pedida! E terminamos a noite no Atlantis Plaza onde está localizado o Hard Rock Café.

 4º Dia

Acordamos cedo e fomos novamente para o bairro de “La Candelaria”, pois havia alguns lugares que ainda tínhamos interesse em conhecer. Nossa primeira para foi ao Museo Botero.

O prédio do museu está situado em um complexo pertencente à antiga casa da moeda e possui peças de Fernando Botero, um pintor e escultor colombiano famoso por suas formas arrendondadas. O local também apresenta peças de outros pintores renomados como Picasso, Matisse and Gustav Klimt (que eu adoro!) e todas elas faziam parte da coleção particular do artista. O museu também é gratuito e para quem gosta de arte, é uma ótima pedida! De lá fomos à Casa de la Moneda. Instalado em um lindo edifício em estilo colonial do séc. XVIII, o museu mostra a história da Colômbia por meio de suas moedas. Desde os primórdios do país como Nueva Granada, uma das muitas colônias espanholas na América até a atualidade. O museu é um pouco cansativo, mas muito interessante! Foi possível descobrir que o Panamá fez parte da Colômbia até 1903, e só houve essa separação com a ajuda dos Estados Unidos que estavam interessados em explorar o lucrativo Canal do Panamá. Também foi possível perceber que a industrialização do país foi muito tardia, o que trouxe uma dependência muito grande de outros países. Outro museu com entrada gratuita. Almoçamos em um restaurante chamado La Sociedad, localizado em uma casa histórica quase ao lado da Plaza Bolívar. Esse foi um restaurante recomendado por nossa guia e ele realmente é muito bom. Vale a pena conhecer, pois além de oferecer cozinha internacional, eles têm um espaço especial para as comidas típicas colombianas. Fomos ainda ao Museo Iglesia Santa Clara, uma antiga igreja de 1647 que foi restaurada e aberta ao público como um museu em 1983. Este monumento fez parte do antigo convento de clausura das Irmãs Clarisas e possui  uma coleção com pinturas e esculturas. Aproveitando minha viagem de lazer para trabalhar um pouco, fiz um site pelo hotel Charlestone Casa Medina, um dos mais exclusivos meios de hospedagem da capital. Ele faz parte da cadeia colombiana Charlestone, que possui hotéis em Bogotá e Cartagena. O empreendimento está localizado na Carrera 7 com a Calle 69, em um edifício histórico, construído em 1946. O mais interessante na construção do local é que ela foi feita com peças  de dois conventos coloniais demolidos. O hotel é uma graça, super aconchegante, mas oferecem poucos diferenciais (serviços) para a tarifa  que cobram (COP $ 762.000,00 – R$ 693,00 em UH standard). Deem uma olhada na fachada do empreendimento.

Aproveitei para andar um pouco pelo bairro onde o hotel está instalado e tomei um cappuccino no Juan Valdez. Essa é uma cafeteria super famosa, descolada, nos moldes da Starbucks. É possível encontrar filiais em todas as partes; é meio que uma febre nacional. Terminamos o dia fazendo compras no shopping Unicentro. A Colômbia não é conhecida pelo seu vestuário e nem deveria ser. As roupas e calçados colombianos são de um mau gosto inacreditável, mas em compensação o país possui lojas de todas as famosas grifes mundiais como Diesel, Lacoste, Zara, Mango, Espirit entre tantas outras. Eles também possuem grandes lojas de departamento como a chilena Falabella. O bom das compras na Colômbia é que os impostos de produtos importados são menores que no Brasil, portanto os preços são mais interessantes.

5º Dia

Hoje foi um dia que não fiz nada. Como estava muito cansada, fiquei no quarto até mais tarde. Fizemos o check-out no hotel e às 15h30 nosso receptivo estava nos aguardando, pois nos levariam ao Aeroporto para tomar o avião até Cartagena, voando Avianca. Chegamos à cidade caribenha às 19h35 e nosso receptivo já estava nos aguardando. Fomos ao nosso hotel que ficava no bairro de Bocagrande, uma área comercial onde se localiza grande parte dos empreendimentos hoteleiros da cidade. Minha primeira impressão do local foi a pior possível. Um lugar muito quente (aquele calor úmido) e muito feio. Bocagrande parecia uma “riviera paraguaia”; feio, cheio de lixo, cheio de ambulantes incomodando os turistas e o pior, cheio de turistas assustadores. Eu achei que devia estar em alguma pegadinha. Ficamos em um hotel chamado Capilla del Mar. Um hotel que se diz 5 estrelas, mas algumas delas devem estar perdidas no céu. O empreendimento não era necessariamente ruim, mas estava longe de ser um hotel de luxo. Jantamos nos Jenno´s Pizza e fomos descansar.

