Aventuras pela Europa – Capítulo 20 – Viena

Viena sempre foi um dos meus sonhos de viagem, mas tinha pensado em visita-la durante uma ocasião mais especial, portanto estava fora dos meus planos neste momento. No entanto, por muita insistência da minha mãe, acabei viajando ao destino nesta temporada europeia. Conhecida como a capital da música clássica, Viena (ou Wien em alemão) é a capital e maior cidade da Áustria, com 1,7 milhão de habitantes (já fazia um tempinho que eu não visitava uma cidade tão grande!). Localizada no noroeste do país e cortada pelo Rio Danúbio, esta cidade foi a capital dos antigos Sacro Império Romano-Germânico, império Austríaco e Austro-Húngaro. Cosmopolita e rica em atrativos histórico-culturais, muitos dos pontos turísticos de Viena são considerados atualmente pela UNESCO como Patrimônios Mundiais da Humanidade.

Acho que antes de começar a escrever mais sobre meu passeio, devo avisá-los que fiquei apaixonada pelo destino. Ao contrário do que eu imaginava, Viena é ampla, extremamente organizada, muito barroca e faz você perceber que realmente está em uma cidade imperial. Fiquei tão empolgada com a viagem que escrevi demais! Escrever demais já é comum no meu repertório, mas acho que exagerei um pouquinho dessa vez. Contudo, também coloquei várias fotos para  que o post não ficasse tão tedioso.

Fui à Viena de avião. Novamente optei pela Germanwings e paguei € 184,98 pelo trecho de ida e volta saindo de Colônia. O aeroporto de Viena é gigantesco, extremamente moderno e estiloso. Fiquei empolgadíssima! Para chegar ao centro da cidade, o Aeroporto oferece dois diferentes trens.  Um deles é o CAT; um trem moderno, rápido e mais caro (custa € 11 por trecho). O outro é o S7; um comboio velho, meio confuso, mais demorado, mas prático (custa apenas € 4,40 por trecho). É claro que optei pela segunda alternativa, pois sou muito mão de vaca para essas coisas!

1º Dia

Cheguei a Viena no meio da tarde e depois de passar um mini-perrengue para me localizar e encontrar o hotel (às vezes minha ansiedade me atrapalha), eu aproveitei o restante do dia para me situar e conhecer o centro comercial da cidade. Comecei minha peregrinação pela Kohlmarkt, rua onde se concentram várias das marcas mais exclusivas como Dior, Chanel, Giorgio Armani, entre outras. Passei ainda pela Graben, lindíssimo calçadão cheio de construções históricas onde é possível ver um comércio diversificado, mas mais popular (vejam foto abaixo).

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Andando pela Graben vi uma igreja escondidinha próxima ao calçadão. Fui dar uma espiada para ver se a igreja era bonita. Eis que vejo a beleza do lugar… Essa igreja é a Peterskirche, um lindíssimo templo barroco construído no século XVIII. Imperdível! Deem uma olhada em seu  interior .

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No final da Graben, do lado esquerdo, vi a Catedral de Viena, a Stephansdom. Construída em estilo romanesco-gótico ainda na Idade Média, o exterior desta igreja é imponente e cheio de detalhes. Outra característica interessante é o telhado colorido (vejam na foto abaixo). O interior é gigantesco e lindo! Outro atrativo imperdível! Durante meus dias em Viena percebi que a cidade tem muitas, mas muitas igrejas católicas. Do tipo que vocês ficam até um pouco incomodados! Os Habsburg, linhagem real que governou a região por séculos, eram muito religiosos e essa é uma das razões para tantos edifícios com esse fim.

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Voltando ao tour… Caminhei ainda pela Kärtner Strasse, um outro calçadão onde é possível achar um comércio mais popular, lojas de departamento e  muitas lojas de souvenirs. De lá passei pela Ringstraße, uma lindíssima rua em formato circular que rodeia todo o centro histórico da cidade. Ela concentra alguns dos mais reconhecidos edifícios de Viena como a Staatsoper (principal casa de Ópera), o Hotel Imperial e o Hotel Bristol.

