Neste mês fui à Espanha, pois apresentaria um trabalho científico na 7th International Conference on Sustainable Tourism em Valência. Mesmo com a correria do evento, tive tempo de conhecer Valência e dar uma passadinha em Barcelona e vou contar aqui minha programação turística por lá, porque ninguém é de ferro.
Gostaria de começar meu post dizendo o quanto amo a Espanha. Já escrevi várias vezes como sou apaixonada pelo país e cada vez que volto, tenho mais certeza deste amor. Nesta viagem em especial, voltei a Barcelona, cidade que já havia conhecido anteriormente, mas que não visitava há mais uma década, e, pela primeira vez, estive em Valência.
Fui a Barcelona com a Luftansa saindo de São Paulo. Eu sei que não é a escolha mais acertada, já que as conexões na Alemanha são meio fora de mão para quem vai à Espanha (na dúvida, deem uma olhada no Mapa Mundi), mas o que a gente não faz por uma tarifa camarada, não é?! No entanto, dessa vez fiquei positivamente surpresa com a companhia aérea. Já havia viajado com a Lufthansa pela Europa e não tinha me empolgado muito, mas nessa viagem eles conseguiram me surpreender. A aeronave que fazia o trecho Guarulhos – Frankfurt era novíssima, modernérrima, comidinha de primeira, serviço de entretenimento muito diversificado e atendimento preciso.
O aeroporto de Barcelona (El Prat) é extremamente moderno, amplo e oferece várias opções de compras e alimentos & bebidas. Fiquei empolgadíssima! Para chegar ao centro da cidade é possível escolher entre o trem e o ônibus, mas de acordo com o serviço de informações do próprio Aeroporto, a melhor maneira é tomar o ônibus (Aerobus). Ele sai a cada 5 minutos dos terminais do El Prat e chega na Plaza Cataluña em 35 minutos (€5,90). Gostei muito da praticidade, mas também adorei o trajeto passando por vários pontos da cidade.
Diferente do que costumo fazer, não vou contar minha jornada pelos dias, mas pelas cidades que eu passei. Então vamos lá….
Barcelona
Toda vez que volto a um destino que eu já conheço, faço questão de escolher passeios que eu não havia feito, portanto, vou contar apenas os atrativos diferentes, mas que acho que valem a pena serem conhecidos.
Uma das principais ruas turísticas de Barcelona é a Passeig de Gràcia (parada obrigatória de qualquer turista), um lindo boulevard bem estilo europeu no qual você encontra as lojas mais luxuosas e exclusivas de Barcelona e alguns dos edifícios mais icônicos da cidade. Como não havia conhecido os edifícios a fundo, desta vez resolvi visitar alguns deles.
Casa Milà – Também conhecido como La Pedrera, é um dos muitos edifícios desenhados pelo arquiteto mais conhecido da Catalunha, Antoni Gaudí. Construído no início do século XX como residência da família Milà, esta casa mostra toda a genialidade (ou loucura) de Gaudí. Durante a visita é possível conhecer o terraço com suas diferentes chaminés e um dos apartamentos. A visita custa €20.50 (caro!), mas só a recomendo para quem tem interesse em arquitetura, arte ou pretende conhecer mais sobre a Barcelona do início do século XX. Ahhh! Também é possível conhecer o terraço à noite e vê-lo iluminado. Deem uma olhada na fachada do edifício e no terraço.
Casa Bartlló – Outro edifício construído por Gaudí para o industrial Josep Bartlló no início do século XX. A casa foi construída toda inspirada no mundo marinho e a visita é feita de forma interativa na qual o turista pode ver por meio de um palmtop como a casa era quando foi concebida. O edifício já é muito “fora da casinha” para os padrões de hoje, então fiquei pensando como ela foi recebida pelas pessoas no começo do século XX. A visita custa €22.50 (também é carinho!), mas acho que vale a pena conhecê-la se vocês tem interesse em arquitetura e arte. Ahhh! As filas são sempre gigantes, então recomendo comprar o ingresso online para não perder muito tempo. Deem uma olhada na fachada do Edifício.