6º Dia

Acordamos pela manhã e fomos caminhar por Bocagrande para ver se a má impressão da noite anterior ia embora. Infelizmente não foi! Cartagena de Índias é uma cidade  localizada ao norte da Colômbia, banhada pelo Mar do Caribe. Por essa razão, imaginava que o mar  da cidade seria tão azul como em Cancún ou Aruba, mas como a areia da praia é de origem vulcânica, a água tem um tom acinzentado, como em Balneário Camboriú. A praia não tem uma orla com calçamento como a maioria das praias que estou acostumada; é meio selvagem (na verdade quero dizer precário) e a faixa de areia é muito pequena e se mistura com grandes pedras. Isso sem falar dos ambulantes que tomam conta da praia oferecendo (e insistindo muito!) chapéus, joias em prata e camisetas dessas “Fui para Cartagena e lembrei de você”. Tem alguns que são até mais originais, oferecendo massagens e frutas. Mesmo assim, esta região é cheia de prédios modernos e espelhados. Algumas pessoas me disseram que se eu gostaria de conhecer praias de águas cristalinas, eu teria que tomar um barco pela manhã ao custo de COP $ 50.000 – R$ 45,50 para conhecer as Ilhas do Rosário. Como não sou fã de praia, nem me interessei pelo passeio. Caminhamos pela orla e chegamos ao Hotel Caribe. Esse hotel parecia uma miragem no meio do caos de Bocagrande. Construído em 1941, o hotel é enorme, imponente e possui um estilo arquitetônico eclético, muito característico dos anos de 1940. Não resisti e fui conhecer o empreendimento. Graças a Deus fui super bem atendida pelo mensageiro e tive a oportunidade de conhecer toda a estrutura do local. Fiquei fascinada pela área da piscina. Eles possuem até campo para mini golf e mini zoológico. Muito legal! À tarde tínhamos um city tour pela cidade e foi aí que começamos a ver a Cartagena que eu esperava tanto. A cidade  foi fundada em 1533 (é uma das primeiras da América) e como era um ponto estratégico para a saída de produtos americanos para a Espanha, foi muito visada por outras nações e piratas. Por essa razão, ela foi toda fortificada (a cidade antiga está dentro das muralhas). O local possui também outras construções de caráter militar. Cartagena conta hoje com pouco mais de 1 milhão de habitantes e seu centro histórico, chamado de “ciudad amurallada” foi tombada em 1984 como Patrimônio Mundial pela Unesco. O centro histórico é dividido em 4 bairros: Centro (onde se encontra a maior parte dos turistas e o comércio voltado à esse público), San Diego (a parte mais comercial) e fora das muralhas há o La Matuna e Getsemaní (onde muitos dos moradores da cidade residem). Começamos o passeio passando por Bocagrande e chegamos ao outro lado da península, conhecida como Bocachica (mais ajeitada!). Nossa primeira parada foi ao Convento de la Popa, o local tem esse nome, pois o morro onde ele está localizado lembra a polpa de um navio. Ele foi construído em 1607 para ser o convento dos Agostinos.

O local em si não tem muito que ver, mas é possível ter a melhor vista de toda a cidade.
De lá, fomos aos Castillo San Felipe de Barajas, um forte que começou sua construção no século XVI e dizem ser a maior obra de engenharia militar da época. Deem uma olhada!

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Fomos ainda para a ciudad amurallada onde foi possível ver os lindos casarões coloniais, todos muito coloridos e cheio de flores e terminamos nosso tour no Museu da Esmeralda. O pessoal aqui é doidinho para te vender uma esmeralda. Fiquei até com vontade de comprar, pois algumas peças eram lindíssimas, mas elas eram muito caras, não sei se realmente valiam a pena. Chegamos ao hotel, nos arrumamos e tomamos um táxi para jantar na ciudad amurallada. Os táxis em Cartagena também são baratos. De Bocagrande a Ciudad Amurallada custa COP $5.000 – R$ 4,55. À noite, essa parte da cidade se torna mágica. As luzes nos casarões coloridos e as carroças por todas as ruas dão um charme muito especial ao local. Fiquei encantada!!!! A única crítica que posso fazer é que por haver tantas carroças no centro, em alguns lugares a cidade fede a cocô de cavalo. Eca!!! Jantamos no Hotel Spa Casa Pestagua (outro recomendado pelo guia) e foi MUITO BOM! Para fechar a noite, fui a Mila Vargas, uma pâtisserie super charmosa na Calle Mantilla. Pedi um Browne de Chocolate com Arequipe (MUITO BOM!). Essa é a última dica do dia e posso dizer que é imperdível.

7º Dia

Hoje é Domingo e aproveitamos o tempo livre para explorar a ciudad amurallada. Caminhamos por todas as ruas do centro histórico passando pela Plaza de la Aduana, Plaza Bolívar, Plaza Santo Domingo, Teatro Heredia e Cuartel de las Bóvedas (um antigo armazém de munição que funciona hoje um centro de artesanato). Segue algumas fotos do centro histórico para vocês verem.


VLUU L100, M100  / Samsung L100, M100

Passei pelo Sofitel Santa Clara (um dos mais exclusivos hotéis da cidade, instalado em um antigo mosteiro de 1621) e tentei fazer um site, mas o povo do hotel não me deu muita moral. Na verdade, eles não deixaram nem eu tirar foto do interior do empreendimento. Magoei! Segue abaixo a fachada do empreendimento.

Comemos um docinho na Mila Vargas e para finalizar meu roteiro pelo centro histórico, fui conhecer o Hotel Charleston Santa Teresa. Este meio de hospedagem faz parte da mesma cadeia colombiana daquele que eu visitei em Bogotá. O hotel está em um antigo convento do séc. XVII e o lugar é simplesmente indescritível. Fui acompanhada pelo mensageiro do empreendimento que muito gentilmente mostrou toda a estrutura do hotel (áreas sociais, salas de eventos, piscina com vista para a cidade – a mais bonita que já vi em toda a minha vida, Spa e UH´s). Com diárias a partir de COP $ 762.000,00 – R$ 693,00, saí do hotel completamente apaixonada pelo lugar. Vocês vão facilmente entender o porquê.

No final da tarde voltamos a Bocagrande e jantamos em um restaurante árabe.

 8º Dia

Acordamos cedo e fomos caminhar por Bocachica, o bairro que fica do outro lado da península. O lugar é mais ajeitado que Bocagrande; os prédios são mais imponentes e mais novos, mas a faixa de areia da praia é ainda menor (quase inexistente) e é possível ver a falta de estrutura nas vias. De lá tomamos um táxi e fomos ao Caribe Plaza (o maior shopping da cidade – mas meio furreca para os padrões brasileiros). No fim da tarde voltamos ao centro histórico, pois queria andar um pouco por Getsemaní e visitar o Palácio da La Inquisición na ciudad amurallada. O edifício hoje congrega o museu da cidade e conta um pouco da história de Cartagena, além de exibir as ferramentas de tortura utilizadas no período da Inquisição.  O espaço é lindo, mas o acervo é muito fraco. Aprendi bastante sobre Cartagena, mas pelo preço não sei se vale visitar o local (COP $13.000 – R$ 11,82).

