Cruzeiro pelo Caribe (Curaçao, Aruba, St. Kitts and Nevis e St. Thomas)

Há muitos anos atrás fiz um cruzeiro pelo litoral brasileiro. Na ocasião, embarquei em Santos e por uma semana visitei Búzios, Rio de Janeiro, Ilhéus e Salvador. O mercado de cruzeiros no Brasil estava em franca expansão e muitas companhias internacionais ofereciam trajetos a preços atrativos e com condições de pagamento favoráveis. Devo admitir que por mais que eu tenha aproveitado a viagem e aprendido muito, fiquei um pouco decepcionada com a experiência em si. Primeiramente porque a infraestrutura portuária brasileira era precária, situação sem melhorias significativas nos últimos anos; não o achei glamoroso como vemos nos filmes; a comida, por mais que fosse farta e diversificada, era insossa; e o navio, mesmo oferecendo atividades variadas para todas as faixas etárias, não havia atendido completamente minhas expectativas. Assim, por muitos anos evitei este tipo de passeio, pois temia me decepcionar novamente. No entanto, ainda na saga “Conheça a América” e planejando fazer algo diferente em 2019, dei uma nova chance aos cruzeiros. Desta vez estabeleci algumas pré-condições, até como forma de comparar com a minha experiência anterior: (I) gostaria que fosse um roteiro internacional; (II) em um navio da Royal Caribbean International, uma das maiores e mais conhecidas empresas de cruzeiros do mundo, e (III) que tivesse diferentes paradas durante o roteiro. Após procurar diversas opções, achei uma que atendia os requisitos, o Freedom of the Seas pelo sul do Caribe, saindo de San Juan, Porto Rico. Por um lado, o valor cruzeiro era muito bom, quando comparado àqueles com saída em Miami ou Fort Lauderdale, no sul da Flórida, Estados Unidos; no entanto, por outro, a economia que eu faria com o preço total do cruzeiro eu gastaria na passagem aérea para chegar à Porto Rico. Mesmo assim, embarcamos nesta aventura, literalmente.

Não há voos diretos do Brasil para Porto Rico. Para chegar à Ilha é necessário fazer conexão em algum outro destino. No ano passado viajamos para San Juan com a United Airlines e realizamos a conexão nos Estados Unidos, conforme contei neste post. Nesta viagem, optamos pela Copa Airlines com conexão no Panamá. Admito que a Copa não é a melhor empresa aérea da América Latina, mas a conexão no Panamá foi muito mais rápida e prática, portanto foi a melhor escolha, além de ser a mais econômica.


Abaixo contarei cada uma das nossas paradas e ao final descreverei um panorama geral sobre o navio e minha experiência como um todo.

Curaçao
Nossa primeira parada. É uma ilha localizada próxima à Venezuela; é um território independente, mas membro constituinte do Reino da Holanda. Sua capital é Willemstad, a moeda é o Florim e as línguas oficiais são o holandês e o papiamento (língua nativa que mescla vários outros idiomas e dialetos). Chegamos ao porto de Willemstad no começo da manhã e passamos o dia no destino. Durante nossa estada negociamos com um táxi um tour privado para a região oeste da Ilha, onde dizem ter as praias mais bonitas e de água mais quente. É distante de Willemstad, mas vale a pena. Visitamos Kenepa Grandi e Kenepa Chiki. Kenepa Grandi me encantou, deem uma olhada!

Voltando ao sul, visitamos Kokomo e terminamos o tour em Blue Bay, ambas próximas à Willemstad. Blue Bay, em minha opinião, é a praia com a melhor infraestrutura para o turista. Segue abaixo uma foto da praia de Kokomo e outra de Blue Bay.

Almoçamos em Punda, um dos bairros históricos de Curaçao no qual percebe-se a mistura da arquitetura holandesa com as cores do Caribe. Passamos a tarde explorando o comércio local.

Curaçao é um lugar realmente multicultural; cheio de lindas praias e tempo ensolarado. Ao meu ver, o único ponto negativo são as pessoas, pois a maioria dos comerciantes foi indiferente, beirando a má educação. Fiquei impressionada, pois não é um comportamento comum para uma Ilha na América Central, região conhecida pela hospitalidade e um destino que sobrevive em grande parte do turismo, mas em resumo foi ótimo!

Aruba
Nossa segunda parada foi em Aruba, outra ilha próxima à Venezuela e que, apesar de ser um território independente, também faz parte do Reino da Holanda. Descoberta e ocupada em 1499 por exploradores espanhóis, o território foi adquirido pelos Países Baixos em 1636. Sua capital é Oranjestad, a moeda local é o Florim e as línguas, assim como em Curaçao, são o holandês e o papiamento. No entanto, os moradores também falam Inglês e Espanhol. Na verdade, eles têm grande familiaridade com o espanhol. Chegamos ao porto de Oranjestad no começo da manhã e passamos o dia no destino. No Porto compramos um tour com uma excursão para conhecer grande parte da Ilha; o passeio custou US$ 20 por pessoa e em um período de quase três horas visitamos Casibari, formações rochosas compostas de diorito de quartzo, conforme foto abaixo.

Visitamos também a Capela Alto Vista, o Farol Califórnia e passamos pelas praias de Boca Catalina, Arashi e Palm Beach, esta última é a região mais comercial da Ilha. Terminamos o passeio com uma visita a Eagle Beach, a praia abaixo.

O passeio valeu super a pena, pois tivemos uma ideia da dimensão, características e principais atrativos da Ilha. No período da tarde, exploramos os shoppings e o comércio local. A cidade de Oranjestad tem um comércio mais interessante que Willemstad e mesmo que não passe uma sensação de autenticidade, é uma cidade muito bem cuidada. Gostei muito e gostaria de ter ficado mais dias.


Agora o roteiro começa a ficar engraçado, pois as próximas duas paradas foram em ilhas que eu nunca tinha ouvido falar e nem sabia que estavam no roteiro. Isso que é uma pessoa antenada!