No final da tarde fui jantar no Café Central. Localizado há poucas quadras do Hofburg, este café, aberto em 1876, já foi frequentado por grandes artistas, políticos e outras personalidades importantes. Um dos meus grandes sonhos era poder conhecer esse local! O Café é lindo! As sobremesas são deliciosas e adorei sentar em uma das mesas e aproveitar o ambiente ao som de um piano clássico. Amei a experiência e recomendo muito! É uma ótima opção para um chá da tarde ou para experimentar os pratos típicos austríacos. Abaixo anexei uma foto da fachada do café e outra do balcão de doces, não deixem de experimentá-los!

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2º Dia

Hoje foi um dia intenso de atividades! Acordei super cedo e fui ao Schloß Schönbrunn. Construído no século XVII e reconstruído em estilo barroco no século XVIII pela Imperatriz Maria Teresa, este palácio foi a residência de verão da antiga família imperial austríaca. O lugar é FORA DO COMUM… Seu interior é lindíssimo, riquíssimo e seus jardins são enormes e muito bem cuidados. É o tipo de local que deve ser visitado! Para conhecer o Palácio, o turista precisa escolher entre diferentes tipos de ingresso. Eu comprei o Sissi Tour, pois ele dava direito a conhecer todas as salas de Schönbrunn e o Hofburg. Paguei € 25,50. Ahh! O turista precisa enfrentar uma filinha básica para comprar o ingresso, mas ela é bem rápida. O Palácio está localizado na periferia de Viena, mas há uma linha de metrô que pára próximo ao atrativo, muito prático. Deem uma olhada na imponente fachada do local.

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Voltando ao centro da cidade fui almoçar no Fabio´s, um restaurante italiano localizado na área comercial de Viena. O lugar é moderno, super descolado e a comida é DIVINA! Pedi um risoto ao molho de limão com lagostins grelhados que era de outro mundo. Só de lembrar me dá água na boca e muita saudade! Os preços são mais caros que os demais restaurantes na mesma região, mas não chegam a ser um absurdo. O atendimento é mais ou menos, mas o ambiente e a comida valem MUITÍSSIMO A PENA! Segue abaixo a foto do deck do restaurante, onde é possível ver o movimento da rua.

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Esse era o meu prato. Ele está com uma cara esquisita, mas posso garantir que era muito bom!

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Após meu almoço fui ao Hofburg, a residência oficial da antiga família real austríaca. Eles transformaram o palácio em um museu e é possível conhecer os aposentos ocupados pelo Imperador Franz Joseph e sua esposa Elisabeth, mais conhecida como Sissi. Sissi foi e ainda é uma das personalidades mais importantes de Viena; há pinturas e fotos da Imperatriz por todos os cantos. Mesmo depois de mais de século de sua morte, ela ainda causa fascínio e comoção às pessoas. O museu traz muitas informações sobre sua história. É possível ver peças de seu guarda roupa (e se assustar com a finura de sua cintura) e visitar seus aposentos privativos (quarto, banheiro e escritório – com seus aparelhos de ginástica). O museu também é muito, muito legal! Recomendadíssimo!

Próxima parada foi o Kunsthistorisches Museum. Ele está localizado atrás do Hofburg, na Museumsquartier. Inaugurado no final do século XIX, é um dos primeiros museus de belas artes e artes decorativas do mundo. O edifício do museu é ESPETACULAR, daquele tipo de lugar que você só quer sentar e ficar admirando cada detalhe da obra. O acervo também é muito bom e possui um pouco de tudo… Arte do Antigo Egito, Grega, Romana, uma Pinacoteca com obra de grandes mestres como Velázquez, Caravaggio, Ticiano, Vermeer, Rembrandt, Rubens, Van Dyck, Jordaens, entre outros.

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Na verdade, o museu é dividido em dois edifícios. O primeiro (foto acima) é onde se concentra a maior parte do acervo. Já o Neue Burg, edifício abaixo, reúne as coleções de armaduras, de instrumentos musicais antigos (tinha até um piano do século XVI. Eu nem imaginava que já existiam pianos naquela época!) e outras coleções variadas. O ingresso custa € 14, mas só recomendo a visita para os amantes das artes.