Terminamos nosso dia andando por toda a muralha da cidade. É uma ótima pedida para se fazer no final da tarde, com o sol se pondo!

9º Dia

Hoje seria nosso retorno à Bogotá, mas chegando ao aeroporto nosso receptivo nos avisou que a operadora havia feito a reserva do aéreo para o dia posterior. No começo achamos aquilo muito estranho, pois nosso voucher alertava para o dia 18, dia corrente. Passamos a manhã no aeroporto tentando resolver a situação e no fim não deu em nada. Ficamos meio de cara com a operadora pelo erro, e principalmente pelo descaso conosco. Tivemos que ficar mais um dia em Cartagena, sem hotel reservado e sem passeio para fazer. Voltamos ao nosso hotel e tentamos barganhar algum desconto, mas mesmo com o desconto dado pelo empreendimento, o preçinho ficou bem salgado. Passamos quase o dia todo no hotel e no final da tarde voltamos ao centro histórico para passar o tempo. Terminamos nossa noite jantando novamente no Jenno´s Pizza.

10º Dia

Como nosso transfer ao aeroporto não havia sido autorizado, tomamos um táxi até o local. Nossa sorte é que os táxis por aqui são uma miséria. Voamos para Bogotá no horário do almoço e chegando ao aeroporto, mudamos de terminal para fazer o check-in na TAM. Como o guichê da TAM ainda estava fechado, deixamos nossas malas no guarda-volume e fomos aproveitar nossas últimas horas no país passeando por Bogotá. Almoçamos novamente no restaurante La Sociedad, comi uma Oblea de sobremesa, passeamos novamente pela Zona Rosa e no começo da noite voltamos ao Aeroporto. Em nossa volta, pegamos um táxi tão caindo aos pedaços que achei que não chegaria salva. Tomamos o voo para São Paulo às 23h. Antes de embarcar compramos algumas bugigangas básicas no Duty Free (canecas, camisetas, café e balas para presentear amigos e parentes), que é muito bom por sinal e tomamos o rumo de casa. Chegamos em São Paulo pela manhã e na hora do almoço já estávamos em Curitiba. Acabados, como sempre!

A Colômbia não é um destino tradicional para os brasileiros, mas tem despontado nos últimos anos como um atrativo diferente para aqueles que querem conhecer um pouco mais do continente. Ao contrário do que muita gente pensa, o país é muito seguro para os turistas. Em qualquer lugar do centro histórico (em todas as cidades que visitamos) era possível ver policiais com grandes escopetas (aquele que não está acostumado pode se assustar com a cena, mas como estou sempre no Paraguai, não vi nenhuma novidade); todo e qualquer empreendimento possui segurança privada e para entrar nos Shoppings Centers é preciso mostrar o conteúdo de sua bolsa para estes profissionais. Mas o que me deixou mais incomodada é que na entrada e saída dos hóspedes do hotel, tem sempre um cachorro farejando sua mala. O povo colombiano não é tão hospitaleiro como o brasileiro, mas está longe de ser frio como o europeu. Encontramos muita gente com má vontade, mas também conhecemos pessoas prestativas e atenciosas, principalmente nos hotéis. Todos têm um conhecido brasileiro ou morando no Brasil, é inacreditável. A comida colombiana é bem saborosa e tive a oportunidade de experimentar muitos pratos típicos como o Ajiaco (é mais ou menos), Arepa (também não é aquelas coisas), Arequipe (MARAVILHOSO!), Colombiana (é bem gostosinho, com gosto de infância) e outros pratos mais elaborados como a Bandeja Paisa (apetitoso). As pessoas em Bogotá são o que eu esperava ver na Colômbia, uma mistura de raças, portanto havia pessoas muito bonitas e outras menos favorecidas de beleza. Já em Cartagena o negócio era mais feio. Mesmo que o padrão do colombiano não seja de pessoa muito magra, não vi obesos em nenhum lugar do país. Independente de tudo que eu vivenciei, acho que viajar é sempre bom. É uma oportunidade de conhecermos pessoas novas, de vivenciarmos culturas e histórias diferentes e de valorizarmos o lugar no qual vivemos. Hasta pronto!

 

Peru – a viagem mais difícil da minha vida

Chegaram as férias de janeiro e queria viajar para um lugar diferente, onde eu pudesse ver e aprender coisas novas então resolvi ir ao Peru. O país nunca foi meu sonho, mas achei que nesta altura do campeonato, era um bom destino para visitar.

Já vou começando o post recomendando que não façam essa viagem no mês de janeiro. Irão entender o porquê. E se preparem, pois esse é o maior post de todo o blog.

Os preparativos da viagem começaram muito antes dela propriamente dita. Fui atrás de informações sobre o país, busquei um pacote legal, com uma operadora confiável, fui ao posto de saúde tomar vacina contra febre amarela (não é obrigatória, mas é recomendada), e eu li vária vezes sobre as questões diplomáticas para não ter nenhum problema. Para quem não sabe, o Peru é um país da América do Sul, uma república presidencialista democrática como o Brasil, mas é dividida em 25 regiões. A sua geografia é bem variada, mas eles costumam dizer que o país é dividido em costa (Lima e região costeira, que corresponde a 10% do território), selva (a Amazônica) e serra (os Andes). A população peruana é estimada em 28 milhões e só a cidade de Lima possui mais de 8 milhões de pessoas. Grande parte da população tem ascendência indígena. O idioma oficial é o espanhol e eles têm um acento relativamente fácil de entender, mas parte da população fala quechua, língua dos antigos incas.

A viagem começou com os perrengues de sempre. Não fui para São Paulo de ônibus, mas tive que madrugar (4h30), pois meu voo para São Paulo era às 06h00 da manhã. Chegando ao aeroporto de Guarulhos, peguei um voo direto para Lima.