St. Kitts and Nevis
Depois de um dia de navegação, nossa próxima parada foi em St. Kitts and Nevis. Também conhecida como São Cristóvão e Névis, foi colonizada pelos ingleses no século XVII; sua capital é Basseterre e apesar de ser um território soberano, faz parte da comunidade do Reino Unido. A moeda local é o Dólar do Caribe Oriental (achei um dos nomes mais estranhos que já escutei!) e a língua oficial é o Inglês. Assim como em Curaçao, ao chegar ao Porto negociamos um tour privado com um táxi que nos levou a Frigate Bay, uma das praias mais famosas da Ilha, propícia para esportes aquáticos como jet-ski, passeios de fragata, caiaque e banana boat. A Praia é muito fraquinha e o melhor foi a tostada que eu levei! Essa curitibana que não usa protetor solar é fogo…

No entanto, a Ilha me surpreendeu, pois ela tem uma fauna mais rica que as duas primeiras paradas e é muito bem cuidada. Após a visita à Praia conhecemos o centro da cidade. Basseterre parece uma típica cidade colonial britânica com casas de madeira coloridas. É um lugar muito simples, mas com um certo charme. No entanto, o comércio de rua é, em parte, informal e desorganizado. Segue uma foto da avenida central de Basseterre.

Visitamos, ainda, a Independence Square, a principal praça da cidade onde está localizada a Igreja da Imaculada Conceição. Na Praça fui mordiscada por um macaco de estimação e saí de lá traumatizada…. Segue abaixo uma foto da Praça.

St. Thomas

A última parada do navio faz parte das Ilhas Virgens do Mar do Caribe. Foi colônia dinamarquesa, mas hoje é território estadunidense. Sua capital é Charlotte Amalie, a moeda corrente é o Dólar americano e a língua oficial o Inglês. É outra ilha pequena como St. Kitts, mas com uma rica e abundante fauna. Chegamos ao Porto no começo da manhã e tomamos um táxi para conhecer Magens Bay, que, segundo a National Geographic, é uma das 10 praias mais bonitas do mundo. A Praia é realmente muito agradável e o mar é de um azul turquesa profundo. Como faz parte de um Parque, é cobrada uma taxa de US$ 5 para a visitação. Mas o local oferece mesas, bares, banheiros, quer dizer, é bem estruturada. Deem uma olhada.

Os táxis em St. Thomas são um capítulo à parte, pois se assemelham a uma lotação brasileira. Não é um transporte privado. É engraçado e confuso no começo, mas um pouco chato, pois só parte em direção ao destino final quando estiver lotado.

Voltamos ao centro da cidade e passamos pelo Fort Christian, uma edificação do século XVII.

A cidade de Charlotte Amalie também é conhecida pelo turismo de compras, principalmente pelas joalherias que não cobram imposto, mas passamos muito rápido por esta parte que lembra ligeiramente Bassaterre em St. Kitts. Após nossa ligeira passagem pelo centro da cidade, voltamos ao navio para aproveitar nossa última noite à bordo.

Assim terminou meu primeiro cruzeiro internacional e acho que devo fazer várias considerações. Ainda há um grande número de brasileiros que sonham em fazer um cruzeiro, mas que tem a falsa impressão de que é um passeio muito caro. Se vocês analisarem que o cruzeiro inclui a hospedagem, a alimentação, o uso das áreas sociais com piscinas, jacuzzi, academia, balada, cassino, todos os shows e etc., perceberão que o custo/benefício é muito bom, mais barato que vários destinos brasileiros, inclusive que os resorts.

 

Uma das grandes vantagens é que no cruzeiro vocês têm a possibilidade de conhecer vários destinos em uma mesma viagem. Sob este ponto de vista, vale a pena fazer uma cotação de roteiros e preços. Em nosso caso, foi mais caro a passagem aérea para San Juan, onde embarcamos no navio, que o cruzeiro em si. No entanto, ao final, a viagem foi mais barata que muitos outros destinos que incluem apenas a hospedagem. Há outras pessoas que tem medo de passar mal durante o cruzeiro. Devo admitir no meu primeiro cruzeiro tive uma indisposição na última noite devido ao forte balanço do mar. Na verdade, todos os membros da minha família passaram mal em algum dia do passeio. Já nesta segunda oportunidade, sentia o navio mexer o tempo todo, mas tirando a estranheza inicial, não senti nenhum tipo de desconforto. Caso vocês sejam mais sensíveis, recomendo que levem um remédio de enjôo e não se preocupem, pois o navio tem uma equipe médica completa e extremamente preparada para atender este tipo de situação. Algumas outras pessoas tem medo de estar em um navio, pois não sabem nadar. Vale destacar que os navios de grande porte são extremamente seguros e antes mesmo de sair do porto, todos os passageiros, TODOS MESMO, juntamente com os tripulantes, fazem um breve treinamento de segurança, portanto, não é um ponto que devam se preocupar. Ao fim, o Freedom of the Seas me trouxe boas surpresas. O enxoval das cabines era extremamente confortável e dificultava a minha vida, pois não queria sair da cama por nada. Os espetáculos foram maravilhosos, tanto aqueles no estilo Broadway, que nem eu sabia que gostava tanto, quanto os shows musicais e a patinação no gelo. Me diverti horrores no karaokê, mesmo não sabendo nenhuma letra em Inglês. Bati meus próprios recordes na academia, mas o ponto alto do Navio, para mim, foi a comida. Como havia relatado no começo do post, minha primeira experiência gastronômica em um cruzeiro não foi das melhores. No entanto, no Freedom of the Seas experimentei pratos deliciosos, muito bem temperados e que atendiam a todos os paladares. Segue abaixo uma foto da estrutura do restaurante central.

Portanto, agora tenho mais uma nova história para recordar e já estou pronta para novas aventuras. Caso tenham interesse em acompanhar toda a aventura pelo Youtube, fiz um vídeo contando toda a jornada, inclusive mostrando a estrutura do navio e dica para os passageiros pão duros. Deem uma olhada!

Zie je later!

Bailando Despacito en Puerto Rico (San Juan, Cataño e Cayo Icacos)

Ainda na saga “Conheça a América”, nestas férias visitei Puerto Rico. Puerto Rico, apesar de estar localizada na América Central, banhada pelo lindo Mar do Caribe, é um território estadunidense. A Ilha tem aproximadamente 4 milhões de habitantes e San Juan, sua capital, conta com metade dessa população. Suas línguas oficiais são o espanhol e o inglês, mas nas ruas só se escuta o espanhol. A moeda oficial é o dólar americano e a rica história local, o clima tropical, as paisagens naturais, a cozinha tradicional e os incentivos fiscais fazem dela um destino turístico.

