Continuando minha saga pela Europa, o post de hoje é sobre Edimburgo. Edimburgo (ou Edinburgh em inglês) é um destino que eu queria visitar a muitos anos. Sempre escutei coisas ótimas sobre a cidade, portanto minha vontade de conhecê-la era enorme! Por outro lado, minha expectativa sobre o destino era tão alta que comecei a ficar com medo de me decepcionar. Ultimamente, tenho me decepcionado bastante com as cidades nas quais tenho grandes expectativas; contudo, posso afirmar que dessa vez fui muito feliz com a minha escolha.
Para aqueles que não sabem, Edimburgo é a capital da Escócia, um dos países que faz parte do Reino Unido. Possui cerca de meio milhão de habitantes e entre outras atividades econômicas, o destino tem no turismo uma das suas principais fontes de receita. Em um primeiro momento, Edimburgo lembra muito as cidades inglesas e irlandesas com suas casas padronizadas construídas em pedras e/ou tijolos, mas como cresceu circundada por diferentes morros, ela tem um certo aspecto de contos de fadas. Difícil para os turistas que precisam subir e descer as ladeiras e escadarias o tempo todo! Além disso, é uma cidade que tem muito verde, o que dá uma imagem mais acolhedora ao local.
Assim como tenho feito nos últimos posts, vou contar minha viagem pelos dias, pois desta forma é mais fácil entender todos os atrativos turísticos que visitei durante o passeio.
1º DIA
Fui à Edimburgo de avião e cheguei à capital escocesa no início da tarde. Novamente optei pela Germanwings (já tenho até um cartão fidelidade da empresa!) e paguei € 243.99 pelo trecho de ida e volta saindo de Colônia. O aeroporto de Edimburgo é pequeno, meio antiquado e muvucadinho, mas está longe de ser um Terminal Tietê em véspera de feriado. A cidade não oferece metrô, mas há ônibus (Airlink 100) que saem da entrada do Aeroporto e param na Waverley Station, no centro de Edimburgo. Eles são super práticos e custam £ 4 por trecho. Ahh! Assim como na Inglaterra, a moeda da Escócia também é a Libra Esterlina. Se o Real já não vale nada quando transformado em Euro, transformado em Libra então, ele quase desaparece! Eu troquei uma pequena parte do meu dinheiro no próprio Aeroporto para poder chegar ao centro (as cotações no Aeroporto são sempre mais caras) e depois ia trocando o restante do dinheiro na medida em que eu sentia necessidade. Vale ressaltar que as casas de câmbio em Edimburgo não cobram comissão pela troca! Chegando ao centro da cidade fui direto ao meu hotel para fazer o check-in. Quando comecei a planejar minha viagem à Edimburgo, sabia que queria me hospedar no Hotel Missoni, pois é um empreendimento abordado nas minhas aulas de Hotelaria. Quando dei uma olhada nos valores das diárias, quase caí de costas. Mas sem desistir do hotel, fiz várias projeções de possíveis datas de viagem e buscava alternativas em diferentes sites de reservas para verificar se conseguiria uma tarifa mais econômica. Deu um trabalhinho, mas funcionou! Essa é uma boa dica para quem quer pagar mais barato para se hospedar no hotel dos sonhos. O Missoni Hotel fica no centro da cidade antiga de Edimburgo (Old Town), entre a Catedral de St. Giles e o Castelo de Edimburgo. Perfeito! Na verdade, perfeito foi fazer o check-in e ser avisada de que eu teria um upgrade. Eu havia reservado um apartamento standard, o mais básico, e eles me ofereceram a melhor suíte do hotel. Eheheheh! Foi o primeiro upgrade da minha vida! O apartamento era tão grande que eu fiquei meio perdida, sem saber o que fazer! Além da linda e luxuosa suíte, toda decorada com mobiliário e enxoval Missoni, o hotel é bem legal e o atendimento é impecável! Ahhh! Até os mensageiros usam um kilt com o tradicional ziguezague da Missoni. Mais do que recomendado! Deem uma olhada nas fotos da fachada do hotel e da minha suíte bacanérrima.