1°. Dia

Chegamos a Lima quase 11 horas da manhã e na entrada já nos deparamos com um grande cartaz dizendo que tínhamos chegado no melhor aeroporto da América Latina. Quando li a placa, me deu vontade de rir. Só pensei que esse povo deveria ir correndo para a Cidade do Panamá ver o que é o maior aeroporto da América Latina, mas tudo bem. Lima é a capital do país e está situada na Costa do Pacífico. Foi fundada por Francisco Pizarro em meados do século XVI e se chama Lima por estar próxima ao Rio Rímac. Pizarro não conseguia pronunciar Rímac e o chamava de Limac e aos poucos se transformou em Lima. A cidade é formada por 43 bairros ou distritos que eles chamam de municipalidades. Cada bairro tem autonomia própria, portanto, é possível ver diferenças muito grandes no destino, mesmo estando na mesma cidade. O clima de Lima é agradável e chove muito pouco, cerca de 60 mm por ano. Já no trajeto do Aeroporto até nosso hotel, foi possível ver o tamanho da cidade. Neste trajeto, passamos pela Costa Verde, que é a costa do Pacífico. A praia em si é muito feia, pois não tem areia, só pedras escuras, mas como o mar tem ondas fortes, é um reduto de surfistas. Após 30 minutos de percurso chegamos ao hotel Habitat no bairro de Miraflores. Miraflores é o bairro turístico de Lima e concentra 70% dos meios de hospedagem da cidade. O lugar é lindo! Cheio de casas estilosas, com diversos estilos arquitetônicos, uma limpeza inacreditável e muito florido. Diferente do que eu imaginava! Ele é cortado pela Avenida Arequipa (talvez a mais longa avenida da cidade) e concentra cassinos, restaurantes e outros pontos de interesse.

Deem uma olhada em uma das lindas casas na Avenida Arequipa, da Prefeitura de Miraflores e da Igreja principal.

Lima

Lima

Miraflores - Lima

Almoçamos em uma “Chifa” (restaurante chinês); a cidade de Lima teve uma grande migração chinesa no final do século XIX e eles fazem parte da cultura local então, seus restaurantes são abundantes e bem populares. Como tínhamos a tarde livre, aproveitamos para conhecer as lojas de departamentos (que eles chamam de Shopping) Ripley e Fallabela; passamos também pelo Parque Central, lojas de artesanato, igreja e prefeitura do bairro e ainda andamos pelas ruas para fazer reconhecimento do lugar. À noite, fui perder uns soles no Cassino! Ahhh! Vale lembrar que 1 Real vale 1,52 Soles e as coisas são relativamente baratas por aqui. Também tenho que contar que, ao contrário do eu imaginei, as pessoas não são tão feias. Não estou dizendo que são lindas, mas está longe de ser assustador!

2°. Dia

Acordamos logo pela manhã para o city tour à cidade de Lima. Dentro do roteiro, nossa primeira parada foi em Huaca Pucllana, grande complexo arqueológico pré-inca. De lá, fomos ao Centro Histórico de Lima, onde passamos pela Praça San Martín, uma linda praça em estilo colonial espanhol e neoclássico que abriga o Gran Hotel Bolívar, um dos hotéis mais tradicionais da cidade. Abaixo coloquei uma foto da Praça.

Lima

 Nossa segunda parada foi no Museu do Banco Central de Reserva que é um antigo banco convertido em museu. O lugar em si não é espetacular, mas é possível ver vários objetos de ouro, tecidos e cerâmicas das diferentes culturas que se desenvolveram no Peru. Neste passeio, foi possível verificar a quantidade de civilizações pré-incas no país e descobrir que a maior virtude do povo inca foi pegar o melhor de cada uma dessas civilizações, desenvolvê-las e incorporá-las à sua cultura. Após a visita ao Banco fomos a Plaza de Armas ou Plaza Mayor que é, sem dúvida, a praça mais bonita de Lima. O lugar é lindo, e nele é possível ver o Palácio do Governo, a Prefeitura de Lima, a Catedral e o Palácio Arzobispal. Deem uma olhada em algumas fotos da Praça.

Plaza de las Armas - Plaza Mayor - Lima

Plaza de las Armas - Plaza Mayor - Lima

Mais tarde fomos caminhando até o Convento de San Francisco, uma igreja do século XVII que tem aguentado firmemente os terremotos da cidade. Durante a visita conhecemos as galerias subterrâneas ou catacumbas, onde foi antigamente o principal cemitério da cidade no período colonial.

Plaza de las Armas - Plaza Mayor - Lima

Saindo do antigo centro, passamos pelo bairro de San Isidro, municipalidade mais residencial que concentra 70% das embaixadas da cidade e é famoso pelas oliveiras e finalizamos em Miraflores.

Após o almoço, aproveitamos para passear pela Plaza de los Enamoradas na orla do Pacífico, demos uma sapeada no Larco Mar, um agradável shopping a céu aberto com cinema e uma variada praça de alimentação. Ainda tivemos pique para ir ao Grande Parque de Lima, popularmente conhecido como Parque de la Exposicion; foi construído para receber uma Exposição Mundial e conta com espaços de lazer e anfiteatro. Ao lado encontra-se o Museu de Artes que estava em reforma e pouco a frente há o Museu Italiano, Palácio da Justiça e um edifício francês que parece uma réplica colorida da Prefeitura de Paris. Finalizamos o dia no mercado, conhecendo os produtos locais.

Segue abaixo uma foto da Plaza de los Enamorados.