Desta vez, não irei comentar sobre meu voo, pois tive problemas sérios com as passagens aéreas e com a empresa escolhida e quase desisti da viagem. Mas posso contar que não há voos diretos do Brasil a Puerto Rico, portanto é necessário fazer conexão em algum país da América do Sul, América Central ou América do Norte. O aeroporto de San Juan é pequeno, mas apropriado para a demanda existente e moderno. Fiquei hospedada em San Juan, mas neste post não irei contar sobre o Hotel, pois não o achei especial. No entanto, vale a pena destacar que San Juan é uma cidade muito espalhada, portanto tomem cuidado com o bairro que irão escolher. A melhor opção de hospedagem é ficar em Viejo San Juan, o centro histórico, mas o Condado (o bairro no qual fiquei hospedada) é uma escolha viável, pois é uma região mais próxima ao centro, moderna, cheia de restaurantes, bem ao estilo de South Beach em Miami. Na verdade, minha conclusão foi de que San Juan é uma mistura de Ciudad de Panamá com Miami.

Dedicarei o texto apenas aos principais atrativos, pois assim fica mais fácil entender o que visitamos.

Viejo San Juan (Old San Juan) – O maior atrativo de San Juan é, sem dúvida, a região histórica da cidade. San Juan é a segunda cidade mais antiga das Américas estabelecida pelos europeus e La Fortaleza, residência oficial do governador de Puerto Rico, é a mais antiga edificação oficial contínua das Américas. É uma área pequenininha (dá para conhece-la a pé), mas extremamente bem cuidada e preservada. As coloridas construções em estilo colonial espanhol se misturam com algumas edificações em art decó, que dão um charme a mais para a região. O centro histórico também comporta um porto que recebe transatlânticos gigantescos que lotam diariamente as ruas de turistas, grande parte deles, americanos.

Minha dica é: Coloquem um sapato bem confortável nos pés e explorem rua por rua. Não deixem de visitar a Avenida Juan Ponce de León onde está o Capitólio e outros lindos edifícios porto-riquenhos e o Paseo de la Princesa.

Também não deixem de conhecer o Castillo de San Cristóbal e o Castillo San Felipe del Morro. Cada um está em uma ponta da região histórica e são conectados por uma via chamada Malecón. A visita aos dois fortes custa US$ 7 + impostos. Deem uma olhada na fachada do Castillo de San Cristóbal e na vista parcial da cidade a partir deste Forte.

Se puder dar dicas de alguns espaços gastronômicos em Viejo San Juan, recomendaria: (1) Restaurante Raíces – Super temático, mas especializado em culinária porto-riquenha. Experimentei o Mofongo (um purê de bananas verdes acompanhado de algum tipo de carne) e aprovei! Deem uma olhada no interior do Restaurante e no meu prato, Mofongo con Pollo. A cara do prato é esquisita, mas juro que é bom!

(2) Restaurante Barrachina – Neste local foi criado em 1963, a Piña Colada, um cocktail elaborado a partir de rum, leite de coco e abacaxi (meu drink favorito). O restaurante é muito bom e a Piña Colada é a melhor que já tomei!

Se quiserem um café, recomendo a Casa Cortés Chocobar, um espaço aberto desde 1929 muito agradável que une uma chocolateria de luxo com um café. Acho que o mais importante é que procurem um estabelecimento que ofereça café porto-riquenho, pois mesmo sendo produzido em pequena escala, o café local é considerado de ótima qualidade. No Caldera Café (localizado na Plaza de Armas) o no Café Don Ruiz também é possível encontrá-lo.

Casa Bacardí – Localizado em Cataño, uma cidade próxima de San Juan, a Casa Bacardí é a destilaria da Bacardí, o rum mais premiado do mundo e que administra, ainda, outras 8 marcas de bebidas. A Bacardí foi fundada 1862 por Don Facundo Bacardí Massó, um espanhol que havia emigrado para Santiago de Cuba e que a partir de uma pequena destilaria começou a produção de um rum de altíssima qualidade. Aos poucos a marca foi ganhando reconhecimento e em um processo de expansão comercial, foram instaladas destilarias Bacardí no México e em Puerto Rico. Em 1958, em um período de pré-revolução cubana, a empresa foi transferida permanentemente para Cataño, Puerto Rico, e é hoje a maior destilaria de rum premium do mundo. A Casa oferece três tipos de tours: o Historical Tour (optamos por este tour. Custa US$ 15 + imposto), o Rum Tasting Tour e o Mixology Tour. O tour que escolhemos é simples, mas bem elaborado e é possível ter uma boa ideia de como o rum é produzido. O único problema é que os passeios são oferecidos apenas em Inglês. Caso tenham interesse, há várias empresas de receptivo que oferecem pacotes específicos para a Casa Bacardí, mas achei-os muito caros. Se estiverem com um grupo de pessoas, acho que a melhor opção é negociar com um táxi o trajeto ou ir ao Muelle 2 (porto localizado no centro histórico onde se pega a balsa para Cataño) e ao chegar à cidade tomarem um táxi até a destilaria. O ticket de balsa custa apenas US$ 0,50. Esta última opção toma mais tempo, mas é um pouco mais econômica e andar de balsa é bem agradável, vale a pena.

Cayo Icacos – Fui a Puerto Rico com a intenção de conhecer a Isla Culebra, pois em minhas pesquisas fiquei encantada com as paisagens da Ilha e muito intrigada ao saber que ela foi uma base da marinha americana e um local de prática de artilharia e bombardeio até 1975. No entanto, devido à maré alta não havia barcos para Culebra e o único passeio disponível era para uma outra Ilha chamada Icacos. Compramos um tour com a East Island Excursions (US$ 90 + impostos) no qual nos levariam para Fajardo onde tomaríamos um catamarán (barco) e passaríamos o dia em Icacos. A ilhinha é deserta, sem nenhuma infraestrutura, mas de areia fininha e o mar do caribe é de um azul espetacular. Você fica meio bobo com os vários tons azulados da água. Não resisti! Depois de décadas fugindo da água salgada, tive que entrar, mas estava um gelo! Também pudemos usar o snorkel para ver os peixinhos e durante o passeio visitamos ilhas particulares e Isla Palomino. Gostei do passeio e recomendo! Deem uma olhada nas fotos. Desculpem-me pela quantidade de fotos, mas é que não resisti.