Após colocar minhas coisas na suíte, fui aproveitar o lindo dia de sol para conhecer a cidade. Comecei meu passeio andando pela Royal Mile, a principal rua (na verdade é um conjunto de várias ruas) da Cidade Antiga (Old Town). Na Royal Mile é possível encontrar vários museus, lojas de souvenirs, estabelecimentos gastronômicos e escoceses vestindo kilt e tocando a tradicional gaita de fole, não nessa mesma ordem! Minha primeira parada foi na Catedral de St. Giles, uma igreja medieval em estilo gótico. Ao contrário da maioria das igrejas góticas, esta catedral é bem iluminada e alegre, vale a visita! Continuando a caminhada pela Royal Mile cheguei ao Parlamento Escocês e ao Palácio de Holyroodhouse, este último é a casa oficial da Rainha da Grã-Bretanha na Escócia. O Palácio é bem bacana e é uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história do Reino Unido. Vale muito a pena! A visita custa £ 11,30. Segue abaixo uma foto da fachada do Palácio.
De lá, fui à Cidade Nova (já explico essa diferença entre Cidade Antiga e Cidade Nova), pois queria aproveitar o dia para fazer umas comprinhas. As principais ruas comerciais da cidade são a Princes Street e a George Street. Na verdade, Edimburgo não é conhecida como uma das capitais do consumo. Ela não oferece todas as opções encontradas em Londres, Paris ou Berlim. Além disso, por conta da alta cotação da Libra, não tem preços muito competitivos, mas é sempre bom dar uma olhadinha! Ahhh! É importante salientar que o comércio na capital escocesa fica aberto até aos Domingos (Adoro quando as lojas ficam abertas aos Domigos!). Andando pela Princes Street visitei o Scott Monument, um monumento em estilo neo-gótico dedicado ao escritor Walter Scott. Ahh! É possível subir na torre para observar a cidade, mas eu não me interessei. Segue foto abaixo.
E terminei meu passeio no Princes Street Gardens, o mais charmoso parque da cidade. O parque era um alagado que se transformou em um dos principais atrativos de Edimburgo. Ele está situado entre a Cidade Nova e a Cidade Velha! Lendo outros blogs de viagem, vi que muitas pessoas comentavam a beleza deste parque. Entretanto, devo admitir que ele superou todas as minhas expectativas. Ele não é só lindo, ele é magnífico! Além de ser extremamente bem cuidado, acho que nunca vi tantas espécies diferentes de flores juntas. Ademais, o dia bonito e ensolarado trouxe ao parque famílias inteiras fazendo piquenique, “tomando um bronze” ou só deixando o tempo passar. Fiquei apaixonada pelo lugar! Deem uma olhada nas duas fotos abaixo para vocês sentirem a beleza do local. Ahh! Ao lado do parque, há a igreja de St. Cuthbert, uma das paróquias mais antigas de Edimburgo. Ela é circundada por um cemitério meio macabro, mas legal. À noite, apenas aproveitei meu hotel.
2º DIA
Como o dia não amanheceu muito bonito, optei por atividades indoor. No período da manhã, fui conhecer o Castelo de Edimburgo. Instalado onde já foi um vulcão, esta antiga fortaleza iniciou sua edificação ainda na Idade Média e hoje oferece um complexo de instalações de vários períodos históricos que mostram um pouco das guerras e da monarquia escocesa. Pense em um lugar bacana… Há vários pequenos museus e outras atividades temáticas dentro do Castelo. Além disso, a cada 30 minutos há pequenas visitas com guias locais que contam um pouco da história do lugar. Adorei! Imperdível! Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi ver o cuidado que os escoceses tinham em manter suas raízes vivas, mesmo durante as guerras. O tradicional kilt foi incorporado ao uniforme militar e a gaita de fole era levada aos campos de batalha para serem tocadas nos momentos de descanso. O ingresso custa £ 16. Segue abaixo uma foto minha em frente à Fortaleza.
