Aventuras pela Europa – Capítulo 14 – Holanda (Amsterdã, Zaanse Schans, Volendam, Marken)

Minha última parada foi em Amsterdã. Essa era uma das cidades que já estavam no meu planejamento original de viagens aqui na Europa. Na verdade, pelos meus planos, Amsterdã seria um dos primeiros destinos que eu iria visitar, mas em razão de outros passeios, visitei-a apenas agora. Amsterdã é a maior e mais importante cidade da Holanda. Possui cerca de 800 mil habitantes e é um destino extremamente liberal e globalizado. Já vou começar o post avisando que ao contrário de todos os comentários positivos que eu ouvi sobre Amsterdã, fiquei decepcionada com o destino. Achei a cidade extremamente suja (devia estar ocorrendo uma greve de lixeiros ou coisa assim, pois estava muito, mas muito suja), trânsito muito confuso (atropelamentos devem comuns por lá, pois você tem que tomar cuidado com os carros, com os ônibus, com os bondes, com as bicicletas, com as vespas e com as pessoas, todas querendo passar ao mesmo tempo), e abarrotada de gente, de uma maneira quase que claustrofóbica. Ahhh! E nunca vi tantos brasileiros em um destino europeu. Vi mais brasileiros em Amsterdã que em Paris, incrível! Logo abaixo vou contar minha passagem pela cidade de acordo com os dias que estive por lá. Também aproveitei minha estada para conhecer o interior da Holanda. Em minha humilde opinião, o interior é muito mais charmoso que a própria Amsterdã.

 1º Dia

Cheguei à Amsterdã de trem e levei quase 4 horas de viagem saindo de Bad Honnef (paguei € 68 no trecho de ida e volta, mas comprei com bastante antecedência, tô ficando mais esperta!). Cheguei à Amsterdam Centraal (principal estação de trens) logo após o almoço. A Estação já é um atrativo a parte. Ela tem uma das fachadas mais bonitas de toda Amsterdã, parece um palácio. Uma pena que o interior seja tão caidinho!  Deem uma olhada…

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De lá, tomei um táxi ao meu hotel. Dessa vez escolhi um hotel longe da estação de trens e do centro da cidade, mas tinha um motivo especial. Quis ficar hospedada no Hotel gerenciado pela Escola de Hotelaria de Haia (Hotelschool The Hague), o melhor curso de hotelaria da Holanda. Chamado Skotel Amsterdam, este empreendimento hoteleiro está localizado a uns 20 minutos de bonde do centro da cidade. Ele oferece apenas 15 apartamentos e o mais interessante é que cada quarto foi decorado por uma cadeia hoteleira específica. Eu fiquei na UH da Center Parks, uma rede do Reino Unido e adorei meu quarto; super espaçoso, confortável, cama gostosa e chuveiro maravilhoso! Não acho que este hotel seja formalmente classificado, mas é um empreendimento de categoria superior, tipo quatro estrelas. Todos os funcionários do hotel são alunos da própria escola, inclusive as camareiras. Eles trabalham no estabelecimento como parte das atividades práticas do curso. O valor da diária é muito bom (€ 72 em um apartamento single com café da manhã), principalmente por se tratar de Amsterdã, uma capital com uma hotelaria cara. E a falta de experiência dos alunos é compensada pela infraestrutura de primeira e pela grande atenção dada aos hóspedes. Adorei e recomendo muito! Deem uma olhada nas fotos do hotel. 

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Após meu check-in no Skotel Amsterdam, ainda fiz um pequeno tour guiado pela escola para conhecer toda a estrutura local. Fiquei completamente boquiaberta com tudo que eles oferecem aos alunos, desde as aulas 100% em inglês aos laboratórios. Depois da visita, peguei um bonde e fui ao centro da cidade onde parei na Dam, principal praça localizada no centro histórico de Amsterdã. É lá que está o Palácio Real e outros edifícios históricos. Na Dam, ainda é possível encontrar muitas lojas de souvenirs. 

Visitei ainda a região da cidade conhecida como Red Light District, a região do “entretenimento adulto”. Ela fica entre a Dam e a Amsterdam Centraal. Como eu havia comentado no começo do post, Amsterdã é uma cidade muito liberal. A prostituição é legalizada e as prostitutas têm assistência médica, direitos trabalhistas e é feita uma fiscalização frequente para garantir boas condições de trabalho. Eu achei super estranho! Você está andando na rua linda e formosa e de repente pá, dá de cara com uma mulher seminua. E outra mulher seminua, e outra, e outra… As primeiras mulheres eram bem ajeitadas, mas conforme eu fui andando pela rua, a beleza das moçoilas ia se esvaindo… No final do caminho, o negócio estava feio! Rsrsrs… Naquela região também é possível encontrar vários Coffee Shops, locais onde o consumo de maconha é legalizado. Em alguns lugares, o cheiro de maconha era muito forte. Andei por toda essa área, passando por várias ruelas e diferentes canais. Deem uma olhada nos canais. A  terceira foto é de um lindíssimo shopping atrás do Palácio Real, na Dam.