E assim termina mais uma viagem. Fui para Puerto Rico com muita curiosidade e expectativas, mas percebi que não visitei o destino no melhor momento. Na semana que estive lá o tempo estava muito instável e chegou a chover 6 vezes em um mesmo dia. O Furacão Maria, que devastou várias ilhas caribenhas no mês de setembro de 2017, inclusive Puerto Rico, ainda deixa sequelas marcantes como falta de energia elétrica em algumas regiões, lojas, restaurantes e museus fechados. Mesmo assim, gostei de conhecer esse pedacinho do Caribe. Na verdade, senti que estava em um mundo paralelo. Por mais que Puerto Rico seja um território estadunidense, eles têm uma cultura muito particular. Como já mencionei, o espanhol é a língua mais comum na Ilha e o inglês porto-riquenho, apesar de ser gramaticalmente correto é carregado de sotaque latino. Os porto-riquenhos não tem direito a votar para a presidência dos Estados Unidos, mesmo sendo um território norte-americano (estranhíssimo!). Apesar de ser a terra do Reggaeton, a música mais popular em qualquer lugar é a salsa. Luis Fonsi não faz tanto sucesso por lá como imaginei, mas paguei alguns micos dançando Despacito na balsa em Cataño e na loja de departamento Sears (o que a gente não faz pelos sobrinhos?!).

A comida é farta e saborosíssima. Não deixem de provar os frutos do mar! Comi o melhor camarão e a melhor lagosta da minha vida. E o mar do Caribe é lindo de deixar você meio bobo. A cidade é cheia de arte. Há muitas pinturas, grafites e esculturas por todos os cantos.

No entanto, há alguns pontos da Ilha que não me entusiasmaram tanto. San Juan, a capital, é uma cidade muito cara, principalmente transporte e alimentação. Estou para dizer que é tão ou mais cara que Nova York. Tudo é muito longe, os bairros são muito distantes uns dos outros e o transporte público não é assim tão fácil.

Vocês facilmente lembram que estão em um território estadunidense, pois são a todo o tempo bombardeados com letreiros de grandes empresas americanas como CVS, Wallgreens, Burger King, Mc Donald´s, Macy´s, Best Buy, Pizza Hut, K-Mart, Domino´s, etc. Outra característica que faz vocês terem a certeza de que estão no Estados Unidos é que todos os espaços fechados deixam o ar condicionado no máximo (parecia que eu permanecia em uma geladeira em tempo integral), mesmo que a temperatura ambiente não estivesse tão quente; eles põem muito, mas muito gelo nas bebidas e todo o estabelecimento tem pelo menos um televisor ligado, a maioria deles sintonizados em um jogo de basquete da NBA. Os porto-riquenhos não são pessoas tão calorosas como outros latino-americanos. Não são mal-educados, mas não fazem questão de serem simpáticos e acolhedores. No entanto, encontramos alguns locais apaixonados pelo Brasil, o que nos deu uma sensação muito boa. Enfim, foi ótimo conhecer mais esse pedacinho da América e já estou planejando minhas próximas aventuras. 

 ¡Hasta luego!

Ahora en Ciudad de Panamá

Ainda com a missão de explorar a América, dessa vez minha parada foi na Cidade do Panamá (Ciudad de Panamá). Só para dar uma situada, o Panamá é um país de quase quatro milhões de habitantes localizado na América Central. Já fez parte do território espanhol durante o período colonial, mas também já foi colombiano. No entanto, auxiliado pelos Estados Unidos (que tinham interesse em aproveitar economicamente o istmo que une os Oceanos Atlântico e Pacífico, construindo e explorando uma eclusa que até hoje é a principal fonte de renda do país, o Canal do Panamá) conseguiu sua independência no início do século XX. A influência americana no país, sobretudo sobre o Canal do Panamá, foi tão grande que o Canal só passou inteiramente às mãos panamenhas em 1999. Nesta brincadeira, os Estados Unidos lucraram durante seu período de exploração 40 vezes o valor investido na obra.

Assim como o Brasil, o Panamá também já enfrentou uma dura ditadura militar, mas hoje é uma república próspera que só no ano de 2015 experimentou um crescimento de mais de 6% do Produto Interno Bruto.

A moeda local é a Balboa, mas como os panamenhos dizem, é como uma moeda figurativa, pois o Dólar Americano circula livremente pela cidade e a cotação é de B/. 1 = US$ 1. A capital, Cidade do Panamá, é a maior e mais populosa do país com quase 1,5 milhão de habitantes em sua região metropolitana. É uma cidade cosmopolita  que possui uma miscelânea cultural, formada por imigrantes europeus, chineses, hebreus, africanos, além de diferentes grupos indígenas que ainda habitam a região. No entanto, nos últimos anos tem presenciado a chegada de imigrantes proveniente, sobretudo, dos Estados Unidos, Canadá, Colômbia e Venezuela, que procuram o que o país tem de melhor; segurança, bom clima e oportunidades de trabalho. Por sua rica história, parte de seus atrativos é tombado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. E esse foi um dos vários motivos que me motivou a conhecer o destino. Na verdade, a cidade também é conhecida pelas suas opções de compras e pelos cassinos. Infelizmente com o Dólar a R$ 4,10, não pude aproveitar ao máximo estas últimas opções.

Dessa vez, voei de Copa Airlines, saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos direto para a Cidade do Panamá. Já havia viajado com a Copa em minha passagem por Cuba. Eu achei a companhia ok. As aeronaves são novas, o atendimento e a alimentação são normais, mas o entretenimento a bordo é fraco.

A hotelaria da Cidade do Panamá é ótima. Ela oferece estabelecimentos para todos os gostos e bolsos e é possível encontrar muitas das grandes redes hoteleiras mundiais. A oferta foi tão irresistível que decidi ficar em dois empreendimentos distintos. O primeiro foi o Hyatt Place Panamá City Downtown Hotel, localizado entre as Calle 50 e Avenida España, no coração financeiro da cidade. Localização prática, ótimo tamanho dos apartamentos, atendimento ok e preço justo. Só achei o café da manhã muito fraco. É aquele pão com geleia, ovos mexidos (huevos revueltos) e bacon bem básico americano. Neste quesito, eu devo admitir que esperava mais, mas super recomendo o hotel! Deem uma olhada na recepção e no meu confortável apartamento. 