Plaza de los Enamorados - Lima

3°. Dia

Fizemos check-out em nosso hotel, fomos ao Aeroporto pegar um voo a Cuzco. Depois de 1h35 minutos já estávamos na famosa cidade peruana. Cusco está situada no sudeste do Vale de Huatanay ou Vale Sagrado dos Incas, na região dos Andes e tem uma população de aproximadamente 400 mil habitantes. A cidade é muito alta, 3.400 metros acima do nível do mar. Minha primeira impressão da cidade foi a pior possível! O aeroporto parecia bastante precário e rodeado por uma favelão. Fomos ao hotel onde experimentamos o chá de coca, bastante popular na região e tivemos o dia livre. Passei parte do dia no hotel, pois a altitude me deu dor de cabeça e indisposição sem tamanho, mas aos pouquinhos fui me acostumando. Tentamos andar pelo centro da cidade, passamos pela Plaza de Armas (a mais importante praça da cidade) e aproveitamos para conhecer o Museu Inca. O dia estava muito chuvoso então não pudemos aproveitar o bastante! A cidade é bem feia. Tirando duas praças e algumas ruas, a sensação é que estamos em uma favela. As poucas coisas bonitas são os edifícios em arquitetura colonial espanhola e há muitas referências aos incas pela cidade. Aqui as pessoas não são bonitas, mas o mais interessante é que você vê muitas mulheres usando aquelas roupas típicas andinas; chapéuzinho, duas tranças no cabelo, saia escura e um bolsa colorida pendurada nas costas onde algumas usam para carregar coisas ou mesmo crianças.

Cuzco - Cusco

À noite fomos jantar no restaurante Dom Antonio. Lá, é possível encontrar comidas típicas como carne de alpaca (uma espécie de llama – saborosa!) e cuy (é porquinho da índia cozinho como um leitão, não tive coragem de experimentar porque era meio estranho), além de músicas e danças típicas. A comida peruana de uma forma geral é muito boa; bem temperada e possui um quê de fusion! Vale a pena!

4°. Dia

Acordamos cedo e fomos dar uma voltinha na cidade para fazer umas comprinhas. Pela manhã, fazia um lindo dia de sol e pudemos aproveitar finalmente a cidade. No começo da tarde, nosso receptivo foi nos buscar no hotel para fazermos o city tour por Cuzco. Nossa primeira parada foi no Convento de Santo Domingo. O lugar é lindo, em estilo renascentista, interior barroco e o mais interessante é que dentro do espaço fica o templo de Qoricancha. Este templo é mais conhecido como o templo coberto de ouro e foi o santuário mais importante dedicado ao Deus Sol na época do Império Inca. Este espaço foi entregue aos jesuítas por Pizarro e eles cobriram todas as paredes com gesso e transformaram em habitações para os padres. No terremoto de 1950, todas as paredes de gesso foram abaixo e as muralhas incas aparecerem novamente. Hoje faz parte de um sítio arqueológico. Deem uma olhada no Convento, aquela construção ao fundo.

Convento de Santo Domingo - Cuzco - Cusco

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Próxima parada foi a Plaza de Armas e fomos à Catedral. De fachada renascentista, este complexo é formado por três igrejas e dessa forma, é mais resistente aos terremotos. A catedral em si é uma das igrejas mais bonitas que tive a oportunidade de conhecer. Os detalhes dos altares em pandeoro (cobertura de ouro em madeira trabalhada), as pinturas coloniais e o principal altar em prata fazem qualquer um ficar meio bobo! Incrível!!!! Deem uma olhada na fachada da Igreja.VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

De lá fomos para Sacsayhuaman, um templo inca localizado a dois quilômetros ao norte de Cusco e que possui uma vista panorâmica legal, inclusive da cidade. Passamos também por Tambomachay, um templo dedicado à água. Para se chegar lá, é preciso caminhar um pouco. Não tenho palavras para descrever o lugar, é o ponto mais alto da região então a falta de ar e a dor de cabeça são muito fortes. Um frio desgraçado (também culpa da alta altitude!). Além disso, brota água de todos os pontos, é um troço muito doido! Finalizamos nosso tour no começo da noite e fomos dormir cedo, pois no outro dia iríamos para Machu Picchu.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Ai começa o pesadelo….

 5°. Dia

Acordamos às 05h da manhã, pois às 06h o receptivo nos levaria à Estação de Trens de Poroy, cidade próxima a Cuzco para pegarmos o trem a Machu Picchu. A estrada férrea é o único meio de chegar a Águas Calientes, povoado ao lado da cidade inca. Na noite anterior, havia chovido torrencialmente e de manhã parecia que a chuva não ia parar tão cedo! Machu Picchu significa velha montanha em qechua e o local é conhecido como a cidade perdida dos Incas. É uma cidade localizada entre duas montanhas, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba. Foi construída no séc. XV e por muitos anos os pesquisadores acharam que fosse a cidade mais importante da civilização inca. Com a extinção deste império, a cidade foi abandonada e redescoberta em 1911 por um norte-americano chamado Hiram Bingham, que estava procurando o último reduto inca, Vilcabamba. Machu Picchu é considerada Patrimônio Mundial da UNESCO e uma das sete maravilhas do Mundo. Chegando à Estação de Trens, nos avisaram que os por causa da chuva o trem não partiria de Poroy e sim de Ollantaytambo, uma cidade há pouco mais de 60 km de lá. Como não sabíamos nada, pegamos o ônibus da Perurail e fomos até a próxima estação. Chegando lá, vimos que havia uma porção de turistas esperando este trem e esperamos por horas. Fiquei bem preocupada, pois tínhamos apenas 4 horas para aproveitar Machu Pichu e quanto mais tempo o trem atrasasse, menos tempo tínhamos para ficar no atrativo. Três horas depois tomamos o trem e fomos a Águas Calientes. O trajeto foi tranquilo, mas ao lado da ferrovia havia um rio bastante cheio, que quase tocava os trilhos e com uma fúria que eu nunca tinha visto na vida, mas achei lindo e não imaginei que aquilo poderia nos prejudicar. Chegando ao ponto final, a chuva continuava muito forte, mas tomamos outro ônibus em direção à Machu Picchu. Esse é um ônibus pequeno que sobe a montanhas e tenho que admitir que deu um pouco de medo, pois ele andava muito rápido. Quando chegamos ao local, abriu um sol e parecia que estava tudo perfeito de novo. Não há palavras para descrever a beleza de Machu Picchu. É realmente um lugar mágico! Nosso guia explicou sobre as pedras que formam as casas, sobre os famosos terraços, características da arquitetura inca, sobre seu descobrimento em 1911 e sobre a cultura dos habitantes locais.

