Maastricht é um destino com pouco mais de 120 mil habitantes localizado no sudeste da Holanda. Cortada pelo Rio Mosa (Maas em holandês), Maastricht é uma das cidades mais antigas do país. Por estar localizada muito próxima às fronteiras da Bélgica e da Alemanha, a cidade possui traços muito incomuns quando comparada a outras localidades holandesas, mas, ao mesmo tempo, apresenta características multiculturais. A questão multicultural também está ligada à sua história. De origem romana, a cidade já pertenceu a Espanha e a França; foi o berço da Revolução Industrial holandesa, destacando-se mundialmente pela fabricação de vários produtos, entre eles, a porcelana. Hoje, destaca-se pelo aspecto cultural e por sediar uma das principais universidades do país, a Maastricht University.
Maastricht era uma cidade que não estava nos meus planos originais de viagem. Para ser sincera, até a poucos meses atrás eu nunca tinha ouvido falar sobre ela. Entretanto, durante minha estadia na Alemanha, muitas pessoas comentaram que a cidade era extremamente agradável, com ótimas opções de hospedagem e compras e que oferecia atributos histórico-culturais muito relevantes. Por essa razão, achei que seria ótimo visitá-la.
Fui à Maastricht de trem. De Bad Honnef até meu destino final, levei cerca de três horas e meia de viagem e paguei € 85 por todo o trajeto. As surpresas começaram logo na chegada do destino. No Sábado, dia 30 de abril, a cidade estava celebrando o King´s Day ou Queen´s Day, uma festa que comemora o nascimento da rainha Juliana, uma antiga monarca da Holanda. As pessoas estavam todas vestidas de laranja (cor símbolo do país), com pinturas da bandeira nacional no rosto, cantando e celebrando. Maastricht estava lotada de pessoas e sediou concertos e festas em seus principais espaços públicos. Por um lado, foi bem bacana ver toda essa comemoração; mas por outro, foi um saco, pois não consegui fotografar vários atrativos locais. A estação ferroviária de Maastricht foi minha primeira parada turística. Construída no século XIX, esta edificação feita em tijolos é bem escura e possui vários vitrais coloridos. Ela se assemelha a uma igreja, suuupper esquisito! A Estação fica próxima ao centro comercial da cidade e está localizada em uma região muito charmosa, cheia de estabelecimentos gastronômicos descolados e meios de hospedagem.
Maastricht oferece vários estabelecimentos hoteleiros interessantes. Como queria um lugar especial, fiz questão de ficar hospedada no Kruisherenhotel Maastricht, um antigo convento do séc. XV transformado em hotel. Adorei a maneira como eles adaptaram a edificação para o hotel. Adorei também o restaurante super descolado e o atendimento impecável, mas acho que a tarifa cobrada é muito cara para o que eles oferecem. Os apartamentos, principalmente os banheiros são muito apertados e precisam de uma manutenção urgente (meu chuveiro estava oxidado e uma das paredes apresentava leves manchas de mofo). Além disso, eles não possuem internet nos apartamentos! Sério?! Um hotel de categoria luxo no século XXI que não oferece internet nos apartamentos?! Mas enfim… Segue abaixo as fotos do empreendimento para que vocês possam conhecê-lo.
O centro histórico da cidade é pequeno e propício para boas caminhadas. Contudo, sugiro que levem um sapato muito confortável, pois como as ruas são todas de paralelepípedo, tornam-se um martírio para as mulheres de salto alto. É claro que como sempre eu me ferrei! Queria dar uma de mulher chique, mas depois de horas andando com minha botinha de salto, não aguentava de dor no pé, além de ter estragado o meu sapato, claro! Durante meu final de semana, conheci os principais atrativos de Maastricht. Comecei o passeio na Grote Markt, a principal praça da cidade. Nela está localizada a Prefeitura de Maastricht (Stadhuis), uma imponente edificação do século XVII. Passei ainda na Vrijthof, outra importante praça da cidade onde é possível ver o fundo da Basílica de St. Servatius (vou contar sobre ela mais tarde) e da Sint Janskerk. Essas duas praças são o coração de Maastricht e oferecem vários restaurantes e cafés charmosos. As pessoas adoram sentar nas mesas localizadas na calçada, bater um bom papo e deixar o dia passar! Ainda na Vrijthof, visitei o Museum Aan Het Vrijthof, um local que conta a história da cidade. Achei-o muito interessante, pois a explicação dos objetos é ativada por um crachá utilizado pelo visitante, inclusive as portas das salas eram automaticamente abertas pelo crachá. O museu oferece algumas salas interativas e mostra a evolução econômica e expansão territorial de Maastricht. Fiquei muito contente ao saber que a preocupação com o patrimônio histórico local já era vigente no séc. XIX, com o crescimento industrial da cidade e é por essa razão que grande parte das edificações históricas continuam em pé. A visita custou € 8. Achei bem caro, pois mesmo sendo interessante, o local apresenta um acervo muito pequeno. Ahhh! O Café do Museu é super glamouroso, uma boa opção para quem quer sentar e relaxar. Deem uma olhada no interior do local.