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Já minha segunda opção foi o descoladíssimo Hard Rock Hotel Panama Megapolis. Na verdade, essa era minha primeira opção, mas o dólar alto não me deixou ficar por lá todos os dias. Esse era um empreendimento que eu estava louca para conhecer, mas fiquei um pouco decepcionada. O hotel é gigantesco! São mais de 1400 quartos e suítes espalhados por um edifício de 66 andares. O estabelecimento ainda oferece quatro restaurantes, boates, bares, spa, loja… Enfim, o que parecia ser um sonho, me sufocou um pouco. É um hotel de gente super jovem e animada e me senti meio velha. Também fiquei um pouco decepcionada com o apartamento, talvez porque estivesse esperando demais! De qualquer forma, gostei da experiência e o recomendo para os turistas que estão procurando um hotel de festa. No entanto, para quem quer descansar, não creio que seja a melhor opção. Ahhh! Devo admitir que os serviços eram ótimos e o café da manhã, super vasto. Deem uma olhada no interior do empreendimento e do meu apartamento.

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Ao contrário das outras viagens longas que contei meu tour pelos dias, vou citar apenas os atrativos que visitei, pois fiz um roteiro confuso com idas e vindas e acho que desta forma ficará mais fácil entender tudo o que eu vivenciei por lá. Ahhh! Eu coloquei muitas fotos, pois em alguns atrativos, simplesmente não resisti.

City tour Existem várias empresas e taxistas que oferecem city tour completo pela cidade, mas optei por fazer um passeio com aqueles tradicionais ônibus turísticos de dois andares. O ônibus sai todos os dias a partir das 09 horas do Shopping Multicentro e passa pelos principais atrativos da cidade: Albrook Mall (dizem ser o maior shopping da América Latina), Miraflores (centro de visitantes do Canal do Panamá), Biomuseo, Isla Flamenco e termina no Casco Antiguo. Os ônibus são bem simples e fazem poucas paradas, mas é uma boa forma de ter uma dimensão da cidade e de onde estão localizados seus atrativos. O ticket individual custa US$29 e pode ser adquirido no próprio transporte. Recomendo! 

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Canal do Panamá – É um canal artificial de 77 quilômetros de extensão que liga o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. O canal atravessa um istmo (uma estreita facha que liga duas áreas de terra) onde foram construídos bloqueios e eclusas para efetivar a travessia. O Canal começou a ser construído pela França em 1881, mas que abortou a obra devido a problemas de engenharia e sanitários. Os Estados Unidos assumiram a construção no início do século XX e o inauguraram em 1914. Hoje o atrativo é considerado pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis como uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno. O Canal oferece um centro de visitantes chamado Miraflores onde é possível ver um vídeo 3D que explica sobre a obra, um museu, um simulador que mostra como os navios passam pelas eclusas (bacana!), mas também é possível ver duas eclusas em pleno funcionamento. Recomendado! A visita à Miraflores custa US$ 15. Deem uma olhada em parte do Canal.

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Panamá Viejo – São os restos da antiga Cidade do Panamá. Fundada em 1519, foi a primeira cidade estabelecida pelos europeus às margens do Oceano Pacífico e a mais antiga de todas as capitais em terra firme no continente americano. Por sua posição geográfica estratégica, era ponto de parada dos navios espanhóis que levavam os bens extraídos das colônias espanholas para a Europa. Por essa razão, era alvo de piratas e corsários. Em 1671, a cidade foi saqueada e incendiada pelo pirata Henry Morgan e seus habitantes foram obrigados a deixá-la e se instalaram em um outro ponto mais seguro, hoje conhecida como Casco Antiguo ou Casco Histórico. As ruínas do Panamá Viejo são tombadas como Patrimônio Mundial da UNESCO; ainda restam as estruturas de algumas edificações da época como o Monastério, a Igreja e seu campanário. O atrativo oferece também um pequeno museu que conta um pouco da história dos habitantes locais, da estrutura da cidade e sobre sua destruição. A visita ao museu é opcional, mas não o recomendo. De qualquer forma, gostei de conhecer as ruínas, mas só indico a visita para as pessoas que tenham grande interesse em história. Para os curiosos de plantão, a visita custa US$ 12 (com museu incluído). Segue algumas fotos do local.  Ahhh! A terceira foto é da antiga igreja com seu campanário. Eu inventei de subir até o topo da torre: – Para quê, meu Deus? Para quê? A subida é sofrida! Fiquei com dores nas pernas por dois dias. 

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– Casco Antiguo – É o distrito histórico da Cidade do Panamá. Ele foi estabelecido em 1673, após a destruição quase total da cidade original. Sua história e suas edificações de diferentes estilos arquitetônicos foram decisivos no seu tombamento como Patrimônio Mundial da UNESCO. Esta parte da cidade é charmosérrima e encantadora! Diferente do que eu imaginava, as edificações não são no estilo colonial espanhol tradicional, assemelha-se mais ao estilo de Nova Orleans nos Estados Unidos (como seu conhecesse Nova Orleans), mas adorei! Desculpem, fiquei tão empolgada que tirei muitas fotos. A primeira foto é da Catedral Metropolitana do Panamá, localizada na linda Plaza Mayor ou Plaza de la Independencia (segunda foto).

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Centro novo – Essa é a parte mais moderna e um dos cartões postais da cidade. Possui um conjunto de edifício super modernos e chiquetérrimos, transformando o skyline em um dos principais atrativos locais. Olhem que lindo! A terceira foto é do edifício do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, um dos edifícios mais lindos que eu já tive oportunidade de conhecer.

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Cinta Oceânica – É um lindo calçadão situado no centro novo da cidade às margens do Oceano Pacífico. É possível fazer caminhadas, andar de bicicletas e praticar esportes. O lugar é lindo, mas infelizmente o cheiro de esgoto estraga muito o passeio. Deem uma olhada.

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Compras – A Cidade do Panamá é conhecida como um destino de compras. Ela oferece vários shoppings e lojas com diferentes tipos de produtos. As peças de decoração, por exemplo, são de um bom gosto absurdo.

