O post de hoje conta sobre um roteiro realizado durante o verão europeu por Genebra, Berna e Lucerna na Suíça; Vaduz no Principado de Liechtenstein; e Innsbruck na Áustria. Foi um passeio para comemorar meu aniversário e que eu estava planejando há mais de um ano. Conheci destinos inusitados e cruzei dois países; acompanhem comigo.
Genebra
Começamos nossa jornada no sul da Suíça, em uma das fronteiras com a França, onde ficamos hospedados no Hotel Ibis Styles Genève Carouge, um empreendimento novo e charmoso localizado a 15 minutos de tram do centro. Deem uma olhada como meu quarto era descolado.
Genebra é a segunda mais populosa cidade da Suíça e faz parte da porção francesa do país; tem quase 200 mil habitantes e congrega inúmeras organizações internacionais como a sede das Nações Unidas, da Cruz Vermelha e da UNESCO. É considerada a terra dos relógios suíços e um dos mais importantes centros financeiros do mundo. Durante nossos dois dias em Genebra, conhecemos: (I) a Cidade Velha (Vieille-Ville), bairro histórico dominada pela Catedral de São Pedro. Andamos pelas charmosas ruelas e e conhecemos a Maison Tavel, a casa mais antiga de Genebra que oferece visitas gratuitas. A segunda foto mostra a imponente Catedral.
II) Visitamos o lindo lago Léman. O tom azulado da água é impressionante, nem parece ser real. O Lago banha o Jardim Inglês, um espaço propício para uma caminhada ou para relaxar vendo o dia passar. O Jardim possui um relógio de flores que chama a atenção de todos os turistas; deem uma olhada no Lago e no Relógio.
III) Andamos pela Rue de Rhône, a rua mais exclusiva da cidade com lojas de grandes marcas como Louis Vuitton, Hermès, Céline, Chanel, etc., e para fechar nossa passagem pela cidade ganhamos uma visita VIP ao Museu Patek Philippe, uma das mais celebradas fábricas de relógios do mundo. O Museu está alocado em um edifício Art Déco na região de Plainpalais e tem uma coleção que mostra mais de cinco séculos de história relojoeira, inclusive uma seleção de relógios da própria marca. Muito interessante, pois muitos dos relógios são joias preciosas e há uma pessoa mostrando como cada peça Patek Philippe é produzida. Caso tenham interesse em visitá-lo, o Museu custa 10 CHF.
A cidade de Genebra é linda e é diferente do que eu imaginava. Ela é chiquérrima e exclusiva, mas ao mesmo tempo passa uma sensação de aconchego. É charmosa de uma maneira discreta e pitoresca, não opulenta. É extremamente limpa, organizada e onde tudo funciona perfeitamente. É cara, muito cara, mas tudo é caro na Suíça. Um dos pontos que mais me chamou a atenção foi o fato de que os turistas ganham um cartão de transporte chamado Geneva Transport Card, um passe válido durante o período de sua hospedagem no destino e que oferece gratuitamente o serviço de ônibus, trem, metrô, tram e barco para que o visitante possa se locomover durante sua estada. Genial e muito prático! Finalizando nossos dias em Genebra, pegamos um trem no meio da tarde e em quase 2 horas já estávamos na capital suíça. Caso tenham interesse o trem de Genebra a Berna na segunda classe custa 51 CHF.
Berna
Tem pouco mais de 130 mil habitantes e foi declarada em 1983 como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO devido à sua arquitetura medieval. Faz parte da porção alemã do país e é considerada uma das mais cidades bonitas da Suíça. Devo admitir que Berna foi uma adorável surpresa, pois é encantadora e tem carinha de conto de fadas. Assim como em Genebra, a cidade tem várias fontes de água potável, mas em Berna algumas delas ainda são da Idade Média. Também como em Genebra, Berna oferece um cartão de transporte válido durante o período de sua hospedagem no destino no qual é possível usufruir de ônibus e tram para fazer seus passeios.
Berna foi onde Albert Einstein desenvolveu a Teoria da Relatividade; a casa onde ele morou (Einsteinhaus) foi transformada num museu e aberta ao público. Admito que o espaço é um pouco sem graça, pois são basicamente duas salas, mas há várias informações sobre a vida do cientista e. caso tenham interesse em visitá-la, o ingresso custa 6 CHF. Segue abaixo uma foto da sala principal do Museu.