Machu Pichu

Machu Pichu

Terminando a visita, voltamos correndo para Águas Calientes para não perder o trem da 15h20. Quando chegamos à Estação de Trens, estava chovendo muito e vimos uma quantidade enorme de pessoas sentadas esperando do lado de fora. Perguntei ao guarda o que tinha acontecido, ele disse que tinha caído uma barreira na ferrovia e que não havia trens para voltar a Cuzco. Senti um desespero momentâneo e entramos na Estação para confirmar a informação. Era verdade! O pior de tudo é que não tinham previsão de quando voltariam a funcionar. Meios atônitos e sem saber o que fazer, sentamos e esperamos para ver o que acontecia. Às 19h00 saiu um comunicado de que os trens sairiam e que precisávamos nos organizar em filas, de acordo com o horário da nossa passagem de volta. Começou aquela confusão e empurra-empurra.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Depois de uns 40 minutos saiu um novo comunicado de que não haveria trens aquela noite e que eles só sairiam no próximo dia a partir das 05h30 da manhã. Estávamos todos sem saber o que fazer! Alguns turistas procuraram hotel para dormir, outros disseram que os hotéis não tinham mais vagas; alguns montaram acampamento na própria estação e outros ficaram sem norte, como nós. Juntamos-nos com um grupo de brasileiros e pedimos jantar em um restaurante chinês e decidimos dormir nos bancos da própria estação. Foi uma noite horrível! Tínhamos medo de ser assaltados por outros turistas e os homens do grupo até fizeram uma vigília, estava um frio insuportável (cerca de 4º C) e estávamos sem agasalhos muito quentes, além das luzes e da TV da estação ficarem acesas o tempo todo. Alguns turistas resolveram dormir nos vagões dos trens e em alguns carros, já não achava mais vaga e foi assim que passamos nossa primeira noite.

6°. Dia

Acordamos às 05h e ficamos esperando que os funcionários da Perurail chegassem à estação, mas ninguém aparecia. O primeiro comunicado oficial veio em torno de 09h e disseram que os funcionários da companhia haviam passado a noite tentando arrumar o trecho que estava com problemas, mas como a chuva não havia passado, outros trechos da ferrovia estavam interditados. Nessa hora as pessoas começaram a ficar desesperadas e tentaram ligar para suas embaixadas ou consulados para avisar nossa situação. Perto do almoço, comecei a ficar angustiada e quis dar uma volta pelo centro da cidade para ligar para amigos e familiares e quando voltei, a companhia havia avisado que nos tiraria da cidade através de helicópteros e que teríamos que nos dividir por países. Colocaram os brasileiros em vagões de trem (vale lembrar que éramos em torno de 200 turistas brasileiros) e começaram a passar listas. Perdi até as contas de quantas listas assinei! Pouco tempo depois, mandaram que saíssemos da estação de trens e nos levaram a um estádio no meio de um favelão. Acho que esse foi um dos piores momentos que passamos! Estávamos lá, naquele lugar sem estrutura, enlameado, divididos em países, sendo observados como se fôssemos animais pelos moradores da cidade, que se espremiam nas arquibancadas em um sol de rachar, com muita fome e sem saber o que fazer. Senti-me em um campo de concentração, sem brincadeira! Olhem a situação.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

O prefeito da cidade chamou os representantes de cada país e disse que naquele dia, apenas 60 pessoas sairiam de helicóptero e que nos próximos dias, cerca de 800 turistas por dia teriam a chance de voltar. Nessa hora começou a me dar um ataque de pânico, pois tive a impressão que todos nós ficaríamos presos lá por uma semana. Estimavam que a cidade possuísse 1800 turistas e outros chegariam da trilha inca. Estava passando mal com aquele calor e resolvemos procurar um lugar para comer. Quando voltamos, a situação continuava a mesma! As pessoas continuavam esperando, nenhum helicóptero havia chegado e aparentemente ninguém tinha saído. Ficamos sabendo que os helicópteros estavam saindo de outro lugar e fomos correndo ver se conseguíamos embarcar. O lugar era um caos! Um empurra-empurra, mães chorando e pedindo pelo amor de Deus para embarcar, guias desesperados tentando embarcar europeus idosos e foi quando bateu o cansaço. Estávamos sem dormir, sem banho, sem comida há mais de um dia. Às 18h os soldados do exército peruano disseram que havia encerrado os voos naquele dia e que teríamos que deixar o local; decidimos então ficar no único hotel disponível da cidade. Era um resort ecológico 5 estrelas (Inkaterra Macchu Picchu Pueblo Hotel) que nem me atrevo a dizer o valor da diária. Naquele momento, estávamos tão desesperados para dormir em uma cama, que eu era capaz de pagar qualquer quantia. O lugar era lindo, mas não sei se valia tanto. No entanto, como disse, naquele momento, não queria pensar em nada. Deem uma olhada na minha cara alegre e jeitinho faceiro no hotel depois de 48 horas sem banho e de ter dormido em um banco frio de estação na noite anterior.

Inka Terra

O jantar estava incluso na diária e foi um dos melhores jantares da minha vida. Por 30 minutos, consegui esquecer o que estava acontecendo conosco. Dormimos pouco aquela noite, mas pelo menos confortavelmente.

