Dresden nunca foi uma cidade desconhecida para mim, mas comecei a me interessar turisticamente pelo destino a partir do ano passado, quando meus pais a visitaram durante um circuito pelo leste europeu. Apaixonei-me pela cidade logo nas minhas primeiras pesquisas sobre os atrativos locais, portanto, desde que cheguei à Europa, sabia que Dresden seria um dos lugares que eu deveria conhecer. Localizada no centro leste da Alemanha, próxima da fronteira com a República Tcheca, Dresden é a capital e maior cidade (tem pouco mais de meio milhão de habitantes) da região da Saxônia. Por ter sido a residência dos Reis da Saxônia, o destino possui a riqueza arquitetônica e cultural de uma cidade imperial. Mas outros acontecimentos históricos também moldaram a paisagem e a cultura local. Dresden foi duramente bombardeada durante a 2ª Guerra Mundial; além disso, a cidade fez parte da Alemanha Oriental até a unificação do país no início da década de 1990. Mesmo assim, esta cidade, conhecida pelos seus moradores como a Florença do Elba, conseguiu se reerguer e se transformou em uma das principais capitais culturais da Europa.
Diferente dos últimos posts, dessa vez eu não vou especificar os dias de viagem, vou contar os atrativos no geral. Acho que desta forma ficará mais fácil entender tudo que eu fiz durante o passeio.
Fui à Dresden de avião. Novamente optei pela Germanwings e paguei € 174.99 pelo trecho de ida e volta saindo de Colônia. O aeroporto de Dresden é moderno, bem dimensionado, nos moldes de outros aeroportos alemães como o de Munique e de Colônia. Ele é conectado ao centro da cidade por trens que partem a cada 30 minutos. São super práticos e custam apenas € 2,20 por trecho (ADOREI!).
A hotelaria de Dresden é ótima. Ela oferece estabelecimentos para todos os gostos e bolsos. Muitos dos empreendimentos estão localizados em lindos castelos barrocos e neoclássicos, mas também é possível encontrar hotéis modernos e práticos. Além disso, as tarifas são bastante competitivas se comparadas a outros destinos turísticos alemães.
Quando planejei minha viagem para Dresden, vi tantas boas opções de hotéis que fiquei na dúvida. No final das contas, não escolhi apenas um empreendimento, reservei logo dois. Passei cada noite em um local distinto. Não recomendo fazer isso, pois não é muito cômodo, mas é uma boa maneira de ter experiências diferentes. O primeiro empreendimento escolhido foi o Swissôtel Dresden am Schloss, um hotel localizado em um edifício histórico atrás do Dresdner Schloss, um dos principais atrativos locais. Mesmo estando localizado em um edifício histórico, esse estabelecimento é extremamente contemporâneo. Adorei tudo: localização, atendimento, comodidade, preço… Mais que recomendado! Deem uma olhada no meu apartamento.
O segundo foi o Grand Hotel Taschenbergpalais Kempinski, um dos mais importantes empreendimentos da cidade. Ele foi construído ainda no século XVIII por Augusto II, o Forte, como uma prova de amor à sua amante. O Palácio foi brutalmente atingido durante a 2ª Guerra Mundial, mas restaurado e reaberto como hotel em 1995. A localização não poderia ser melhor, ao lado da Theaterplatz, onde estão alguns dos principais atrativos da cidade. Entretanto, mesmo com a localização poderosa e toda sua história, fiquei meio decepcionada com o empreendimento. A fachada do hotel impressiona, mas o interior parou no tempo. Senti-me em um filme da década de 1990. O atendimento foi aquém ao esperado e me perguntei se eu estava realmente em um estabelecimento hoteleiro cinco estrelas. Segue abaixo algumas fotos do local.
