Perdida por Côte d´Azur

Essa é a última e mais aguardada viagem desta temporada europeia. Na verdade, eu havia planejado visitar a Côte d´Azur no ano passado, antes mesmo de morar na Europa. No entanto, pensando melhor, percebi que seria mais prudente (e econômico) visitar a região quando já estivesse vivendo na Alemanha.

Para aqueles que não sabem, a Côte d´Azur está localizada no litoral sul da França. Conhecida ainda como Riviera Francesa, esta região é considerada um dos destinos mais bonitos e luxuosos do mundo. A principal cidade desta Riviera é Nice. Com quase 350 mil habitantes, Nice chega a abrigar 2 milhões de pessoas durante o verão. Além disso, possui o segundo aeroporto mais movimentado do país, depois do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle em Paris.

Para esta viagem fiquei hospedada em Nice e durante o dia explorava as diferentes cidades da região. Acho que foi a melhor decisão que eu podia ter tomado. Fiquei hospedada no Ibis Nice Centre Notre Dame. Escolhi o hotel pela localização (no meio da área comercial da cidade e a poucas quadras da estação ferroviária) e fui muito feliz com a minha escolha. O hotel é simples, pequeninho, mas super limpo. Também adorei as novas camas da Accor, super confortáveis! O empreendimento é um pouco mais caro do que estou acostumada a pagar por um hotel da mesma bandeira, mas percebi que Nice na temporada de verão é complicada! Mesmo que a cidade ofereça muitos empreendimentos, as tarifas são sempre um pouquinho salgadas. Deem uma olhada no meu hotel.

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Vou contar minha viagem por cidades, pois acho que dessa forma será mais fácil entender todos os passeios que fiz durante minha estada:

Nice Gostaria de começar contando que Nice mexeu comigo. Não sei como dizer isso, mas mexeu. O mar é de um azul tão incrível (parecia o Caribe) e a Promenade des Anglais é tão charmosa, não tenho palavras! Sintam a beleza do mar…

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Durante minha estadia em Nice andei pelo centro histórico da cidade (Vieux-Nice). Nesta região, passei pela Prefeitura (Hôtel de Ville), Ópera (lindo edifício), Cours de Saleya (um mercado de flores bem mequetrefe, onde é possível encontrar restaurantes e cafés), Catedral Sainte-Marie et Sainte-Réparate (uma linda igreja barroca que destoa das tradicionais igrejas góticas francesas) e o Palais Lascaris (um palácio barroco construído no século XVII que expõe uma coleção de instrumentos musicais antigos. O acervo é bem fraquinho, mas o edifício é bacana. Entrada gratuita! ). Segue abaixo uma foto do interior do Palácio.

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Para ser sincera, a Vieux-Nice não me impressionou muito. Essa região se assemelha a Itália, mas é uma parte feia da Itália, cheia de prédios mal cuidados, mofados e roupas expostas na janela. Parecia um cortiço! Na verdade, toda essa região tem uma forte influência da Itália, pois já fez parte do território italiano no passado. Ahhh! Vocês sabiam que Giuseppe Garibaldi, um dos idealizadores da Revolução Farroupilha no sul do Brasil nasceu em Nice?!  Voltando ao passeio, logo acima do centro histórico passei pelo Chateau de Nice, um local onde havia um antigo forte e que hoje oferece as melhores vistas panorâmicas da cidade (a subida é meio pesada, mas as vistas são lindas!). Saindo do centro histórico, ainda andei pela Promenade des Anglais, a Avenida Beira Mar. É um lindo boulevard no qual é possível ver a praia com o mar azul e onde estão localizados os principais hotéis da cidade.  Devo alertá-los que as praias na França são um pouco diferentes das praias brasileiras. Em grande parte delas, não há areia e sim pedras. Além disso, as pessoas em geral não levam seu próprio guarda-sol e cadeira. Elas alugam todos os apetrechos dos clubes. Esses clubes estão localizados dentro da praia, próximos ao mar, e além de alugar todos os equipamentos necessários, ainda oferecem banheiros e estabelecimentos gastronômicos.