Entre os shoppings, o maior e mais popular é o Albrook Mall. Eu achei esse shopping o ó, parece um paraguaizão, mas devo admitir que encontra-se boas barganhas por lá. Ele está localizado longe do centro da cidade, mas é possível chegar ao atrativo de metrô. Também visitei o Multicentro, outro shopping decepcionante, e pior, não oferece boas opções. Na minha opinião, os melhores shoppings são: o Multiplaza Pacific e o Soho Mall. O Multiplaza é grande, amplo, iluminado, e possui tanto lojas mais exclusivas como Hermés, Dolce Gabbana, Cartier, Prada, etc., como marcas mais populares. Recomendo ir atrás das “rebajas”. Achei boas promoções por lá, uma pena que a exorbitante cotação do dólar não ajudou. Já o Soho Mall é o shopping mais luxuoso da cidade. Localizado no centro financeiro, é daquele tipo de shopping só para ver e passear, mas é lindo. Além disso, tem restaurantes super agradáveis e um mercado mega estiloso. Segue abaixo fotos do interior do Albrook Mall, do Multiplaza e do Soho Mall. Ahhh! Perto do Aeroporto localiza-se outro shopping, o Metromall, uma boa opção para quem está na Cidade do Panamá para uma curta conexão, mas infelizmente não o visitei.

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Alimentação – Devido à miscelânea cultural, a gastronomia da Cidade do Panamá é rica e é possível encontrar um pouco de tudo. A gastronomia panamenha é, basicamente, constituída por pratos a base de frutos do mar e pescados, principalmente a corvina. Mas a opção mais popular na cidade é a raspadinha, que eles chamam de “raspado”. Vocês encontram carrinhos de raspadinha em cada esquina e estas iguarias são super elaboradas com leite condensado, caramelo, açúcar, etc. Eu não as experimentei, mas devem ser muito boas pela popularidade dos carrinhos. Deem uma olhada na carinha deste “raspado”…

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Se eu puder recomendar alguns lugares, gostaria de indicar o Athanasiou, um café charmoso bem ao estilo americano, localizado ao lado do Hard Rock Hotel Panama Megapolis. Eles oferecem um pouco de tudo; sanduíches, sopas, tortas, bebidas quentes, etc. Deem uma olhada…

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Minha segunda indicação é o Veggie Moon, um restaurante especializado em frutos do mar localizado no Casco Antiguo. O lugar é inusitado, charmoso, delicioso e que dá atenção especial aos detalhes. Ele é um um pouco mais caros que os demais estabelecimentos da região, mas vale a pena. Além disso, o chef de cozinha do restaurante é brasileiro.  Deem uma olhada no salão do empreendimento.

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O último é o Brazzeiro, uma churrascaria brasileira com os sistema de rodízio localizada no Soho Mall. Eu sei que recomendar uma churrascaria fora do Brasil é meio piegas e devo admitir que a carne está longe de ser a melhor que eu já provei (muitos dos cortes precisavam de mais tempero e eram provenientes de boi confinado – quem vê pensa que eu sou “a” entendida em carne!), mas o buffet oferecido vale toda a pena. Comi a melhor lagosta da vida! Segue abaixo uma foto do interior do restaurante.

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Transporte – A cidade depende quase que exclusivamente da malha rodoviária, mas oferece vários tipos de transporte. Para o turista, o mais popular é o táxi. Há os táxis brancos, conhecidos como táxis turísticos, mais caros. Também é possível encontrar táxis amarelos, que atendem tanto turistas quanto a população local. Eles são loucos, mas são baratos (sempre negocie a tarifa antes de entrar nestes táxis e pechinche. Eu que nem sei pechinchar até peguei a manha do negócio!). Os motoristas são quase sempre muito simpáticos e os carros, mesmo velhos, estão geralmente limpos, cheirosos e possuem ar condicionado. Ar condicionado no Caribe é vida! Ahhh! E já vou avisando… Não esperem taxímetros nestes veículos. Os preços são determinados pelas zonas que vocês irão visitar, pela cara do cliente, ou simplesmente pelo desespero do taxista em conseguir uma corrida.

A cidade também oferece ônibus coletivos. São eles: Os Diablos rojos, um tipo de ônibus antigo, super colorido, louco e sem ar condicionado; o Metrobus, frota levemente mais nova e mais cara; e o Busito, vans que atendem exclusivamente os moradores. Há também o metrô; as estações parecem novas, mas atendem uma pequena área da cidade.

Infelizmente andar a pé não é a melhor ideia. As vias não são regulares e as calçadas são péssimas; fazem as calçadas de Curitiba parecerem um sonho! O trânsito é caótico, os motoristas são loucos e parecem esquecer regras básicas de trânsito. É uma buzinação sem fim (os táxis ficam “pitando” no meio da rua para chamar os pedestres, neste caso, possíveis clientes) e faixa de pedestre é um sonho longínquo. Mas no final das contas, dá tudo certo.

Minhas impressões – Por mais que eu tenha gostado de conhecer o destino e saber que o Panamá é um país seguro, rico e que tem crescido em todos os âmbitos, devo admitir que a cidade também tem um lado pobre que me deixou um pouco triste. Além disso, durante os passeios senti muito cheiros, nem sempre agradáveis. Cheiro de lixo, de esgoto, de mangue são constantes. De qualquer forma, adorei a simpatia dos taxistas, adorei admirar o skyline da cidade a qualquer hora do dia e de ver que o Brasil está mais próximo do Panamá do que imaginamos. A cidade oferece várias lojas brasileiras como Melissa, Puket, Via Uno, Dudalina, Carmen Steffens e DellAno. Além disso, a novela Os Dez Mandamentos e os comerciais da Xuxa para Cicatricure são super populares.

E assim terminou mais uma aventura. Espero que tenham gostado e que venham as próximas…

Hasta luego!

Cuba (Cubanacán)

Não é difícil perceber neste blog que minha grande paixão é viajar. Por meio das viagens tenho a oportunidade de conhecer novos lugares, novas pessoas e novas culturas. É uma experiência que fica para sempre na minha cabeça, me faz crescer como pessoa e me ensina a entender, valorizar e respeitar o outro. Continuando a saga das viagens, dessa vez a parada foi em Cuba. Esta viagem não foi necessariamente a turismo; fui para La Havana apresentar um trabalho científico em um evento latino americano conhecido como Turiciencia e da FITUR – Feira Internacional de Turismo. Porém, essa foi uma ótima oportunidade de conhecer a terra de Fidel Castro. Uma terra tão distante e tão diferente para os olhos brasileiros!

