Quem me conhece sabe que Berlim é uma das cidades que eu mais gosto no mundo. Adoro as avenidas largas e longas, os edifícios monumentais e a movimentação louca dos turistas que se mistura com o ritmo dos berlinenses. Enfim, adoro e pronto! Berlim era uma das cidades que já estava na minha agenda antes mesmo de chegar à Bad Honnef, mas que por conta das outras viagens e por medo do frio (que este ano felizmente chegou com pouquíssima intensidade), acabei adiando este passeio.
Há alguns anos atrás, quando fiz um circuito pela Alemanha, já havia aproveitado alguns dias em Berlim. Nesta oportunidade, visitei os principais atrativos da cidade: Alexanderplatz, Unter den Linden, Ilha dos Museus, Berliner Dom, Friedrichstraße, Gendarmenmarkt, Checkpoint Charlie, Brandenburger Tor, Reichstag, Tiergarten e Colina da Vitória, Schloss Bellevue, Potsdamerplatz, remanescentes do Muro de Berlim, Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche e Kudamm. Recomendo muito a visita em todos esses lugares (a não ser o Checkpoint Charlie que eu achei super sem graça, mesmo tendo um grande significado histórico). Mas havia dois atrativos que eu não tive tempo de visitar na primeira passagem por Berlim e que, desde então, ficaram na minha mente; o Schloss Charlottenburg e a cidade de Potsdam. Por essa razão, sempre tinha a sensação de que eu deveria voltar à capital alemã para terminar minha jornada. Neste post vou contar um pouco do meu retorno à Berlim, mas se preparem, pois fiquei tão empolgada com a viagem que escrevi muita coisa!
Para este passeio, reservei quatro dias. Na primeira noite optei por ficar em um hotel, mas não qualquer empreendimento; fiquei no “Senhor” hotel. E as demais noites me hospedei na casa de um antigo amigo, o Chris. A hotelaria de Berlim é digna de uma grande capital europeia. A cidade oferece as mais variadas opções e todos os tipos de tarifa. Outra coisa que eu gosto muito em Berlim é que há uma profusão de hotéis design, então é um prato cheio para quem, como eu, é louco por hotéis diferenciados. Nesta viagem optei pelo “Das Stue Hotel”, um dos melhores e mais exclusivos empreendimentos da capital alemã. O Das Stue faz parte da Design Hotels, uma associação com abrangência mundial que congrega diferentes hotéis design pelo globo. Como eu conhecia o Gerente de Marketing da Associação, tive a oportunidade de ficar no hotel com um desconto bastante considerável. Localizado entre o Tiergarten e o Zoológico de Berlim, este empreendimento luxuoso está instalado em um lindíssimo edifício da década de 1930 que já serviu como Embaixada da Dinamarca na Alemanha. O design do edifício e a decoração moderna e sóbria dos diferentes cômodos são impressionantes. Outra coisa que eu gostei bastante foi a tecnologia do apartamento. É possível controlar todas as luzes do quarto da sua própria cabeceira; a mesa de trabalho possui um teclado e um mouse da Apple e com eles você pode transformar a TV em um computador com conexão à Internet. A TV também é toda interativa. Ela era tão moderna, mas tão moderna, que eu nem conseguia ligá-la (eu sou um fracasso quando se trata de tecnologia). Se por um lado eu amei a estrutura do lugar, por outro fiquei decepcionada com o atendimento. Não tive a atenção que eu gostaria e não me senti exclusiva. Tirando um dos mensageiros e a atendente do spa, os demais funcionários foram indiferentes, o que não é uma coisa muito boa em um hotel deste nível. O empreendimento ainda oferece um spa (com piscina aquecida e sauna) e dois restaurantes, um deles estrelado no Guia Michelin. Eu almocei no Restaurante Casual. Foi bom (tirando a insossa sobremesa), mas muito caro para o que eles oferecem. No final, recomendo o hotel para aquele turista mais abonado, mas com ressalvas. Vejam as fotos do empreendimento.
Sobre os dois novos atrativos que eu conheci.
Schloss Charlottenburg – Construído no séc. XVIII em estilo barroco, este local foi o antigo palácio real do Reino da Prússia, país que hoje faz parte da Alemanha. Está localizado no distrito de Charlottenburg, a uns 20 minutos do centro de Berlim de ônibus. O lugar é realmente especial, mas infelizmente ele foi brutalmente bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial e grande parte da edificação foi destruída, principalmente no primeiro piso. Uma pena! O que você vê no Palácio é, em grande parte, uma reprodução do esplendor original. O ingresso custou € 12 e recomendo o passeio, caso vocês sejam, como eu, loucos por palácios. O local ainda oferece um enorme jardim. Eu o achei meio sem graça, mas havia muitas pessoas aproveitando o dia bonito para praticar corrida ou simplesmente passar o tempo. Segue abaixo uma foto da entrada do Palácio.