Na Promenades des Anglais é possível encontrar o icônico Hôtel Le Negresco (vou falar mais sobre ele abaixo) e o Musée Masséna (um lindo casarão do final do século XIX que mostra um pouco da história da cidade de Nice. O palácio é lindo e o andar térreo mostra os riquíssimos detalhes da decoração daquele período. O segundo e terceiro andar são mais ou menos, mas é outro museu gratuito). Abaixo é possível ver os edifícios do Hôtel Le Negresco e do Musée Masséna.

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Por fim, passei pela área comercial da cidade. O comércio de Nice é bem variado e algumas ruas são extremamente charmosas. Destaco a Avenue Jean Médicin,  onde está localizada as principais lojas da cidade, e as Rue Paradis e Avenue de Verdun, que são as vias com o comércio mais exclusivo. Também recomendo dar uma passadinha na charmosa Place Masséna, que liga a região comercial ao centro histórico. Logo abaixo segue uma foto da Praça e  da Fontaine du Soleil.

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Cannes, Antibes e Saint Paul-de-Vence Esse foi um passeio que eu comprei de uma operadora turística. Nem vou recomendá-la, pois achei o serviço meio fraco, mas vale a pena conhecer essas três cidades. Cannes é um dos destinos mais sofisticados da França. Entre outros eventos, é famosa pelo seu Festival de Cinema,  que ocorre todos os anos no mês de maio. Durante nossa visita passamos pelo Palácio dos Festivais e pelo Boulevard de la Croisette (a avenida beira mar de Cannes). Esta última é cheia de lojas grifadas e de hotéis de luxo. Achei a praia esquisita, pois ela fica escondida por entre os clubes, mas a avenida em si é super luxuosa. Segue abaixo uma foto minha nas escadarias do Palácio dos Festivais, da Croissette e do Hotel Carlton, um dos hotéis mais famosos da Riviera Francesa.

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De lá fomos a Antibes, o principal porto da Côte d´Azur. A cidade, com clima bem bucólico e construída dentro de muralhas medievais, é onde estão aportados vários dos iates de luxo dos turistas da região. É bonitinha, mas não chega a ser um espetáculo. Passamos pelo Mercado (adorei ver os produtos locais), a Catedral (bem singela) e o Museu de Picasso. Segue abaixo fotos do edifício do Mercado, da vista do mar e de uma das praias.

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Para fechar nosso passeio visitamos Saint-Paul-de-Vence. Essa charmosíssima vila de muralhas medievais, ruas estreitas e sinuosas e casinhas construídas em pedra é mais que encantadora! Foi a surpresa do passeio. Fiquei fascinada pelo lugar, sério mesmo! Ela possui várias lojas de produtos da Provence e galerias de arte, um traço interessante, já que grandes artistas como  Chagal, Matisse, Monet, Renoir foram inspirados por ela. Visita imperdível!

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Saint Tropez– Chegar a St. Tropez é um parto. Há duas formas para visitar o destino a partir de Nice. A primeira é tomar um barco no Porto de Nice. São duas horas e meia de trajeto, mas é oferecido apenas um horário no dia e é caro (€ 63). A segunda é tomar um trem até Saint Raphaël e de lá, pegar um ônibus a Saint Tropez. Há vários horários e é mais barato (€ 32), mas o trânsito naquela região é tão ruim que o turista pode levar até mais de 4 horas para fazer este trecho. Eu escolhi o mais barato e tive que exercitar minha paciência! Saint Tropez era uma antiga e singela vila de pescadores que por conta de Brigitte Bardot virou um dos destinos mais desejados e exclusivos do mundo. Eu devo admitir que fiquei um pouco decepcionada com a península. Não que ela não seja bonitinha, porque é, mas esperava mais. O principal atrativo do local é o porto. Lá é onde se concentra a maior parte dos iates de luxo atracados no local. Também é onde estão grande parte dos restaurantes de luxo, e, consequentemente, dos turistas. Logo ao lado do Porto fica o Musée de L´Annonciade, uma antiga capela do século XVI transformada em museu. Mesmo que o local ofereça algumas obras de Delacroix, Matisse e Kandinski, o atrativo é muito pequeno e singelo, não vale a visita (€ 6). Também visitei a Vieux Ville (a parte mais antiga da cidade), e a Citadelle, um antigo forte do século XV que serviu para proteger o porto e a cidade de St. Tropez. O Forte oferece o Museu da História Marítima, um atrativo arrumadinho, mas longe de impressionar. Na verdade, o que mais impressiona são as vistas da cidade que você pode ter a partir do local. Por essa razão, recomendo muito (€ 3). Ahhh! Durante meu passeio em St. Tropez fiquei espantada com o número de lojas de luxo espalhadas pela cidade, pois mesmo sendo um destino super badalado, continua sendo uma pequena península. Para ver um pouquinho mais sobre St. Tropez, segue abaixo uma foto do Porto, do centro histórico e de duas vistas da Citadelle (a primeira é de uma das praias e outra é dos edifícios do centro histórico).