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Logo atrás do Neue Burg, na Josefsplatz fica a Biblioteca Nacional da Áustria (Österreichische Nationalbibliothek Prunksaal). A biblioteca é uma estonteante sala em estilo barroco construída no século XVIII. Ela oferece títulos diversos e possui alguns livros até do século XVI. É sem sombra de dúvidas a biblioteca mais bonita que eu já vi na minha vida!!! Fiquei até meio sem graça com tanta beleza. Entretanto, fiquei um pouco revoltada por pagar € 7 para ver apenas uma sala, esperava mais. Deem uma olhada na foto abaixo e vejam a riqueza do lugar.

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Fechei meu dia no Café Sacher. O Café Sacher é um dos símbolos da Viena imperial. Inaugurado ainda no século XIX, o local oferece a original Sacher-Torte, uma torta de chocolate meio seca e bem comum que é a sensação em toda a Áustria. Eu já havia visitado o Café Sacher em Salzburg, mas foi bom conhecer a filial de Viena. O lugar é extremamente requintado e muito requisitado (enfrentei uma filinha básica para conseguir uma mesa), mas vale a pena! Eles também oferecem um cardápio com pratos salgados e diferentes tipos de bebidas. Deem uma olhada na carinha da minha torta.

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3º Dia

Ainda muito cansada com a correria do dia anterior, resolvi sair do hotel apenas perto do horário do almoço. Dei uma passada no gigantesco edifício do Parlamento e na linda Prefeitura. Almocei em outro lugar especial, o Medusa Restaurant & Club, um estabelecimento localizado ao lado da Igreja dos Capuchinhos (onde estão enterrados os membros da família imperial austríaca). O local é extremamente agradável, o cardápio é enxuto, mas cheio de boas opções e o preço é justo. Ahhh! O restaurante já foi frequentado até pelo Bill Clinton. Eu pedi um fettuccine negro com camarões e mexilhões ao molho de manteiga. Estava muito bom e com um sabor inusitado. Super recomendo o lugar e o meu prato! Deem uma olhada no ambiente do restaurante e no meu prato. Vocês vão ver que  minha massa não tem uma cara muito bonita, mas estava delicioso.

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Minha próxima parada foi o Schloß Belvedere. Esse é um palácio barroco construído no século XVIII pelo príncipe Eugene de Savoy. Hoje o Palácio foi convertido em um museu. Na verdade, dois museus (distribuídos em duas diferentes edificações). No edifício central (Oberes Belvedere), estão expostas obras de grandes mestres como Monet, Manet, Renoir, Van Gogh, Delacroix, mas o destaque fica para as pinturas de Gustav Klimt. Já o Unteres Belvedere exibe o melhor da decoração barroca. Como no Schloß Schönbrunn, para conhecer o Schloß Belvedere o turista precisa escolher entre diferentes tipos de ingresso. Eu comprei o ticket que dava direito a conhecer o Oberes Belvedere (edifício principal) e o Winterpalais (palácio de inverno do príncipe localizado no centro da cidade). Paguei € 17. Para chegar ao Palácio é fácil; é só pegar o bonde elétrico D na Ringstraße – sentido Quartier Belvedere. Deem uma olhada na fachada do edifício principal.

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Voltei ao centro da cidade para conhecer o Winterpalais. Ele está localizado entre a Staatsoper e a Stephansdom. O lugar é lindo e mostra a melhor parte da arquitetura barroca, mas fiquei um pouco decepcionada, pois não havia nenhum mobiliário exposto no local. Eles colocaram em exposição algumas obras contemporâneas, mas achei que elas destoaram do espaço. Enfim, não sei se recomendo. Deem uma olhada na fachada do edifício.

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Com um pique que só eu tenho, ainda fiz uma visita guiada ao Staatsoper, a principal casa de óperas de Viena. Construída no século XIX em estilo eclético, esse local já recebeu grandes espetáculos e é reconhecida como um das principais óperas do mundo. A parte central do edifício foi destruída por uma bomba durante a Segunda Guerra Mundial. Eles fizeram uma reforma que deixou o auditório mais moderno (não sei se gostei disso, acho que preferia que eles mantivessem as características originais), portanto apenas o foyer central e a fachada, que não foram destruídos durante o bombardeio, conservaram a arquitetura original do edifício. Também visitei as coxias e outros espaços sociais do local. A visita foi bem legal e custou € 6,50. Elas acontecem de hora em hora e são oferecidas em 5 diferentes  idiomas. Adorei isso!