Potsdam – Essa cidade está situada a sudoeste de Berlim, à uma hora de trem da Friedrichstraße, no centro da capital alemã. Ela serviu como residência de verão dos reis da Prússia. O Parque de Sanssouci, um de seus atrativos, congrega o maior conjunto rococó do mundo. Seu patrimônio histórico é tão relevante que a cidade é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Potsdam é toda fofa! É cheia de construções monumentais combinadas com uma atmosfera bucólica e acolhedora. É um lugar extremamente agradável, charmoso e calmo! Já o Parque de Sanssouci é um espaço gigantesco onde é possível encontrar diferentes palácios e demais construções que passeiam pelos séc. XVIII ao XX. Os dois principais palácios: Sanssouci e Neue Palais são absurdamente lindos! Não tenho outras palavras para descrevê-los. O Palácio de Sanssouci é relativamente pequeno, tem apenas 12 aposentos, mas tem tantos detalhes que você não acredita como conseguiram construir tudo aquilo em apenas dois anos. Minhas dicas em Potsdam são muitas: 1) Caso tenham interesse em visitar a cidade, reservem um dia todo para o passeio, pois vocês irão perder um tempo para chegar ao destino e muito tempo será destinado somente ao Parque; 2) Vão com um sapato confortável, pois a caminhada vai ser boa (só no Parque a caminhada é de 4kms); 3) Levem comida e bebida para o Parque, pois não há estabelecimentos gastronômicos por lá (eu só consegui almoçar às 16h); 4) Caso tenham interesse em conhecer vários castelos, comprem o ticket combinado (Premiumkarten). Ele custa € 19 e te dá direito a entrar em todos os lugares; caso contrário, vocês pagam € 12 em cada visita; 5) De preferência, visitem a cidade no verão, pois no inverno apenas os dois principais palácios estão abertos à visitação e os jardins estão meio pobrinhos; 6) Não deixem de visitar o restante da cidade, pois vale muito a pena. Segue abaixo algumas fotos. A primeira é da fachada do Palácio de Sanssouci. Já a segunda é o do Neue Palais.
Além desses dois atrativos, também passei por outros lugares interessantes. Conheci a KaDeWe, a maior e melhor loja de departamento de Berlim. Ela é bem legal! Não tem tantas opções como as lojas estadunidenses, mas tem aquele ambiente formal e sem vendedores atrás de você como eu tanto gosto! Se derem uma passadinha por lá, não deixem de conferir os dois últimos andares destinados à restauração. Eles oferecem um pouco de tudo: doces, vinhos, queijos, carnes, tem até um restaurante mais formal. Vale a pena! Aproveitando que eu estava na KaDeWe, também andei pela Kudamm, uma das ruas mais charmosas e exclusivas de Berlim. Ela é cheia de hotéis boutique, cafés, restaurantes e lojas de marca. A rua é linda, tem aquele ar romântico, até meio parisiense. Não deixem de dar uma olhada nas outlets de luxo que tem por lá! São várias e elas oferecem coisas muitos boas, por um preço interessante. Deem uma olhada na charmosa Kudamm.
Também dei uma passadinha na minha praça favorita, a Gendarmenmarkt e almocei em um restaurante especial, o Borchardt. Aberto no final do séc. XIX este restaurante tem um ambiente histórico, mas extremamente agradável. O cardápio é mudado diariamente e oferece desde pratos clássicos da cozinha alemã à fusion cuisine. Eu já havia lido sobre ele em um livro de Gastronomia que eu estou ajudando a editar e me interessei muito pelo apelo histórico e tradicional do lugar. O atendimento é mais ou menos, mas a comida é excelente e o ambiente é muito acolhedor. Recomendo! Deem uma olhada na linda Gendarmenmarkt.
Na primeira vez que estive em Berlim, depois de andar à pé o dia todo, quis pegar um metrô para voltar ao meu hotel. Peguei a linha errada (a primeira e única vez que eu me perdi no metrô na vida) e parei sem querer na Postdamerplatz. Fiquei um pouco assustada por estar à noite sozinha e cansada em um lugar que eu não sabia bem onde era, mas ao mesmo tempo, impressionada com o jogo de luzes do Sony Center. Naquele momento, jurei que voltaria para jantar por lá um dia. Desta vez, além de jantar na frente da Praça, no italiano “Essenza” (recomendado!), também fui assistir um filme no IMAX (Monuments Men), localizado dentro do Sony Center. O cinema é fora de série! Além de ser gigantesco (ele está dividido em vários andares e as salas parecem auditórios de teatro de tão grandes), ele é moderno e chique, vendem até prosseco. Ahhh! E oferecem todos os filmes em inglês, e sem legenda! Adorei as duas experiências!
Também fui conhecer uma parte menos turística da cidade e mais descolada (dizem!), o Kreuzberg. Na verdade, fiquei um pouco assustada com o lugar. Ele é sujo, completamente pichado, cheio de empreendimentos abandonados, um bairro extremamente multicultural e alternativo. Ele parece um Queens piorado, e bota piorado nisso! Tinha tanto restaurante oferecendo kebab que era possível ver uma névoa formada pela carne assada nas ruas com direito a cheirinho de churrasco (Não estou contando isso em um bom sentido). Dizem que é uma área que está se valorizando muito em Berlim. Ela é cheia de boutiques descoladas, clubes noturnos, e muitos chefes renomados têm montado seus restaurantes por lá. Eu simplesmente não gostei, então não acho que valha a pena visitar, minha opinião!
E assim terminou mais uma viagem. Berlim é aquele tipo de metrópole que não tem como não ficar impressionado. Seja pela organização do destino, pela preocupação com o bem estar de seus habitantes, pela quantidade e tamanho de seus monumentos históricos, pelas inúmeras opções culturais e de entretenimento, ou até mesmo pelo amor que os próprios berlinenses têm pela sua cidade. Além disso, você vê coisas curiosíssimas por todos os cantos; seja um grupo de amigos idosos se reunindo para fazer um tour por conta própria ou até mesmo uma rave em um dos vagões do metrô em um Sábado à noite. Queria fechar esse post com uma foto marcante. Uma noite (na verdade eram umas 19h) estava andando pela Unter den Linden e vi o Brandenburger Tor iluminado. Fiquei fascinada! A cidade brilha até à noite, então vou me despedir com esta imagem!
Tschüss!