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Mônaco – Se chegar a St. Tropez foi complicado, não há nada mais fácil que chegar ao Principado de Mônaco. Há um ônibus circular que saí da Promenade des Arts a cada quinze minutos (Ônibus 100) e que pára em frente ao Cassino de Monte Carlo. O trajeto dura em torno de 50 minutos e custa míseros €1,50. O melhor do trajeto são as vistas, portanto, tentem sentar do lado direito do ônibus. Mônaco era um lugar que eu tinha certeza que eu ia gostar, mas não tinha ideia o quanto. Localizada entre os alpes e o Mar Mediterrâneo é um dos menores países em extensão territorial e possui apenas 36.000 habitantes. Durante meu dia em Mônaco conheci o Palais de Mônaco (fiz uma visita guiada ao Palácio – € 8 e assisti à troca da guarda). Deem uma olhada no Palácio…

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Visitei ainda a Vieux Monaco (uma charmosa vila em estilo italiano que congrega o comércio turístico e vários estabelecimentos gastronômicos), a Catedral (onde aconteceu o casamento de Grace Kelly como o Príncipe Rainier II e hoje ambos estão enterrados na igreja) e o Palácio da Justiça. Também passeio pelo Porto e por Monte Carlo. Em Monte Carlo, visitei o Cassino (um extraordinário edifício do século XIX. A visita à sala de jogos custa € 10 e é fabulosa!), o Jardim Japonês (dispensável!) e a Boulevard des Moulins, uma das principais ruas comerciais monegascas.  Achei tudo tão limpo, tão organizado, tão perfeito! Fiquei sem palavras! O único problema são as muitas rampas e escadarias para conhecer os lugares. Sorte a minha estar com as pernas em dia depois de um ano em Bad Honnef. Segue abaixo fotos da região do Porto, do Cassino de Monte Carlo e do Boulevard des Moulins.

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Paris – Como vocês devem imaginar, Paris não fica na Côte d´Azur, mas não podia deixar de passar pela cidade antes de voltar à Alemanha. Fui à Paris de TGV, mas não sei se recomendo esse trajeto… Além de ser super caro (€ 129,00), a viagem leva muito tempo (quase 6 horas). Caso tenham interesse em fazer Nice-Paris, deem uma olhada na tarifa das passagens aéreas, pois acho que valem mais a pena! Em Paris fiz aqueles passeios de turista que sempre faço, mas também procurei visitar lugares que eu ainda não conhecia. Visitei o Petit Palais (lindo edifício construído no começo do séc. XX que abriga um museu eclético. Entrada Gratuita!), o Palais Galliera (Este é o museu da Moda de Paris. Fui ver a exposição do vestuário dos anos de 1950. Amei! O ingresso custa € 8 e recomendo para os amantes de moda.). Segue abaixo uma foto da fachada do Petit Palais e uma outra do Palais Galliera. Lindos!

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Ainda no quesito moda, visitei a La Valée Village, uma outlet de luxo a 35 minutos de Paris. No ano passado, eu conheci a Bicester Village em Londres e fiquei um pouco decepcionada. A La Valée Village segue o mesmo padrão; é um lugar muito bonito e onde é possível encontrar todas as lojas de luxo. Não há muita muvuca! Entretanto, mesmo que eu tenha gostado do lugar, ainda acho que as outlets estadunidenses não tem comparação. Fui ao local com o ônibus disponibilizado pelo próprio empreendimento (custa € 22 o trajeto de ida e volta). Para fechar minha passagem por Paris, fiz uma visita técnica ao Le Meurice, um dos hotéis mais tradicionais e luxuosos do mundo. Reconhecido como um hotel Palácio, o Le Meurice é fora de série, uma pena que eu ainda não ganhei na Mega Sena para poder ficar hospedada lá!