Também visitei os seguintes atrativos:
Palau de la Música Catalana– É um auditório de música privado de propriedade do Orfeu Catalão. Foi projetado por Lluís Domènech i Montaner, outro grande arquiteto barcelonês, no início do século XX e mostra a riqueza e criatividade do modernismo catalão. O lugar é de tirar o fôlego! As visitas guiadas (€ 18) ocorrem a cada 30 minutos em Inglês e Espanhol e super recomendo. Tentei tirar umas fotos bacanas, mas posso garantir a vocês que as imagens abaixo não fazem jus por completo à beleza do lugar.
Hospital de la Santa Creu i Sant Pau – Localizado próximo à igreja Sagrada Família, este antigo hospital mostra mais um pouco da genialidade de Lluís Domènech i Montaner. O conjunto de edifícios modernistas é lindo, uma pena que pouquíssimos deles estejam abertos ao público. Para os curiosos, o passeio custa € 10. Na segunda foto estou eu, gatíssima, para mostrar que realmente estive por lá.
Museu d’Història de Catalunya – Localizado entre o Port Vell e a Barceloneta, este museu apresenta a história da Catalunha (comunidade autônoma espanhola na qual Barcelona faz parte e é a capital), mostrando as particularidades da região desde a dominação romana aos episódios mais recentes, sem esquecer do movimento modernista do início do século XX, dos eventos mundiais e o franquismo. O museu conta com vários objetos, recria cômodos e possui um quê de interativo. Achei super bacana, mas só o recomendo para as pessoas realmente interessadas em história e cultura e querem se aprofundar na história catalã. O ingresso custa apenas € 4.
Além de todos esses atrativos, não podia deixar de passar por alguns locais super populares com a linda Plaza Cataluña, a sempre agitada La Rambla, o bairro Gótico e a Catedral, a igreja Sagrada Família (€ 18 – não esqueçam que o ingresso precisa ser comprado com antecedência), a charmosa Barceloneta, o Arco do Triunfo (toda vez que eu me perdia por Barcelona, sempre acabava chegando no Arco do Triunfo), as lindas Plaza España e Plaza de la Reina e o diferentão Parque Güell (que agora cobra € 8 para a visita em seus principais pontos e o ingresso também precisa ser comprado com antecedência). Segue abaixo as imagens da Plaza Cataluña, Sagrada Família, Parque Güell e Plaza España.
Sobre o empreendimento que me hospedei em Barcelona, quis escolher um meio de hospedagem que fosse próximo aos atrativos turísticos, a alguma estação de metrô e que tivesse uma boa estrutura (minhas hospedagens anteriores na cidade pecaram muito no quesito localização, estrutura e segurança). Na hora de escolher o empreendimento, devo admitir que fiquei um pouco assustada com os altos valores das diárias, mas achei um hotel que cumpria todos os requisitos da melhor forma possível. Fiquei hospedada no Room Mate Emma, um empreendimento próximo de restaurantes, estação de metrô e a duas quadras de La Pedreira. Gostei do hotel; novinho, limpinho, cama e chuveiro bom, quarto silencioso e precinho mais camarada. Recomendado! Deem uma olhada na fachada do empreendimento e no meu apartamento com um quê de futurista.
Se eu puder recomendar algum programa pouco turístico para as pessoas mais aventureiras, recomendo que visitem o bairro de Gràcia, região localizada acima do Passeig de Gràcia. Além de extremamente charmoso, o local possui um comércio inusitado e diversificado.
Valência
Se Barcelona tem essa cara de cidade cosmopolita, tipicamente europeia, que às vezes faz vocês se perguntarem se estão em Lisboa ou Paris, Valência é 100% espanhola. Em todos os cantos vocês sentem que realmente estão na Espanha.
Minha paixão pela cidade já começou logo na chegada. A Estação de Trens Nord foi construída na década de 1920 e é um colírio para os apaixonados por arte e arquitetura. Deem uma olhada na fachada e no interior do atrativo.