Saindo do Castelo fui novamente à Cidade Nova (New Town), pois queria almoçar em um lugar especial. Edimburgo é uma cidade que oferece várias opções gastronômicas. É possível encontrar restaurantes, pubs, brasseries, casas de chá, padarias, instaladas tanto em lindos edifícios históricos como em modernas e descoladas edificações. É possível encontrar boas opções por toda a cidade, mas a Rose Street e a George Street são duas ruas especiais. Almocei no The Dome, um antigo banco transformado em Restaurante localizado logo no início da George Street. O lugar é maravilhoso! Mesmo oferecendo um ambiente extremamente requintado, o restaurante é bem turístico, sem muitas frescuras. O cardápio é descomplicado, com opções que prezam mais ao sabor que a alta gastronomia e os preços são justos. Pedi um escalope de porco ao molho de cogumelos e batata sauté. Estava divino! E olha que nem sou muito fã de carne de porco! Adorei a experiência e recomendo! Deem uma olhada nas fotos do Restaurante. Também fiquei com vontade de conhecer o The Witchery By The Castle, um outro lindo restaurante histórico localizado próximo ao Castelo de Edimburgo. Quem sabe em uma próxima visita?
Minha próxima parada foi no Georgian House, uma antiga casa em estilo georgiano que congrega um museu no qual é possível ver como as famílias aristocráticas viviam na Edimburgo do século XVIII. O museu custou £ 6.50 e fiquei bastante impressionada com o entusiasmo e orgulho dos monitores em contar a história do local. O Museu fala sobre o desenvolvimento de Edimburgo. Durante séculos, a cidade se desenvolveu apenas na região próxima ao Castelo, conhecida hoje como Cidade Antiga (Old Town). Entretanto, no século XVIII surgiu a necessidade de criar uma nova área para Edimburgo. Uma região planejada, requintada e que mostrasse a prosperidade econômica do país. E é a partir desta ideia que surge a parte mais nova da cidade, conhecida como New Town. Vale ressaltar que foi necessário 50 anos e vários arquitetos para essa nova área da cidade realmente progredisse.
Após a visita ao Georgian House, dei uma passadinha no Scottish National Gallery. Este museu tem entrada gratuita (ADORO!) e é possível ver quadros e esculturas de grandes mestres das artes. O museu é dividido em três andares. O térreo é dedicado a arte clássica. É possível ver obras de El Greco, Vélazquez, Ticiano, Bernini, Rubens, Van Dyck, Rembrandt, entre outros. No primeiro andar é possível encontrar obras dos artistas do século XIX como Rodin, Cézane, Degas, Renoir, Monet e Van Gogh. Já o subsolo é dedicado aos artistas escoceses. Eu não sou uma fanática amante das artes, mas fiquei muito impressionada com o lindo acervo do museu. Uma ótima opção para quem gosta de pinturas! Ainda tinha interesse em conhecer o Museu de Edimburgo, mas ele estava fechado. Caso vocês tenham vontade em conhecê-lo, lembrem-se que ele não fica aberto aos Domingos.
Neste passeio não visitei vários outros atrativos tradicionais da cidade. Alguns deles por pura falta de interesse, outros por conta do tempo carregado do Domingo. De qualquer forma, acho que Edimburgo é um tipo de destino que pode ser visitado em um final de semana.
Assim terminou meu passeio. Adorei ter conhecido o destino! Fiquei particularmente impressionada com a simpatia dos escoceses. Na verdade, vários blogs já haviam alertado sobre essa característica local, mas é contagiante ver como eles se sentem à vontade para conversar e rir de si mesmos. Todos são assim… Os mensageiros e as recepcionistas dos hotéis, os guias e monitores dos atrativos turísticos, os atendentes dos restaurantes, os motoristas de ônibus, até mesmo desconhecidos no meio do parque. Fiquei também entusiasmada com o orgulho dos escoceses por suas raízes e seus símbolos. Era possível ver vários homens usando kilt no centro da cidade, provavelmente indo para algum evento especial. Outros, mais tímidos, simplesmente optavam por uma calça xadrez, nada mais tradicional. Este orgulho também é passado aos produtos locais. As lojas anunciavam: “- Echarpes escocesas, uísque escocês, sorvete escocês!” Quer dizer, produto escocês é sinônimo de qualidade. É claro que não podia ter ido embora sem comprar alguns produtos tipicamente locais.
É por essas e outras muitas razões que fiquei encantada por Edimburgo. Espero que também tenham se encantado por esse novo destino e quem sabe o incluam em seus próximos roteiros de viagem.
Até mais!