La Havana é a capital e maior cidade de Cuba com aproximadamente 2,5 milhões de habitantes. Fundada oficialmente em 1519, seu centro histórico contém uma interessante mistura de monumentos barrocos e neoclássicos, bem como um conjunto homogêneo de casas com varandas e grandes pátios. É uma cidade de uma rica tradição histórica e cultural, formada por numerosos bairros entre os quais se destacam Habana Vieja, Centro Habana, El Vedado, Miramar entre outros. Como foi uma cidade muito visada pelos piratas por sua localização privilegiada, La Habana é repleta de fortificações, algumas delas muito bonitas.

A viagem foi o perrengue de sempre! Fui para São Paulo de ônibus e peguei o avião no Aeroporto de Cumbica em Guarulhos. Dessa vez, fomos de Copa Airlines (pela 1ª. vez) e fizemos conexão no Panamá. Depois de muitas e muitas horas entre voos e conexão, chegamos em “La Habana”. Ao chegar ao aeroporto, o receptivo já estava nos aguardando e fomos ao hotel. Neste trajeto, passamos por parte do centro da cidade. Minhas primeiras impressões do país foram: os cubanos são apaixonados por esporte, principalmente por Baseball (cada campinho que encontramos no caminho ao hotel havia muitas pessoas praticando-o); outra coisa que percebi é que os cubanos não são as pessoas mais calorosas do mundo. Na verdade, eles parecerem ser meio frios.

Chegamos exaustos no hotel! Vale ressaltar que nosso resort ficava na Marina Hemingway, há 20 quilômetros do centro da cidade. Tomamos um banho e passamos o restante do dia descansando para os próximos que virão.

2º. Dia

Acordamos cedo e fomos até a Agência de Viagens do hotel para verificar as opções de passeio para outras regiões do país. As meninas acabaram optando por um passeio de dois dias a Cienfuegos, Santa Clara, Trinidad, Sancti Espiritú y Ancón e eu comprei um day use para Varadero. De lá, pegamos um táxi até a “Plaza de la Revolución”. A praça é a maior do mundo em metros quadrados com 72.000 m2. É onde ocorrem muitos dos comícios políticos da capital. No meio da praça tem o Memorial José Martí, com 109 metros de altura. Ao lado encontramos a Biblioteca Nacional e muitos dos ministérios. Em frente ao memorial está o Ministério do Interior com a famosa figura do Che Guevara e o slogan “Hasta la Victoria Siempre”.  Segue abaixo as fotos da Praça.

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De lá fomos de Coco táxi ao Capitólio. Sede do governo de Cuba após a revolução em 1959, atualmente é a sede da Academia Cubana de Ciências. O seu desenho foi inspirado no Capitólio em Washington D.C. Na verdade, os cubanos tem a mania de dizer que o Capitólio deles é três centímetros maior que o prédio americano. Inaugurado em 1929, o local foi o edifício mais alto de Havana na década de 1950 e também a terceira maior casa parlamentar do mundo. Na entrada do Capitólio há uma linda estátua de bronze, banhada em ouro 22 quilates. Em frente a estátua há o ponto zero da cidade, marcado por um diamante de 25 quilates adquirido da coleção de um czar russo. Fizemos uma visita técnica no espaço e realmente valeu a pena!!! O lugar é lindíssimo!!!!

Deem uma olhada no nosso Coco táxi e na fachada do imponente Capitólio…

Foto no Cocotaxi

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Saindo do Capitólio, fomos a uma fábrica de charutos, passamos por uma fábrica de rum na qual experimentamos algumas bebidas. Almoçamos em um paladar (casa de família transformada em restaurante de comida típica) e voltamos ao centro. De lá, tivemos pique para andar por todo o “Paseo del Prado”. Também conhecido por Passeio Martí, foi inicialmente constituído no séc. XVIII, e lembra “La Rambla” de Barcelona. Durante muitos anos, foi um boulevard voltado a aristocracia cubana. Hoje funciona como espaço de convívio. Ainda andamos por parte do Malecón até o Hotel Nacional. O Malecón é um calçadão que se estende por 8 km ao longo da costa.  Sua construção começou em 1901. É um passeio agradável, cheio de pessoas pescando, praticando atividade física, namorando, porém ainda há muitos prédios que estão sendo restaurados. Dizem que tem o melhor por do sol da cidade! Chegando ao Hotel Nacional, fui dar uma espiada neste que é um dos principais marcos de La Havana e que teve em seus dias de glória, ilustres hóspedes como Walt Disney; tomamos outro táxi e voltamos ao hotel.

3º. Dia 

Acordei super, hiper cedo (04h30 da manhã) para ir a Varadero. Varadero é uma península na província de Matanzas, conhecida como a cidade mais turística do país. Fica cerca de 2 horas da capital La Havana; possui mais de 24 quilômetros de praias excelentes e a maior estrutura hoteleira de Cuba com mais de 50 meios de hospedagem entre pousadas e resorts. É sem dúvida a praia mais bonita que tive a oportunidade de conhecer! Parece um cartão postal! A cidade é bem turística; as ruas do centro são cheias de restaurantes, lojas de souvenirs, ferias de artesanias e hotéis.

Nossa excursão foi deixada na Plaza de las Américas (um centro de convenções de frente para o mar que fica entre dois resorts da rede Meliá). Passei o dia passeando pela praia e conhecendo a estrutura dos resorts (um deles tinha até campo de golf) até ser enchotada pelos seguranças do lugar por não ser hóspede. Que vergonha! Também dei uma passada no centro da cidade onde passiei pelo comércio local. Voltamos a La Havana no final da tarde!

Deem uma olhada no passeio do dia e no lindo Mar do Caribe.

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4º. Dia

Hoje foi meu dia cultural! Acordei cedo e saí correndo para pegar o ônibus turístico ao centro da cidade. Ele parte da Marina Hemingway, custa só $ 5 CUC (pesos covertibles) e passa pelos principais atrativos da cidade. Na correria para pegar o ônibus até arrebentou minha sandália. Chegando à Habana Vieja, fui a Plaza de Armas. É um local bastante charmoso, cercado de prédios históricos e restaurantes turísticos. No centro da praça há uma feira de livros usados. Em frente ao local fui conhecer o Palácio de los Capitanes Generales, antiga residência oficial dos governadores (Capitães-Geral) de Havana. Dentro do palácio que hoje foi convertido em um museu, há exposições de arte e artefatos históricos e muitos dos quartos são preservados com a sua decoração original. O edifício originalmente abrigava a residência do governador e uma prisão. O museu é bem legal!!! A visita só não foi mais legal porque levei mais um golpe dos cubanos. Tô até ficando com raiva! De lá, andei por tudo na Habana Vieja e me surpreendeu o cuidado e o charme daquela parte da cidade.