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Já vou adiantar que essa parte da cidade não é muito bonita! Mesmo que seja repleta de edifícios tipicamente holandeses e de grande valor histórico, ela é cinzenta. Andei ainda pela zona comercial da cidade e seguindo a recomendação do recepcionista do hotel, terminei meu dia na Leidseplein, uma praça meio afastada do centrão que oferece vários restaurantes e teatros. É uma região bacana, perto dos museus e é possível ver que a cidade por lá é mais charmosa. 

2º Dia

Acordei cedo, tomei o café da manhã no hotel e fui explorar mais um pouquinho de Amsterdã. Minha intenção era visitar o Museu da Anne Frank neste período, mas quando vi o tamanho da fila na porta do museu, desisti. Peguei um bonde e fui novamente a Leidseplein, pois queria visitar o Hard Rock Café. Também dei uma voltinha no Vondelpark, um parque criado no séc. XIX muito charmoso e bem cuidado. No período da tarde, fui ao interior da Holanda para conhecer a arquitetura e as paisagens típicas holandesas. Para esse passeio, adquiri um tour de uma agência de viagens local. As agências estão espalhadas por toda a cidade e oferecem várias opções, inclusive Bruxelas e Bruges, na Bélgica. Paguei € 40 pela minha visita. Durante o passeio, tive a oportunidade de conhecer mais sobre o país. Descobri que grande parte do território holandês está localizada abaixo do nível do mar e por essa razão, o país é cheio de diques e canais (só a cidade de Amsterdã possui 88 canais) que ajudam a manter as terras secas. Em um território com 500 habitantes por metro quadrado (a maior concentração da Europa e uma das maiores do mundo), a terra é algo precioso e é usada de maneira ordenada e inteligente. Como a Holanda é um país plano e há muitos ventos, exploram-se os moinhos como uma ferramenta produtiva. Há 100 anos, a Holanda possuía 3 mil moinhos de vento e eles se transformaram em um dos símbolos do país. Hoje, muitos deles já foram destruídos, mas ainda é possível ver 700 moinhos ativos por todo o território holandês. Os moinhos podem ser explorados para três propósitos: industriais, bombear água e produzir energia.  E com a intenção de conhecer os moinhos holandeses, nossa primeira parada foi em Zaanse Schans, uma cidade de 2 mil habitantes próxima de Amsterdã. Ela é conhecida por ser extremamente típica e por ainda ter vários moinhos em funcionamento. As casas da região têm cerca de 300 anos e os moinhos, 400. Tive a oportunidade de visitar o interior do De Kat, um moinho de tinta de 1782. A cidade é bem fofa, vale a pena a visita! O único problema é que estava chovendo muito, aquela chuva com vento que te molha de todos os lados, então não aproveitei o local como eu gostaria. Deem uma olhada na foto.

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Ainda visitando o interior da Holanda, chegamos a Volendam, uma cidade com 20 mil habitantes que mantém os antigos costumes holandeses. A cidade também é bem fofinha, cheia de casinhas coloridas e bem cuidadas. Os moradores têm o costume de decorar suas janelas de um jeito original, como se estivessem competindo com os vizinhos. Deem uma olhada nas fotos abaixo. Uma pena que as fotos ficaram cinzentas por conta do dia chuvoso.

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Na cidade, visitei a Cheese Factory Volendam, uma fábrica de queijos local. A visita foi meio “pega turista”. Explicaram como era produzido o queijo holandês, mas a explicação foi superficial e deixou bem claro que a intenção era vender o queijo produzido na empresa. Ainda sobre os queijos, fiquei impressionada ao saber que a Holanda possui 4 milhões de vacas, quer dizer, 1 vaca para cada 4 habitantes. Os holandeses são mestres na fabricação de queijos e exportam ¾ de sua produção. Mesmo assim, os holandeses comem muito queijo; são 21 quilos por habitante/ano (muito, não?!). Saindo da fábrica de queijos fomos ao Porto para comer um peixinho frito, prato típico local, e esperar nosso barco para visitar a Ilha de Marken. Marken, hoje uma península, é outro vilarejo fofinho ao norte da Holanda. É uma colônia de pescadores que ainda mantém os antigos costumes holandeses. As casas são todas pintadas em preto e verde, mas isso não se deve à uma estratégia de design e sim por razões econômicas; como a região era muito pobre, as tintas eram feitas a partir de matérias-prima naturais como ervas e alcatrão.  Deem uma olhada.