7°. Dia

Acordamos cedo, tomamos um reforçado café e fiquei grudada por um tempo com um grupo de americanos na esperança de que o guia deles teria alguma informação privilegiada, mas acabei decidindo ir com alguns amigos na estação de trens para ver se conseguíamos embarcar. Quando chegamos à estação, disseram que apenas os maiores de 60 anos, mães com filhos e doentes poderiam entrar. Começou a me dar outro ataque de pânico e fui a Secretaria de Saúde para solicitar alguma autorização para que eu pudesse entrar na estação. Expliquei que tomava remédios de uso contínuo e que estava sem eles há alguns dias, pois tinham ficado no meu hotel em Cuzco e que já estava sentindo sintomas de abstinência como alergias e quedas de pressão. Duas senhoras espanholas que estavam hospedadas comigo me ajudaram a explicar minha situação e a moça da secretaria me deixou entrar na estação onde fui procurar o paramédico de plantão. Na sala do pronto socorro, havia uma moça do Rio de Janeiro que estava com intoxicação alimentar. Expliquei meu problema, os remédios que estava tomando, meus sintomas e disse que precisava embarcar. O médico disse que meus sintomas eram somente de ordem psicológica e que meu problema era desidratação e fome! Acredita?! Queria matar o cara naquela hora! Ele tentou colocar soro na minha veia, mas ele não conseguia encontrar a veia certa e foi me furando sem dó. A dor era tanta que caiu minha pressão e desmaiei na cadeira. Depois de passar a manhã toda com o médico, ele me perguntou se gostaria de embarcar com ele e disse que sim, sem pensar. A fila nesta hora estava quilométrica e era possível perceber que a maioria das pessoas eram moradores da própria cidade que estavam “aproveitando a carona” para ir para a casa de familiares. Tentamos passar pelos guardas para embarcar, mas as mães histéricas não nos deixaram passar dizendo que elas tinham mais direitos e, então, nos colocaram em um vagão até a poeira baixar. O lugar era uma sauna, não tinha condições de ficar por lá. Foi aí que começamos a ver toda a confusão. Saíam muitos helicópteros, mas a fila não andava (disseram que alguns turistas do hotel que eu estava hospedada haviam pagado para pegar o helicóptero primeiro), as pessoas da cidade ficavam nos observando por uma tela e ofendiam alguns dos turistas. Um empurra-empurra, uma gritaria, crianças no sol e de pé por horas, crianças e mães chorando, era tudo de mais! Outro médico veio conversar comigo e disse que tentaria uma autorização para que eu embarcasse no dia seguinte, mas ele não voltou para dizer nada. Conversei depois com o médico responsável pela Secretaria de Saúde e ele me disse que tal autorização não era possível e que eu teria que esperar. No final da tarde as mães invadiram o corredor que dava acesso aos helicópteros passando por cima de todo mundo, até de militares peruanos. Olhem a arminha dos  militares.

DSC03395

Cerca das 18 horas, encerraram os helicópteros e resolvemos voltar ao hotel Inkaterra para ver se era possível “comprar” nossa volta para Cuzco. O jantar naquela noite não foi tão bom! Já faltavam algumas coisas e o gerente do hotel comentou que se não houvesse abastecimento na cidade, em 1 dia acabaria toda a comida. Ele disse também que faria de tudo para ajudar a nos embarcar no próximo dia.

8°. Dia

Acordamos bem cedinho, fizemos o check-out e como quem não quer nada, tentamos ir para os helicópteros por uma trilha que tinha no hotel. Em determinado ponto do caminho, encontramos as mães histérica novamente dizendo que nós não podíamos embarcar (éramos umas 6 pessoas, entre brasileiros, europeus e americanos), pois elas tinham mais direito e  haviam passado a noite ao relento esperando. O senhor que estava comandando esses embarques gritou com todo mundo e mandou a gente embora. Nessa hora tinha a sensação de que novamente não conseguiria embarcar e que ficaria presa àquele lugar mais alguns dias. Obedecendo as recomendações do gerente do hotel, ficamos no lobby do empreendimento esperando maiores informações. Uns 30 minutos depois passaram o médico da Secretaria de Saúde com um amigo nosso do grupo de brasileiros. Tentei explicar novamente minha situação ao doutor, mas ele disse que tinha outras 10 prioridades no momento e que não poderia me ajudar a embarcar, mas mandou a enfermeira me medicar para as alergias. Conversei com a enfermeira que foi um anjo e me disse que se eu quisesse embarcar, eu teria que dizer aos guardas que eu era epiléptica e ter alguma crise ou mesmo desmaiar na frente de todos para que eles acreditassem que era sério. Ela também me deu seu telefone e disse que se eu não conseguisse embarcar naquele dia, era para eu ligar para seu celular que ela daria um jeito de conseguir me colocar no outro. Novamente tentamos chegar aos helicópteros pela trilha do hotel como quem não quer nada e estava até disposta a passar mal caso surgisse necessidade, mas dessa vez não tinha nenhum guarda e nos infiltramos na fila para embarcar. Neste dia, era possível ver que havia mais helicópteros, mas ainda tinha muitas pessoas para ir embora. Em um momento, veio um oficial da polícia federal americana conversar conosco dizendo que nós já tínhamos conseguido o mais difícil que era estar na fila e que em questão de horas embarcaríamos para Cuzco. Nessa hora, um alívio veio em minha mente, mas ainda estava apreensiva, pois tinha medo de que na hora H, os militares não me deixassem embarcar por não fazer parte do grupo de prioridades. Conversei com o oficial por algum tempo e ele me disse que 4 policiais americanos estavam no Peru para cuidar pessoalmente dos turistas americanos. Eles cederam ao governo peruano 6 helicópteros para auxiliar no resgate dos turistas e moradores das regiões alagadas e, em contra partida, eles poderiam cuidar de perto do seu povo. Ele também disse que o trabalho deles era não só recolher todos os americanos de lá como todos os turistas e que os americanos voltariam aos Estados Unidos em um avião da Força Aérea no Sábado. Nessa hora, fiquei com vergonha de ser brasileira, pois ninguém do governo brasileiro tinha feito nada por nós naquela situação. Nesse momento, passa um grupo de turistas japoneses por nós. Ficamos sabendo mais tarde que o governo japonês havia fretado um helicóptero para levar seu cidadãos para Cuzco. Aí que a vergonha de ser brasileira ficou ainda maior!!! Abaixo segue um dos helicópteros disponibilizados para levar os turistas. Eles traziam mantimentos e levavam turistas.