Passei pelo hotel Ambos Mundos onde Ernest Hemingway morava. Na Praça da Catedral, visitei o Museu de Arte Colonial. Antiga casa de Don Luis Chacón, um dos poucos governadores militares de cuba nascidos na ilha, o museu expões objetos de decoração e móveis de grandes mansões coloniais de Havana dos séculos XVII a XIX. Esse foi um museu bem mais ou menos! Não recomendo muito. As funcionárias do museu também queriam aplicar outro golpe em mim, mas dessa vez consegui fugir! Deem uma olhada no hotel Ambos Mundos, na linda Catedral e em um pedacinho da Habana Vieja.

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Passei pela Bodeguita del Medio, um bar bastante tradicional ao lado da catedral. Esse foi um dos lugares que mais me decepcionou porque é um botequinho desses de beira de estrada, deu até medo de entrar, mas estava cheio de turistas.

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Saindo da Habana Vieja, passei pela feirinha pertinho do centro histórico e fui caminhando até o Museo de la Revolución. O museu está alojado no que foi o palácio presidencial de todos os governantes cubanos até o Presidente Batista. Tornou-se o Museu da Revolução durante os anos seguintes à revolução cubana. O antigo palácio foi projetado pelo arquiteto cubano Carlos Maruri e do arquiteto belga Paul Belau (ele projetou muitos edifícios da cidade) e foi inaugurado em 1920 pelo presidente Mario García Menocal. O palácio foi decorado pela Tiffany de Nova York. Hoje o museu conta a história cubana, principalmente o período das guerras revolucionárias dos anos de 1950 e o pós-1959. Atrás do edifício, fica o Granma Memorial, uma grande caixa de vidro, que abriga o Granma, o iate que levou Fidel Castro e seus revolucionários do México para Cuba para a revolução. Na mesma praça tem vários veículos e tanques usados durante as batalhas precedentes a 1959. O acervo do museu é bem antigo, mas a temática é muito interessante! Aprendi muita coisa sobre a história do país. Deem uma olhada no Palácio e nos veículos da Praça.

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De lá, voltei ao hotel.

5 º. Dia 

Hoje começa oficialmente o evento. Acordamos cedo, tomamos nosso café da manhã e fomos à palestra de abertura. De lá, tomamos dois ônibus para fazer uma visita à Habana Vieja. Os participantes foram divididos em dois grupos: aqueles que queriam apenas conhecer os atrativos turísticos do local e os que tinha interesse em uma visita especializada enfocando o patrimônio histórico e cultural do velho centro. Claro que escolhi a segunda opção! Passamos duas horas andando pelas antigas ruas da Habana Vieja e durante o trajeto (que já havia conhecido no dia anterior), aprendi um pouco mais sobre a história cubana e sobre os trabalhos de restauro que têm sido feitos naquela parte da cidade através de um órgão chamado “Oficina do Historiador”. Após a visita almoçamos no restaurante típico “La Mina”. Ao som de música típica cubana, tomamos nossos mojitos e “refrescos de naranja”.

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No período da tarde fomos até do Fuerte de San Carlos de La Cabaña. O local estava sediando a Feira Internacional de Turismo. Construído entre 1763 e 1774 pelo rei Carlos III da Espanha com exorbitantes recursos, o forte apresentava os conceitos mais avançado da engenharia militar do século XVIII. Durante as guerras de independência, o local serviu como uma prisão, seu fosso foi usado como um lugar para fuzilamento. No século XX deixa de ser um espaço defensivo e passa a ter função de armazém, alojamento de tropas e prisão. A restauração do forte foi concluída em 1992 e conta hoje com um Museu de Armas e atividades culturais e recreativas como a tradicional cerimônia do “Cañonazo de las Nueve” no qual disparam tiros de canhão todos os dias pontualmente às 21h. A fortaleza é realmente lindíssima, talvez a mais bonita que eu tenha visto até hoje. A visão que eles têm de Havana é privilegiada, mas não tem uma boa estrutura para receber feiras. De um stand para o outro, tínhamos que andar no sol, que como em todos os dias desta viagem estava pegando pesado. Estava tão quente que não tínhamos nem vontade de andar por lá.

Deem uma olhada na entrada do Forte e na privilegiada vista do atrativo.

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Saindo do Forte, ainda passamos pela Plaza de La Revolución, pois havia muitos participantes do evento que ainda não conheciam o lugar e voltamos ao hotel.

Uma curiosidade sobre Cuba. Em vários locais encontramos cães farejadores. Não entendi bem ao certo o que eles estavam procurando, mas para este tipo de serviço, são usados Cocker Spaniel bem fofinhos! Gordinhos e peludos (imagina como não devem sofrer no calor de Cuba). São bem brincalhões e às vezes até meio preguiçosos. Deu vontade levar todos para casa.

À noite fomos ao Havana Café com todos os participantes do evento. É um Hard Rock Café a la cubana. Como eles não tem guitarras e roupas de roqueiros para expor, eles substituíram por carros, motos e até um avião antigo. Bem legal! Tem algumas bombas de gasolina antigas também e cada mesa tem ao seu dispor uma garrafa do legítimo rum cubano com Coca-Cola. Ehehehehe! Pela primeira vez encontrei Coca em Cuba. Tava tão necessitada que nem quis saber de outra bebida. O Café apresenta shows de variedade e no final ainda pudemos dançar salsa tocada por uma típica banda local.

6º Dia 

Foi um dia bem light. Aconteceram os GT´s (Grupos de Trabalho) e logo no final da manhã apresentei meu trabalho científico: Perfil dos Funcionários das Unidades Interpretativas do Complexo Turístico de Itaipu. Depois do almoço fomos ao centro da cidade comprar algumas lembrancinhas na feira de artesanato.

E assim terminou minha aventura pelas terras do Fidel. Despeço-me com uma foto que é a cara de Cuba. Uma cubana legítima que passa os dias assim, tirando fotos com os turistas (e cobrando por elas…), mas mostrando que a história de Cuba ainda está muito viva pelas ruas da cidade.

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Hasta luego!