Hoje vou contar sobre uma viagem inusitada que fiz neste último final de semana ao norte da França, em Estrasburgo.
Estrasburgo era outra cidade que não estava nos meus planos originais de viagem, mas um dos meus supervisores aqui na Alemanha mora neste adorável destino francês e me convidou para passar um final de semana com ele e sua esposa. E eu, como uma pessoa louca por viagens, não podia dizer não… Estrasburgo (ou Strasbourg em Francês) é um destino situado ao nordeste da França. É a capital e maior cidade da Alsace, região com forte influência alemã, reconhecida pela sua cultura singular e por seus vinhos de qualidade. Com quase 300 mil habitantes, este local tem uma história fascinante… De origem romana, Estrasburgo foi durante séculos uma cidade independente e possuía língua e moeda própria. Foi anexada à França no século XVII e em dois diferentes períodos históricos fez parte da Alemanha (durante as duas grandes guerras). Voltou a ser território francês após 1945 e hoje tem explorado essa influência germânica como atrativo turístico. Outra característica interessante da cidade são seus canais. Ela tem vários canais, afluentes do Rio Reno (Le Rhin), que cortam parte do centro da cidade. Eles dão uma imagem ainda mais charmosa ao local.
Bienvenue!
Fui à Estrasburgo de trem. De Bad Honnef até meu destino final, levei cerca de quatro horas e meia de viagem e paguei € 118 por todo o trajeto. Dessa vez, não fiquei hospedada em nenhum empreendimento hoteleiro, portanto não tenho muito que comentar sobre a hotelaria local.
A estação ferroviária de Estrasburgo foi minha primeira parada turística. Construída no final século XIX, esta edificação possui um estilo único, com vários vitrais coloridos. Ela é linda e muito bem conservada! O problema é que precisaram aumentar a estação para receber mais trens, então colocaram uma moderna redoma de vidro que cobre todo o edifício histórico. Eu adoro construções envidraçadas, mas não sei se gostei do que fizeram na Gare Centrale. Fiquei um pouco triste de saber que os vidros escondem uma fachada tão bonita.
Para chegar ao centro da cidade, basta seguir reto a rua em frente à Estação. O ponto quente de Estrasburgo é a Catedral. Construída ainda na Idade Média, esta igreja de tom avermelhado e estilo gótico foi o edifício mais alto do mundo até o século XIX. Ela realmente impressiona! O interior da igreja também é lindo. O órgão, disposto em uma das paredes laterais do edifício, é de pirar e o relógio astronômico é bem interessante. Vale a pena a visita! Deem uma olhada na frente da igreja…
Ao lado da Catedral fica o Palais des Rohan, um lindo palácio em estilo barroco construído no século XVIII pelo Cardeal Armand-Gaston de Rohan-Soubise. O palácio já recebeu parte da nobreza francesa como o Rei Luís XV, a Rainha Maria Antonieta, o Rei Carlos X e Napoleão Bonaparte. Hoje, o local congrega três diferentes museus: o Museu Arqueológico (Musée Archéologique), o Museu de Artes Decorativas (Musée des Arts Décoratifs) e o Museu de Belas Artes (Musée des Beaux-Arts). Não visitei nenhum desses museus, mas imagino que sejam interessantes. Deem uma olhada na fachada do Edifício!
Ao lado da Catedral fica a parte mais antiga da cidade. É possível encontrar várias casas em enxaimel, muitas delas construídas ainda na Idade Média. Isso dá a essa região um charme especial. Nestas casas, encontram-se restaurantes típicos e lojas de souvenirs. Essa região me lembrou um pouco Blumenau, nas suas devidas proporções, é claro!
Vale a pena dar uma caminhada por toda essa área. Na verdade, se vocês quiserem uma caminhada charmosa, percorram a pé o canal ao lado da Catedral (duas quadras da Catedral, para ser mais exata). Ele é super romântico, pois é cortado por pontes charmosas e floridas e os levará para a parte mais bonita da cidade, La Petite France. Esta região já foi uma zona de prostituição no passado, mas hoje é onde se concentra o maior número de casas em enxaimel de Estrasburgo. O lugar é lindo, meio encantado! Imperdível! Nesta área da cidade também há diversos restaurantes turísticos e lojas de souvenir. Deem uma olhada!