DSC03408

Depois de algumas horas de espera, pegamos nosso voo. Era um helicóptero das forças aéreas peruana bem grande, de 24 lugares. A viagem foi rápida, fiquei de pé todo o voo por falta de espaço, mas emoção de estar saindo daquele inferno é indescritível. É um mistura de alívio e felicidade! Ahhh! Gostaria de deixar bem claro que o gerente e subgerente do hotel que estávamos hospedados ficaram conosco até o momento do embarque. Um profissionalismo sem tamanho!!! Chegando em Ollantaytambo, os voluntários nos deram bolachas e água. Estávamos há horas sem comer, mas a adrenalina era tão grande que não tinha fome. Dei várias entrevistas para jornais e uma delas até foi parar no BandNews. A empresa Perurail colocou os turistas em um ônibus e nos levou à estação de trens da cidade. De lá, pegamos outro ônibus a Cuzco. O caminho não podia ser mais lindo! Acho que era Deus dizendo que estávamos salvos! A vista dos Andes cobertos por gelo no fundo das outras montanhas, dos pastos verdinhos e das casas tradicionais parecia um filme! Quando chegamos a Cuzco, parecia até que a cidade estava mais bonita. Fomos ao hotel, ligamos para nossa operadora e seguindo uma recomendação da empresa, fomos a Lan pessoalmente para remarcar nossa volta pra Lima. Nossa volta foi remarcada para o outro dia pela manhã e aproveitamos nosso finalzinho de tarde para finalmente descansar e nos despedir da cidade. Nessa despedida, passamos pelo Hotel Monastério. Essa foi uma das maiores surpresas da viagem! Um antigo monastério do séc. XVI transformado em pousada de luxo e administrado pelo grupo Orient Express, o mesmo que administra o Hotel Copacabana no Rio e o Hotel das Cataratas em Foz do Iguaçu. Eles têm uma capela tão linda que você fica meio boba! Na verdade, todo o hotel é fantástico! Um dos mais bonitos que já vi na minha vida, se não for o mais bonito. Jantamos no restaurante Fusiones, um restaurante que eu tinha ido há dias atrás e tinha amado, especializado em comida fusion. Nesta noite finalmente dormimos mais tranquilos.

9º Dia

Saímos de Cuzco para Lima às 10h15 da manhã e fizemos uma viagem tranquila. Chegando à capital peruana, fui correndo ao guichê da Tam para tentar um voo para São Paulo. Sabia que não era possível pegar no mesmo dia pela diferença de horários, mas queria garantir o avião do dia seguinte. Naquele momento, nem peguei minhas malas na esteira. O atendente da companhia havia me dito que os voos da Tam não tinham disponibilidade até o dia 02 de fevereiro (fora de cogitação!) e que teríamos que ficar na lista de espera para tentar embarcar no próximo dia. Parecia que o pesadelo não tinha fim! Ainda perguntei se não teria vagas na primeira classe ou em outra companhia, mas o que ele me disse que não havia lugar disponível no avião, nem em outras empresas. Nossa agência reservou um quarto no hotel Ramada, localizado ao lado do aeroporto e tivemos que passar mais um dia no Peru. Como não tínhamos o que fazer, fomos conhecer outros pontos da cidade que não havíamos ido como o Parque Olivar no bairro de San Isidro e o Parque de la Reserva, Circuito Magico del Agua. Segue fotos das oliveiras em San Isidro e do Show das Águas.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100

Também aproveitamos para fazer umas comprinhas na loja de departamento Ripley e no shopping Larcomar e voltamos ao hotel. Nossa volta foi cômica! Pegamos um taxi desses caindo aos pedaços e ele começou a fazer um caminho estranho, passando por uns becos escuros, sem gente e levando muito tempo para chegar ao aeroporto. Achei que ia ser assaltada naquele momento e no desespero, até coloquei um cartão de crédito dentro da calça, pensando que, se fossemos assaltados, seria bom ter um cartão guardado para não ficarmos sem nada. Mas só foi um susto!

10º Dia

Acordamos cedo e fomos às 09h para o guichê da Tam esperar a confirmação se poderíamos embarcar. Éramos 12 brasileiros, cansados e desesperados para voltar para casa. Quando fecharam o check-in, descobriram que só havia uma vaga disponível no voo e eu era a primeira da lista de espera (Graças a Deus!). Tive uns vinte minutos para fazer meu check-in, pagar a taxa de embarque, passar pelos detectores de metais e pela imigração. Foi uma correria, mas deu certo! Fiquei um pouco chateada por deixar os outros em Lima, inclusive meus pais. Cheguei a São Paulo às 19h40 e finalmente terminou minha aventura. A sensação de alívio e a vontade de sair do aeroporto eram tão grandes que nem quis olhar as coisas do Duty free, acreditam?! Os demais brasileiros daquele grupo passaram mais um dia em Lima e conseguiram embarcar no outro voo. Soube que os últimos brasileiros só saíram de Machu Picchu no dia 30, um dia depois da minha chegada ao Brasil. Eles fizeram o trajeto de Lima a São Paulo em um avião da FAB. A menina que esteve comigo no Pronto Socorro ficou até o último dia e chegou a dar entrevista no Jornal da Rede Globo contando o descaso do governo peruano com os turistas. Machu Picchu está temporariamente fechada aos turistas pela falta de estrutura. Espero que esse triste incidente faça as autoridades do país repensarem na estrutura turística do principal destino do Peru. Espero também que eu não passe mais por nenhum apuro como esse na minha vida! Acho que minha sanidade mental e meu coraçãozinho não iam aguentar.

Só para terminar o post, resolvi colocar uma foto da fúria do rio para terem uma ideia de como foi punk toda a situação. Isso porque essa foto foi tirada no último dia e o rio já estava mais baixo.

VLUU L100, M100 / Samsung L100, M100