Vamos voltar ao que interessa, aos atrativos… A maioria dos atrativos turísticos de Dresden está localizado na margem direita do Rio Elba. Comecei meu passeio turístico pela Theaterplatz. Nesta praça estão as seguintes atrações: Zwinger, Dresdner Schloss, Semperoper e a Hofkirche. O Zwinger é um palácio em estilo rococó construído no século XVII. O lugar é fabuloso! Hoje ele congrega a Pinacoteca dos Mestres Antigos, um museu com lindas obras de Rafael, Rubens, Rembrandt, Veermer,Van Dyck, Ticiano, entre outros; o Museu da Porcelana; e o Museu da Matemática. O ingresso custa € 10 e dá direito a conhecer os três museus. Gostei muito da Pinacoteca dos Mestres Antigos, as pinturas são lindíssimas, mas achei o Museu da Porcelana meio cafoninha. Caso museus não seja a praia de vocês e ainda assim queiram conhecer o Palácio, é possível visitar o pátio central sem pagar nada. Vejam as lindas fotos do local.
A Semperoper é a principal casa de concertos da Alemanha, e uma das mais importantes da Europa. Construída no século XVIII em estilo barroco, a Ópera foi destruída durante a 2ª Guerra Mundial. Reconstruída na década de 1980 de acordo com seus projetos originais, este espaço foi novamente danificado durante uma enchente no início do século XXI. Entretanto, após uma nova intervenção, ela exibe mais uma vez sua antiga glória. É possível fazer uma visita guiada pelo interior do edifício. Custa € 10 e está disponível a cada 30 minutos. Mas fiquem espertos com o idioma! Há apenas um grupo diário em inglês, sempre em horários alternados. Eu fiz minha visita em alemão e entendi só 20% do que minha guia explicou. Perdi todas as piadinhas (e olha que ela contou várias!). De qualquer forma, acho que é uma visita que vale a pena ser feita. Deem uma olhada na fachada da Ópera.
A Hofkirche é a catedral de Dresden e a maior igreja católica da Saxônia, uma região de maioria protestante. Foi construída em estilo barroco no século XVIII. Ela é bem diferente das demais igrejas católicas, pois seu interior é todo branquinho! Deem uma olhada na fachada do local.
O último atrativo da praça é o Dresdner Schloss, a casa dos antigos reis da Saxônia. Hoje o palácio é um museu que mostra os tesouros da cidade. O ponto alto do local é o Grünes Gewölbe, uma área onde está exposta a maior coleção de joias da Europa. O lugar é absurdamente lindo! Do tipo imperdível! A visita à sala custa € 12, mas tomem cuidado ao comprar o ingresso. Vocês precisam deixar MUITO claro que querem visitar o HISTORICHES Grünes Gewölbe. Caso contrário, a atendente vai vender um ingresso que lhes dá direito a conhecer todas as alas do museu, menos essa. Eu fui obrigada a pagar o ingresso duas vezes, pois mesmo explicando que a atendente havia me vendido o ingresso errado, eles não me deram moral. Que dor no bolso! Segue abaixo uma foto da fachada do Palácio.
Logo atrás do Dresdner Schloss está Augustusstraße, uma rua que liga a Theaterplatz a Neumarkt. Ela possui um lindíssimo painel em porcelana pintado no século XIX conhecido como Fürstenzug. A porcelana veio de Meißen, uma cidade próxima a Dresden. O mural é realmente lindo. Deem uma olhada!
Seguindo a rua é possível chegar à Frauenkirche. Esta igreja luterana, originalmente construída no século XVIII em estilo barroco foi destruída durante a 2ª Guerra Mundial. Sobrou apenas parte do altar central e o arco da porta. Ela foi reconstruída de acordo com os projetos originais e reaberta ao público no início do século XXI. Ela é linda demais! Imperdível! Também é possível subir até a torre da igreja. O ingresso custa € 8 e de lá o turista tem uma visão panorâmica da cidade. Essa área, conhecida como Neumarkt, é extremamente agradável e é onde se concentra grande parte dos restaurantes turísticos de Dresden. De lá, também saem as charmosas charretes que fazem os passeios turísticos locais. Segue abaixo uma foto da igreja.
Andando no sentido contrário ao Rio Elba é possível visitar à Altmarkt. Essa praça, que de velha não tem nada, é onde está localizado o Altmarkt-Galerie, o maior shopping da cidade. O shopping é grande e bem ao estilo dos shoppings brasileiros. Ele oferece várias marcas bacanas e opções gastronômicas. É o melhor shopping que eu já vi na Alemanha. Não que precise ser grande coisa para ser considerado o melhor shopping da Alemanha. Ao lado da Altmark fica a Kreuzkirche, uma igreja protestante construída no século XVI que foi destruída 5 vezes. ISSO MESMO, CINCO VEZES! Deem uma olhada na fachada da igreja.