Andei ainda pelas ruas comerciais da cidade: Grote Straat, Kleine Straat, Wolfstraat, Kersenmarkt, Havenstraat, entre outras. A cidade oferece um comércio agradável, charmoso e bem diversificado. Além disso, grande parte das lojas está aberta aos Domingos (ADORO loja aberta no Domingo!). Minha próxima visita foi a Onze Lieve Vrouwebasiliek (Basília de Nossa Senhora). A Basílica é diferente de tudo que eu já vi. Ele é muito, mas muito escura, parece uma danceteria (péssima comparação, mas foi a sensação que eu tive ao entrar em um lugar muvucado e escuro!). As luzes são todas direcionadas para o altar central, ornamentado com mosaicos dourados e azul turquesa e para o órgão na outra ponta do edifício. Logo na entrada também há um lindo altar em ouro dedicado a Nossa Senhora. Deem uma olhada na fachada da igreja.
Passei ainda na Helpoort, antigo portão de entrada da cidade do século XIII. Por séculos Maastrich foi cercada por muralhas, mas elas foram quase que totalmente destruídas no séc. XIX. Além deste portão, ainda é possível ver um tímido paredão medieval próximo ao Rio. Vejam a foto do Helpoort logo abaixo.
Ao lado do Helpoort fica o Stadspark, o parque da cidade. O lugar é super romântico e charmoso e está circundado por lindíssimas casas em tijolos escuros. O parque estava recebendo um show de rock, por conta da King´s Fest, mas também estava cheio de pessoas vendendo coisas velhas, como se fosse um gigantesco mercado de pulgas. Tinha de tudo por lá: livros, discos, roupas, calçados, brinquedos, louças, etc. Ainda visitei a Basílica de St. Servatius, uma igreja muito clara e colorida (completamente diferente da Basílica de Nossa Senhora) e a Boekhandel Dominicanen, uma antiga igreja do séc. XIII transformada em uma moderna e completa livraria. Caso queiram conhece-la, ela está localizada entre a Grote Markt e a Vrijthof. Vale a pena dar uma passadinha! Abaixo seguem as fotos da lateral da Basílica de St. Servatius e do interior da Boekhandel Dominicanen.
Sobre a gastronomia da cidade, devo admitir que eu fiquei completamente extasiada com as opções de Maastricht. Além de oferecer alternativas para todos os gostos e bolsos, o atendimento é sempre impecável e comi muito bem em todos os lugares! Até o Waffel é mais gosto em Maasticht que na própria Bélgica, terra natal desta iguaria. Sério mesmo! No Sábado jantei no meu hotel. O local é super charmoso, o atendimento e a comida foram impecáveis! Acho que é uma boa opção para um jantar romântico. No Domingo, almocei no Nxt Door, um restaurante que mistura modernidade e charme em uma rua muito próxima a Onze Lieve Vrouwebasiliek (Basílica de Nossa Senhora). Amei e recomendo muito! Ainda próximo a Basílica, adorei o Bonboniere, um café histórico super tradicional. Opção perfeita para um café no meio da tarde! Segue abaixo fotos do Nxt Door. Eu pedi um dourado com risoto de tomate e como sobremesa uma panacota com chocolate e sorvete de baunilha. A melhor panacota que eu já comi na vida, juro!
E assim terminou mais uma viagem. Maastricht foi uma grata surpresa! A cidade é tudo que você espera da Holanda… Um local agradável, charmoso, extremamente limpo e organizado, animado, cheio de ciclistas, bicicletas estacionadas por todos os cantos e repleto de gente bonita. Foi a primeira vez desde que cheguei a Europa que não vi nenhum indigente ou pedinte pelas ruas, fiquei positivamente impressionada com isso! Adorei a visita e consegui me ver facilmente morando lá (eu e meus sonhos bestas!). Mas a verdade é que fiquei muito feliz com o passeio e interessada em conhecer outros destinos holandeses. Portanto, próxima parada, a sonhada Amsterdã!!!!