E vamos aos passeios…
Free Tour Valência – Ando super adepta aos free walking tours, pois é uma maneira descontraída e às vezes mais autêntica de conhecer a cidade. O conceito é muito simples; o guia oferece o melhor tour que ele pode e vocês decidem quanto vale o passeio. Durante o passeio, geralmente guiado por pessoas da própria cidade, eles contam as histórias e curiosidades do destino, fazendo com que o turista entenda um pouco da realidade local. Achei a empresa bacana, é preciso fazer reserva com antecedência na Internet, e mesmo que nosso guia não tenha sido tão extrovertido e brincalhão, mostrou ter muito conhecimento dos atrativos turísticos. Durante o tour, passamos pela Plaza de la Virgen, ponto que se iniciou a antiga cidade de Valentia (romana), conhecemos o interior da linda Basílica de la Virgen de los Desamparados, aprendemos sobre o Tribunal de las Águas (declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO), passamos pela Calle Caballeros, Lonja de la Seda (€ 2 – edifício em estilo gótico construído na Idade Média onde eram negociados produtos finos como a seda), Mercat Central (o maior mercado de produtos frescos da Europa), Plaça Redona, Catedral e terminamos nosso tour na L´Almoina (centro arqueológico que mostra parte das ruínas romanas da cidade). Também aprendemos sobre a Água de Valência (um drink), a Paella (que tem esse nome, pois a panela onde é cozinhado o arroz, a “paellera”, é chamada de “paella” em Valência) e experimentamos a Orxata (bebida feita de Chufa, um tipo de uma fruta seca trazida pelos árabes – bom, parece um pouco com leite de amêndoas). Segue abaixo fotos da Lonja de la Seda, do Mercat Central e da Catedral de Valência.
Cidade das Artes e das Ciências – Situado no canto do Jardín del Turia (um antigo rio que cruzava a cidade, mas que foi desviado devido à uma enchente na década de 1950 e transformado em um lindíssimo espaço de lazer de 9 quilômetros de extensão), é um complexo arquitetônico construído no final da década de 1990 que congrega diversos espaços; um Planetário, o Museu de Ciências, L’Oceanogràfic (o maior aquário oceanográfico da Europa) e uma casa de ópera. Para ser bem sincera, não entrei em nenhuma de suas atrações, pois não me interessaram, mas como é um dos cartões postais de Valência, acho que é aquele tipo de local que deve ser visitado. Deem uma olhada na estrutura central do atrativo.
Museu Nacional de Cerâmica y Artes Suntuarias “González Martí” – Este museu foi a sugestão de uma colega, a Poliana. Localizado em um palácio do século XVIII, o espaço congrega uma coleção de cerâmica que atravessa os séculos. Para ser sincera, achei a coleção meio fraquinha, mas a visita foi válida, pois dá a oportunidade de conhecer um lindo palácio. O ingresso custa apenas € 3. Deem uma olhada na fachada espetacular do atrativo.
Segue outras fotos da linda Valência…
Sobre o empreendimento que me hospedei em Valência, fiz questão de escolher um hotel que ficasse próximo ao evento, portanto escolhi o Barceló Valência, que, mesmo localizado longe do centro da cidade, estava ao lado da Cidade das Arte e das Ciências. Por mais que eu tenha gostado de o empreendimento ser moderno, novinho em folha e oferecer uma boa tarifa, no geral, não fiquei muito satisfeita com minha escolha; o hotel tinha um clima impessoal, os colaboradores eram meio apáticos, o chuveiro não esquentava direito (tenho pavor de chuveiro que não esquenta) e as janelas não tinham cortina blackout, portanto era impossível dormir depois que o dia amanhecesse. Não sei se o recomendo! De qualquer forma, deem uma olhada na fachada do edifício e no meu apartamento.
Sobre as opções gastronômicas, eu não vou recomendar nenhum restaurante específico, pois percebi que nas duas cidades é possível encontrar empreendimentos descolados e que exploram os pratos regionais, mas sempre acho que quando estamos em um lugar precisamos experimentar os sabores locais. Portanto, recomendo que provem as famosas tapas e bocadillos, os pratos a base dos diversos tipos de arroz e, quando estiverem em Valência, experimentem a Paella (prato mais famoso da cozinha espanhola e que foi criado em Valência), o suco de laranja fresco (que vocês encontram em qualquer lugar), a Orchata e a Água de Valência.
Vou fechar o post com uma imagem bem típica da gastronomia de Valência, um almoço com paella e água de Valência. Para ser sincera, não sei ao certo porque coloquei essa imagem, pois essa Paella me fez um mal danado depois, mas tá valendo.
¡Hasta luego!