Nesta região ainda fica a Prager Straße, a principal rua comercial de Dresden. Ela é extremamente moderna e agradável. O comércio local é diversificado e cheio de lojas tradicionais alemãs. A rua termina na Hauptbahnhof, a estação central de trens.
Tirei uma manhã para passear pela Neustadt, a parte teoricamente mais moderna da cidade. Ela está localizada na margem esquerda do Rio Elba e possui charmosos edifícios do final do século XIX e início do século XX. Fui a Neustadt porque queria visitar um local especial, o Pfunds Molkerei, uma loja especializada em laticínios em funcionamento desde o século XIX que apresenta uma decoração única. Toda a loja é coberta por azulejos temáticos. Este atípico armazém vende vários produtos à base de leite: queijos, sabonetes, chocolates, etc. Também é possível tomar um copo de leite fresco com suco de manga ou de banana (???). Eles ainda fabricam diferentes geleias caseiras. Infelizmente eu não pude tirar nenhuma foto do interior do estabelecimento. De qualquer forma, segue abaixo a fachada da loja.
Saindo um pouco da cidade, fui conhecer o Schloss Pillnitz. Localizado a uns 15 quilômetros do centro histórico de Dresden, nas margens do Rio Elba, este palácio em estilo oriental foi originalmente construído no século XVIII como residência de verão dos reis da Saxônia. O atrativo oferece além do edifício central, todo um complexo com diferentes construções e jardins. Chegar ao Palácio não é uma tarefa muito fácil. O recepcionista do meu hotel havia me dado todas as coordenadas, mas sempre acontece alguma zica nos meus passeios. Toda a região próxima ao atrativo estava fechada por conta de um festival e não era possível chegar ao local de ônibus. Tive que tomar um táxi e um barco, além de ter sido obrigada a adquirir um ingresso para o festival. Que dor no bolso! O interior do palácio não é assim tão estonteante, mas como eu adoro esse tipo de lugar, sempre acho que vale a pena a visita. Segue abaixo algumas fotos. Devo avisar que elas não ficaram muito boas, pois o tempo estava instável.
Para aqueles turistas interessados em conhecer Pillnitz, a forma mais prática de chegar ao local é tomar um bonde elétrico na Altmarkt. Peguem a linha 2, sentido Kleinzschachwitz. Vocês terão que ir até o ponto final. Andem uns cinco minutos até chegar à Estação de barcos e peguem uma balsa. Elas param no jardim do Palácio. Têm balsas disponíveis a cada cinco minutos e não é necessário comprar um ticket específico para utilizá-la, só mostrem seu ticket do bonde. Para voltar, é necessário comprar uma passagem da balsa, mas ela custa apenas € 1,20. Aí é só fazer o caminho contrário, tomando a linha 2, mas dessa vez sentido Gorbitz. O museu do Palácio custa € 8, mas por conta do festival, paguei apenas € 4.
Além do Palácio, recomendo muito um passeio por essa região do Rio Elba, pois ela é charmosíssima!
Outro passeio que eu acho que vale a pena é andar à noite pela cidade para ver os edifícios barrocos iluminados. Você realmente percebe que está em um lugar especial!
E assim terminou o post de hoje. Sempre é um prazer viajar e conhecer lugares novos. Dresden não foge essa regra. Foi a primeira vez que estive nesta parte da Alemanha e me perguntei algumas vezes se estava no país certo. Às vezes ela me parecia muito diferente de tudo que eu já tinha conhecido no território alemão e acho que é isso que a torna tão singular. Visivelmente há um número menor de imigrantes na cidade, mas também os moradores locais são mais fechados que os demais alemães. Outras coisas me surpreenderam… Vi um grande número de turistas brasileiros, muito mais do que esperava encontrar. Fiquei admirada ainda com a enorme quantidade de Palácios da cidade, muitos convertidos em museus. Essa última é uma das razões que a fazem ser conhecida como a Florença do Rio Elba.
É isso… Espero que tenham viajado com o meu relato e vejo vocês no próximo destino!