Durante nosso dia em Berna conhecemos: (I) O relógio medieval;
(II) Passamos pela Rathaus (Prefeitura da cidade);
(III) Entramos na Berner Münster (Basílica de Berna), igreja construída em estilo gótico no século XV, mas sua edificação foi finalizada apenas 400 anos depois e ainda é a catedral mais alta da Suíça;
(IV) Passamos pelo Bundeshaus, casa do parlamento suíço;
E atravessamos a Kirchenfeldbrücke para visitar o Palácio onde está o Museu de História de Berna. Não o visitamos, pois estava fechado, mas fica a dica.
Para essa viagem, escolhi me hospedar no Kreuz Bern Modern City Hotel, um hotel pequeno, simples, mas novinho e limpinho, muito bem localizado no centro da cidade. O atendimento não é lá essas coisas; mesmo assim, recomendo-o..
Após uma dia intenso em Berna continuamos nossa jornada; pegamos outro trem e em torno de 1 hora e meia chegamos em Lucerna. O ticket deste trajeto na segunda classe custou 39 CHF.
Lucerna
Neste destino escolhi me hospedar no Ibis Styles Luzern, próximo ao centro histórico, mas devo alertá-los que foi o hotel que eu menos gostei em todo o passeio. Apesar da boa localização, achei-o muito antiquado, muito abaixo das demais hospedagens da mesma bandeira e senti que ele precisava de uma atualização urgente. Mesmo assim, o empreendimento é ok para quem está buscando um hotel apenas para dormir.
Lucerna era uma cidade que eu queria conhecer há muito tempo. É outro destino de língua alemã, com quase 80 mil habitantes, considerada a porta da Suíça Central. Sem dúvida impressiona pelas paisagens com as montanhas, as construções medievais e o Lago de Lucerna que corta a cidade. O Lago nesta parte do país é de um tom cristalino esverdeado, lindo.
Durante nosso dia em Lucerna conhecemos: (I) os restos da muralha medieval (Museggmauer) que, apesar de bacana, requer certo preparo físico e cuidado com o caminho; (II) a Kapellbrücke, ponte de madeira coberta mais antiga de Europa;
(III) A Spreuerbrücke, outra ponte coberta que possui macabras telas barrocas;
(IV) Entramos na Hofkirche, igreja renascentista considerada catedral da cidade até ao século XIX;
E andamos pelo centro da cidade; conhecido como Altstadt, o centro congrega várias construções renascentistas que parecem tiradas de um filme. Por fim, visitamos Löwendenkmal, um leão esculpido no meio de uma pedra em homenagem aos guardas suíços que foram atingidos na Revolução Francesa. É uma das esculturas mais fotografas da Suíça (terceira foto anexada abaixo).
Lucerna tem uma disposição espacial um pouco diferente do que eu imaginava; é como se cada atrativo ficasse numa ponta da cidade, mas ela é mais bonita e mais surpreendente do que em minha mente. Fiquei fascinada com as pontes e o patrimônio histórico e sem palavras ao olhar as montanhas que cortam o lago de Lucerna. É outro lugar muito especial! Ahhh! E assim como em Genebra e Berna, Lucerna também oferece um cartão de transporte que pode ser utilizado durante sua estadia; depois de tantos dias com essa moleza fiquei mal acostumada!
Terminamos nossa expedição pela Suíça, mas a aventura continuou. Começamos uma nova etapa da viagem na qual pegamos um trem para Vaduz, capital do Principado de Liechtenstein. A viagem de trem durou mais de três horas e admito que ficamos um pouco perdido com as conexões. Ao todo foram três trens, dois ônibus intermunicipais, muitas paisagens de cair o queixo e um pouco de frio. Todo o trecho custou em torno de 65 CHF.
Vaduz
Acho que é a única capital de um país europeu que não tem estação central. Tivemos que parar em Schaan, cidade ao lado, e tomar um ônibus ao nosso destino final.
O Principado de Liechtenstein é um pequeno território entre a Suíça e a Áustria conhecido como paraíso fiscal. A cidade de Vaduz tem pouco mais de 6 mil habitantes e é conhecida como a porta para outros destinos de inverno.
Não tivemos muita sorte neste dia, pois pegamos muita chuva, mas conhecemos:
(I) Rathaus (Prefeitura da Cidade);
II) Landesmuseum (Museu Nacional), com direito à entrada na sala onde estão as joias da coroa. Admito que nenhum dos dois valeu a pena; no primeiro fiquei um pouco perdida, pois não entendi o acervo por não haver explicações em Inglês e o segundo se resumia à Coroa do Rei e alguns ovos Fabergé. No entanto, caso tenham interesse a visita custa 8 CHF;
Visitamos também a Catedral, os Palácio do Governo e do Parlamento, este último estava em reforma. Para conhecer melhor a cidade e fugir da chuva tomamos um trenzinho turístico (10 CHF) disponível no terminal de ônibus duas vezes ao dia. Apesar da ideia ser interessante também não achei que valeu a pena, pois o palácio que mais me instigava, o Castelo de Liechtenstein, não pode ser alcançado pelo trem e visitamos atrativos que me interessavam pouco como o estádio de futebol (que é micro) e os vinhedos do Principado.