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Na cidade tivemos a oportunidade de conhecer uma fábrica de sapatos de madeira, ou tamancos. Hoje os sapatos são feitos em máquinas industriais e levam cerca de 5 minutos para ficarem prontos, trabalho que manualmente levaria 3 horas. Nosso guia na fábrica nos contou que esses sapatos ainda são usados na Holanda, principalmente na agricultura. Como parte dos terrenos holandeses são alagados, esse tipo de sapato mantém o pé seco e aquecido. Ainda sobre os símbolos da Holanda, também aprendi um pouco mais sobre a tulipa. A flor, internacionalmente relacionada ao País, não é uma espécie de origem holandesa. Como os holandeses eram grandes navegadores, eles a trouxeram do Oriente Médio há mais de 400 anos. No começo da noite, já cansados e encharcados, a excursão voltou à Amsterdã. Foi um passeio bem bacana e recomendo muito, uma pena que o tempo chuvoso não ajudou.

3º Dia

Hoje foi um dia dedicado a cultura. Pela manhã, fui ao Van Gogh Museum, um museu voltado às obras deste gênio da pintura. A visita custa € 15 e é bem bacana, mas a fila é de matar (1 hora e 10 minutos de pé e enfrentando chuvas esporádicas). Caso vocês tenham interesse em entrar o museu, minha dica é comprar o ingresso antecipado nas agências de turismo. O valor cobrado nas agências é o mesmo e as filas para os visitantes que têm ingresso antecipado não passam de 20 minutos. Não é possível tirar fotos das obras, mas eles exibem as principais pinturas de Van Gogh em paredes para que os turistas possam fotografar. Deem uma olhada.

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A região da cidade onde está localizado o Van Gogh Museum também tem outros museus super interessantes. É um lugar bonito, bem planejado, em minha opinião, a área mais charmosa da cidade. Então caso estejam visitando Amsterdã, não deixem de dar uma passadinha por lá. No período da tarde, fui ao Anne Frank Museum Amsterdam, museu localizado na antiga casa de Anne Frank, uma das inúmeras vítimas das crueldades da 2ª Guerra Mundial. O museu custou € 9 e também é muito legal! É aquele tipo de lugar que precisa ser visitado. As filas na entrada também são coisa de louco! No final da tarde, enfrentei uma fila relativamente pequena (se comparada à fila da manhã) e ainda assim aguardei 45 minutos. Ahhh! O legal é que o atrativo oferece conexão de internet wifi na própria fila. É possível se distrair enquanto espera sua entrada no local. Para aquelas pessoas que tenham interesse em visitar o museu, minha dica é comprar os ingressos online, mas eles precisam ser comprados com muita antecedência, tipo 1 mês antes da visita. Ou façam a visita no final da tarde, quando a fila está menor. O museu fecha às 21h. Nos meses de julho e agosto, fecha apenas às 22h.

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E assim terminou minha viagem à Amsterdã. Fiquei muito feliz de ter visitado a cidade, pois era um destino que eu queria conhecer há muito tempo, mas como comentei no começo do post, eu esperava muito mais. Achei que ela fosse mais charmosa, mais encantada, mais florida, mas o que eu vi foi uma cidade estrangulada com um número de pessoas que ela não consegue mais comportar. Se a cidade em si não me encantou, fiquei impressionada com a beleza dos holandeses. Como eles são bonitos!!!! Do tipo de tirar o fôlego em cada esquina. Além disso, todos falam inglês fluente, o que sempre ajuda. Sobre a gastronomia local, não tenho muitas dicas para dar, pois comi muita porcaria na rua, mas se puder destacar um local legal é a praça de alimentação da Bijenkorf, a principal loja de departamentos da Holanda. A loja é chiquetérrima e no último andar há uma praça de alimentação super charmosa e que oferece vários tipos de buffet com preço bem justos. Adorei!

Próxima parada, Edimburgo!

Um comentário sobre “Aventuras pela Europa – Capítulo 14 – Holanda (Amsterdã, Zaanse Schans, Volendam, Marken)

  1. Pingback: Museus em Amsterdã – Vanessa's Diaries

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