Caso vocês não queiram caminhar, é possível pegar um bateau (barco) no próprio canal e percorrer toda a região.
Ainda próxima à Catedral, em frente à Antiga Aduana fica o Musée Historique. Este é um atrativo que conta toda a história da cidade de Estrasburgo. Eu o achei bastante interessante… É uma ótima opção para quem quer conhecer mais sobre o local. Durante a visita, fiquei tão entusiasmada com as armaduras medievais que quis experimentar uma…
Crianças, não façam isso em casa! Além do capacete não ser confortável (não conseguia enxergar nada!), fiquei fedendo a ferro o dia inteiro. Para as pessoas interessadas, o ticket custa € 6,50.
Caminhando pelo lado esquerdo da Catedral é possível chegar a Place de la Rébublique. Criada no final do século XIX, quando Estrasburgo estava sob o domínio alemão, esta lindíssima praça congrega o Teatro Nacional, a Biblioteca da Universidade e outros edifícios públicos. Esta região também é linda, vale a pena dar uma passadinha!
Ainda fiz um passeio inusitado neste final de semana. Meu orientador, um ciclista inveterado, me convidou para acompanha-lo, em uma bicicleta dupla, a um passeio até Holtheim, uma pequena cidade próxima a Estrasburgo. Eu sou uma pessoa ótima para longas caminhadas, mas ciclismo esta definitivamente fora da minha alçada. Fiquei apreensiva, mas aceitei o desafio! O passeio durou cerca de duas horas e foi divertidíssimo! Não me cansei nada e andamos 30 quilômetros, acreditam?! O único problema é que tomei outra tostada, a segunda dessa temporada europeia. Segue abaixo a foto de nós dois na bicicleta e da charmosa Holtheim.
Dicas gastronômicas… A França é um país de gastronomia riquíssima, portanto comer bem não é uma tarefa difícil. No centro da cidade é possível encontrar lindas pâtisseries (minhas lombrigas quase tiveram um infarto!), boulangeries artesanais e outras guloseimas tipicamente francesas como crêpe e gaufre (waffle). Também é possível encontrar muitos cafés e sorveterias. Durante meu passeio, tentei experimentar alguns dos sabores locais. Fui até o L’Ancienne Douane, uma brasserie localizada no histórico edifício da Aduana para experimentar a Tarte Flambée, um prato bem típico da região do norte da França. Parece uma pizza bem fininha… Gostosa e barata! Recomendado! Lá também experimentei o vinho local, menos seco e mais frutado. O restaurante é bem turístico, perfeito para grandes grupos. Mas é possível reservar uma mesa na varanda do estabelecimento com vista para um dos canais. Gostei bastante! Deem uma olhada na fachada do edifício!
Também experimentei um sorvete da Amorino. Eu sei que a Amorino não é francesa, é italiana, mas já tinha ouvido falar tanto sobre a marca, que resolvi experimentar. Pedi um sorvete de maracujá com tiramisù (nada a ver essa combinação!). Para ser sincera, achei super caro (€ 3,60 0 petit) e o sabor é bem comum, já comi sorvetes muito melhores. Deem uma olhada na lindeza do sorvete!
E assim terminou mais uma viagem… Foi muito bom ter conhecido Estrasburgo. Já havia conhecido outras cidades do norte da França, portanto não tive grandes surpresas. Mesmo assim, Estrasburgo é uma cidade extremamente agradável e diferente das outras regiões do país. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a quantidade de flores espalhadas por todos os lados. Elas deixaram o destino mais alegre e acolhedor. Também gostei de ver que muitos moradores têm tentado manter as tradições alsacianas. No Domingo, tive o prazer de ver uma apresentação de música e dança típica local… E é com a imagem dos bailarinos de Alsace que eu encerro meu relato de hoje.
Au Revoir!
que cidade charmosa! adorei o sorvete estiloso e sempre quis experimentar um capacete desses, deve ser pesadão mesmo.