Em contradição com o impactante Le Meurice, nesta viagem quis escolher um hotel super BBB. Hospedei-me no Ibis Styles Alesia Montparnasse. Localizado no 14º arrondissement, escolhi o hotel por ser um empreendimento barato. O bairro fica um pouco longe do centro (20/30 minutos), mas é um local tranquilo, limpo e onde é possível se sentir seguro. O hotel é pequenininho, mas ajeitado e oferece o café da manhã incluído na diária. O quarto era extremamente limpo, mas incrivelmente pequeno. Meu apartamento tinha o menor banheiro do mundo, não recomendo para as pessoas muito altas ou mais cheinhas. 

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Gastronomia – Durante meus dias na França eu comi em lugares bem bacanas (e outros não tão bacanas) que eu gostaria de compartilhar com vocês. Em Nice, eu tinha me comprometido em almoçar em um dos clubes de praia para poder comer de frente para o mar.  Portanto, logo no primeiro dia almocei no Plage Beau Rivage, na Promenade des Anglais, próximo a Esplanade Georges Pompidou. O cardápio é bem variado, mas achei tudo meio caro. O sabor da comida era bem mais ou menos e o atendimento foi péssimo, então não sei se recomendo. Ahhh! Se quiserem uma mesa de frente para o mar é necessário reservar com antecedência. Como eu já havia comentado anteriormente, o Hôtel Le Negresco é um dos hotéis mais icônicos da Riviera Francesa. Como infelizmente ainda não tenho cacife para ficar hospedada no hotel (que sabe na próxima vez), optei por tomar meu café da manhã por lá. O espaço onde é servido o café é temático, baseado nos parques de diversão,  e super bacana. Entretanto, a refeição em si deixou um pouco a desejar. De qualquer forma, adorei a experiência e recomendo muito. Ahhh! É possível tomar o café no terraço e ter o prazer de ver o lindo mar azul de Nice. Deem uma olhada no salão onde é servido o café da manhã.

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Em Paris, em um dos meus dias na cidade almocei no Mini Palais. Localizado dentro do Grand Palais, este charmosíssimo restaurante possui uma varanda simpática com vista para o Petit Palais. Não é um restaurante muito turístico e acho que isso é uma das vantagens do local. Eu pedi um filé mignon com purê de batata que estava muito bom. Os preços não são dos mais simpáticos, devo admitir, mas acho que é um lugar que vale muito a pena ir, principalmente em um dia de sol.

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Já comentei neste blog que Paris tem vários dos melhores hotéis do mundo, mas que as tarifas são extremamente caras. Infelizmente ainda  não posso me hospedar nestes empreendimentos, mas fiquei tão empolgada com meu café da manhã no Hôtel Le Negresco em Nice que decidi repetir a dose em Paris. Uma das manhãs tomei meu café no Hôtel Plaza Athénée. O hotel, recentemente reaberto após uma cuidadosa restauração, está localizado na Avenue Montagne, uma das ruas mais luxuosas da capital francesa. O espaço do café é coisa de outro mundo (um dos restaurantes mais bonitos que eu já vi na minha vida, sério mesmo!), o atendimento é impecável e os pães do café da manhã são todos produzidos pelo próprio empreendimento. Amei demais a experiência, mas já aviso que é super caro!!! Não é o tipo de coisa que dá para fazer todos os dias. Enfim, deem uma olhada no lugar…

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E assim terminou mais uma aventura pela Europa, a última desta temporada. Adorei ter conhecido esta região da França, pois mesmo não sendo fã de praia, me diverti horrores! A verdade é que me sinto uma pessoa privilegiada por ter conhecido tantos destinos turísticos. Foram 12 países e muitas, mas muitas cidades. Cada viagem me trouxe novos conhecimentos, novas experiências e uma consciência ainda maior de quem eu sou e onde quero chegar. Agradeço a todos que me acompanharam nesta jornada e espero que tenham gostado dos posts.

E já estou cheia de planos para o futuro… Próximo destino, Dubai.

À bientôt!

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