Em Vaduz nos hospedamos no Hotel Vaduzerhof localizado na rua central da cidade. O empreendimento não possui funcionários 24 horas, portanto os procedimentos de check-in e check-out são feitos automaticamente em uma operadora disponível na recepção. Apesar da dificuldade para fazer tudo por conta própria, o Hotel era uma fofura. Novinho, muito cômodo e tinha uma máquina de café disponível ao hóspede, super recomendado!
Achei a cidade bonitinha, muito limpa e organizada, mas não recomendaria uma viagem específica para lá, pois não acho que valha a pena, mesmo porque o território é de difícil acesso se você não está com um carro ou em uma excursão.
Terminamos nossa expedição por Liechtenstein e chegamos à Áustria, onde nossa parada foi em Innsbruck. Para chegar à capital do Tirol fizemos um trajeto de três horas no qual utilizamos ônibus interurbano (cruzando quase todo o Principado de Liechtenstein) e o trem. Em Innsbruck ficamos hospedados no Hotel Zach, localizado entre a Estação Ferroviária e o centro histórico da cidade; outro hotel simples, ajeitadinho, mas com um atendimento fantástico.
Innsbruck é uma cidade com pouco mais de 130 mil habitantes conhecida como um centro para os esportes de inverno. Era outro destino que eu queria muito conhecer, pois tenho um amor especial pela Áustria e sempre escutei que a cidade era uma das mais bonitas do país. Não posso negar que ela é igualzinha aos cartões postais e acho que estar lá ao vivo é ainda melhor; as montanhas como pano de fundo para centro histórico delicado e bem conservado trazia uma sensação de que estávamos em um parque da Disney.
Durante nossos dois dias em Innsbruck conhecemos:
(I) Goldenes Dachl, edifício histórico do século XVI cheio de detalhes nas paredes e nos entalhes da madeira; (II) HeblingHaus, casa em estilo gótico com uma fachada em estuque barroca adicionada à casa no século XVIII;
(III) Hofburg, palácio imperial remodelado por Maria Theresa, rainha da Áustria, frequentado posteriormente por Sissi. O espaço é interessante e tem salas suntuosas em decoração rococó, mas não é tão impactante como Schönbrunn em Viena. O ingresso custa €10; (IV) entramos na imponente Catedral, linda construção do século XVIII; e passamos pelo (V) Arco do Triunfo (Triumphpforte), erguido por Maria Theresa no século XVIII para comemorar o noivado do seu filho, mas também há uma homenagem à seu falecido marido. Segue foto abaixo.
Visitamos, ainda, o Mercado local e a loja da Swarosvski, famosa pelas joias feitas com cristais que iniciou sua operação no Tirol. Innsbruck tem a primeira loja da marca e é um espaço super moderno, cheio de peças impactantes e completamente lotada de turistas chineses, inclusive havia um vendedor falando em Mandarim. A Loja tem uma exposição de um artista que transformou a simples prateleira de um mercado em uma joia. Todos os produtos do nosso dia a dia foram preenchidos com cristais. Um trabalho lindo e, ao mesmo tempo, inusitado. Deem uma olhada!
E assim terminou mais uma viagem. Todo o roteiro foi muito legal e não me arrependo de nada. Se pudesse mudar alguma coisa, teria ficado mais dicas em cada cidade para curti-las com mais tempo, mas tudo deu tão certo que não tenho como criticar. Se pudesse dar algumas dicas para vocês:
I) Levem pouca bagagem, pois carregar muitas malas em viagens de trem com várias conexões não é muito prático;
II) Estejam abertos a se perder pelos lugares e se não se prender com os horários;
III) Estejam cientes de que cada país possui uma moeda diferente (nosso caso utilizamos o Franco Suíço na Suíça e Liechtenstein e o Euro na Áustria) e cada região possui um custo de vida distinto; começamos o roteiro logo pelo país e destino mais caro e no final da viagem achávamos que estava tudo super em conta (quando na verdade não estava!).
Enfim… Agora é hora de se despedir do sol e voltar para a chuvosa Holanda e sonhar com a próxima viagem.
Se quiserem ver mais detalhes desta jornada, segue abaixo um vídeo no Youtube que conta toda a aventura. Espero que gostem!
Auf Wiedersehen!