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Fechei meu dia comendo uma Sacher-Torte na Demel, outro café histórico localizado na Kohlmarkt, muito próximo ao Hofburg. O local é lindo, principalmente a loja com os produtos da marca. Entretanto, achei os doces meio feinhos, todos com cara de velhos. A Sacher-Torte oferecida no café não é a original, mas o gosto é o mesmo. E jantei uma Original Currywurst no Festival de Cinema de Viena. O Festival acontece durante os meses de verão em frente à Prefeitura da Cidade. O evento é bem bacana e muito organizado. Sua Praça de Alimentação é fora de série, extremamente organizada e diversificada, oferecem até culinária persa (???).

Falei tanto sobre os atrativos de Viena, mas não comentei sobre meu hotel. Viena, como uma capital imperial, possui várias e boas opções de hospedagem. É possível ficar hospedado tanto em lindos Palácios barrocos como em ultramodernos hotéis boutique. Os preços não chegam a assustar como em Londres ou Paris, mas são mais caros que os praticados na maioria das capitais europeias. Optei novamente pela 25hours Hotel. Eu já havia comentado sobre essa rede no meu post de Zurique e também já me hospedei no hotel da rede em Frankfurt (25hours Hotel Frankfurt by Levi’s). O 25hours Hotel beim Museumsquartier está localizado na região dos museus, próximo ao centro histórico. O hotel é novinho, moderno, descolado, temático (o tema é o Circo) e super informal. Gostei muito! O café da manhã também é mara! Recomendo para todos que queiram um lugar legal, mas com preços mais acessíveis. Ahhh! Como em Zurique, eles oferecem aluguel gratuito de bicicleta e de carros da Mini. Deem uma olhada na foto do meu apartamento e do lobby da recepção.

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Durante minha estada conheci ainda outros atrativos que valem a pena dar uma olhada. São eles: Stadtpark, parque municipal que possui a famosa estátua de Johann Strauß; a lindíssima igreja Karlskirche, localizada na Karlsplatz; e a Mariahilfer Straße, outra área comercial muito boa perto do Museumsquartier.

E assim foi minha passagem por Viena. Adorei ter conhecido o destino e tenho vontade voltar outras coisas, mesmo porque há alguns locais que não tive tempo suficiente de conhecer dessa vez. Fiquei impressionada com o número de teatros, museus e outros atrativos culturais. Durante o verão também é possível encontrar diversas programações especiais. Isso deixa a cidade ainda mais viva, mas fiquei feliz ao ver que mesmo sendo um destino turístico tão popular, está longe de ser um local claustrofóbico como Amsterdã e Paris.

Duas pequenas coisas que me incomodaram… A primeira foi a falta de sinalização turística (olha a turismóloga falando!). Diversas vezes fiquei meio perdida (super normal), sem saber onde ir. Essas placas ou mapas espalhados pelo centro histórico são importantes para os visitantes. Fica a dica Sr. Secretário de Turismo! Outra coisa que me desagradou foi o cheiro forte de urina de cavalo em vários pontos de Viena. Eu acho charmosíssimo os passeios de charrete pelo centro histórico, mas infelizmente a urina e as fezes dos animais deixam um cheiro ruim pela cidade. Isso porque eu nem estou mencionando sobre o pobre cavalo que precisa trabalhar todos os dias sem direito a folga, férias e décimo terceiro. Enfim, eu acho que as cidades turísticas deveriam repensar a liberação destas charretes!

Ahhh! Uma das curiosidades que eu vi na cidade são as balanças. É possível encontrar balanças por todo o centro, geralmente nos pontos de bonde ou ônibus. Não sei se os austríacos são neuróticos com seu peso, se elas servem para pesar malas ou se foram instaladas por lá, pois não são facilmente encontradas em outros lugares. O fato é que achei curioso! Para usa-las, é necessário pagar € 0,20. Eu tentei me pesar em uma dessas balanças, mas ela não funcionou; mesmo depois que eu coloquei o dinheiro. Droga, perdi vinte centavinhos!  E é com uma das balanças de Viena que eu termino o post.

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Auf Wiedershen!

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